sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Brasil é o 5º em mortes por álcool entre países da América, diz pesquisa

O álcool é a causa de aproximadamente 80 mil mortes por ano no continente americano e o Brasil é o quinto país com maior número de óbitos ligados ao consumo de bebidas, aponta estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os dados foram publicados na edição on-line da revista científica “Addiction”.

O estudo analisou todas as mortes ligadas ao álcool entre 2007 e 2009 em 16 países da América do Norte e da América Latina. Eles afirmam que o uso da substância provocou uma média anual de 79.456 mortes que poderiam ter sido evitadas se não houvesse consumo de álcool.
Na maioria dos países, as doenças hepáticas foram a principal causa dessas mortes, seguidas de transtornos neuropsiquiátricos. Segundo os autores, a pesquisa só mostra “a ponta do iceberg de um problema maior”.
As taxas de mortalidade por consumo de álcool variam entre os países: as mais altas são as de El Salvador (uma média de 27,4 em 100 mil mortes por ano), Guatemala (22,3) e Nicarágua (21,3), México (17,8) e, em quinto lugar, do Brasil (12,2 para 100 mil mortes por ano).
Os índices se distanciam dos registrados na Colômbia (1,8), Argentina (4,0), Venezuela (5,5), Equador (5,9), Costa Rica (5,8), e Canadá (5.7). Em todos os países estudados, 84% dos mortos que tiveram relação com álcool eram homens.
Por idade, as taxas mais altas de mortalidade por consumo de álcool foi registrada no grupo de pessoas entre 50-69 anos na Argentina, Canadá, Costa Rica, Cuba, Paraguai e Estados Unidos. No Brasil, no Equador e na Venezuela, as maiores taxas de mortalidade por álcool foram entre pessoas com idade entre 40 e 49 anos.
Já o México registrou um padrão diferente. O risco de morte por ingestão de álcool aumenta ao longo da vida e alcança seu máximo depois dos 70 anos.
Segundo os autores do estudo, as mortes ligadas ao consumo de álcool podem ser prevenidas através de políticas e intervenções que reduzem a ingestão de bebidas, incluindo restrições à disponibilidade de produtos, aumento de preços e controle no mercado e na publicidade.

Fonte:G1

Sistema de saúde britânico usará remédio para tratar alcoolismo

Uma droga que reduz a dependência de álcool vai ser disponibilizada pelo Sistema Nacional de Saúde do Reino Unidopara 600 mil pessoas da Inglaterra e País de Gales. O medicamento Nalmefene foi recomendado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Nacional para a Saúde e Excelência em Cuidados (Nice, em inglês) e deve ser fornecido para tratamento.

Também chamado de Selincro, o remédio é fabricado pelo laboratório Lundbeck. Cada comprimido custará cerca de 3 libras (quase R$ 12). A droga é licenciada para pessoas que vão aliar seu uso ao apoio psicossocial.

De acordo com Carole Longson, representante do Nice, os que usarem o Nalmefene já terão dado grandes passos contra a dependência do álcool. “Temos o prazer em recomendar o seu uso para apoiar pessoas em seus esforços contra a dependência”, explica a especialista na nota divulgada pela instituição britânica.
Até o fim de novembro, está prevista a divulgação da orientação final sobre uso do remédio, além de informações sobre financiamento do tratamento. A expectativa é que a pessoa em tratamento utilize um comprimido ao dia.
Problema grave
Mais de 3 milhões de pessoas morreram em decorrência do consumo de álcool em 2012, por causas que variaram desde câncer até a violência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em média, de acordo com a agência das Nações Unidas, cada pessoa no mundo com 15 anos ou mais bebe 6,2 litros de álcool puro por ano. Mas menos de metade da população - 38,3% - bebe. Ou seja, aqueles que de fato bebem consomem uma média de 17 litros de álcool puro por ano. Pessoas mais pobres são geralmente as mais afetadas pelas consequências sociais e à saúde ocasionadas pelo uso da substância, disse ele.
O relatório global sobre álcool e saúde cobriu 194 países e observou o consumo de álcool, seus impactos na saúde pública e repostas de políticas de combate. O estudo descobriu que alguns países estão reforçando suas medidas para proteger as pessoas do consumo exagerado. Elas incluem o aumento de impostos sobre o álcool, a limitação da disponibilidade do produto por meio da imposição de limites de idade e a regulamentação da divulgação.
Globalmente, a Europa tem o maior consumo de álcool por pessoa. A OMS disse que a análises de tendências globais mostra que o consumo tem sido estável nos últimos cinco anos na Europa, na África e nas Américas. Mas tem crescido no Sudeste Asiático e na região ocidental do Pacífico.

Fonte:http://g1.globo.com/

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Cinco pontos sobre o Crack

Acompanhamento de usuários nas cidades de São Paulo e Campinas ao longo de três anos leva pesquisadora a abordar o consumo da droga sob diferentes aspectos, o que pode contribuir para o debate público sobre o tema.

A experiência do consumo de ´crack` não pode ser explicada unicamente pelas propriedades químicas da substância, mas seus efeitos sobre o organismo não devem também ser negados. (foto: Marco Gomes)

O primeiro ponto a ser ressaltado é o de que a compreensão da experiência do consumo de crack não pode ser explicada unicamente pelas propriedades químicas da substância ou, usando os termos de Maurício Fiore, em tese recente sobre uso de drogas, pelos seus “agenciamentos avassaladores” sobre o organismo humano. Mas eles não devem também ser negados.

Para uma perspectiva mais complexa e inter-relacionada sobre o assunto, é preciso observar como esses efeitos continuamente repetitivos se ligam à produção de traços, expressões, marcações e comportamentos corporais específicos (ou seja, corporalidades), e como essas corporalidades só podem ser entendidas à luz de toda uma trama social bem mais ampla. Uma trama que envolve pessoas, substâncias, sensações, instituições, disputas políticas e terapêuticas, objetos, ideias e espaços.

Nessa mesma direção, é ainda pouco útil querer saber ´por que` as pessoas usamcrack ou ´por que` se dirigem para espaços como as chamadas ´cracolândias`, uma vez que os motivos que fazem alguém começar a usar crack ou se dirigir para tais espaços – territorialidades – não são os mesmos que o fazem continuar. Mais proveitoso, portanto, é indagar ´como`, ´com quem` e ´de que modo` as pessoas estabelecem relações com a substância e com os espaços, pois nesses cenários elas têm que criar e contar com estratégias de uso e com aproximações conjunturais. Essas estratégias e aproximações são necessárias, no limite, para a manutenção da vida – o que torna o ´problema do crack` algo muito mais complicado. 

Ao fim dessa argumentação, porém, é preciso dar um passo atrás e recordar que, seja qual for o envolvimento de alguém com o crack, esse envolvimento é sempre situacional e variável ao longo de uma trajetória específica, bem como do contato com uma rede de outros usuários. Lembrar, sobretudo, que esse consumo, no fundo e no fim das contas, revela apenas uma face – pequena – de tudo aquilo que uma pessoa é.

Impactos políticos 

O crack não teve só efeitos negativos. A fala pública em torno de uma ascensão do consumo e dos consumidores da droga no Brasil – que, entretanto, não se configura uma epidemia – impulsionou a criação e reestruturação de recentes políticas de saúde pública no país, especialmente as específicas sobre drogas.

O crack não teve só efeitos negativos. A fala pública em torno da ascensão do consumo da droga no país impulsionou a criação e reestruturação de recentes políticas de saúde pública, especialmente aquelas sobre drogas. (foto: Marco Gomes)


Entre 2004 e 2005, o próprio texto da política do Ministério da Saúde reconhecia o “atraso histórico” do Sistema Único de Saúde (SUS) em se posicionar sobre a questão do consumo de drogas. Mas, a partir de 2009, quando começa a aumentar a veiculação de notícias sobre crack, surge um enfoque crescente na estruturação de uma rede de serviços públicos para tratar a questão, incorporando inclusive a abordagem de redução de danos (a oferta de orientações e cuidados de saúde, sem repressão, ancorada na defesa de direitos humanos), pelos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPSads). 

Nesse período, há o fortalecimento das equipes de consultório de rua, bem como a elaboração de distintos planos integrados e intersetoriais. A posição oposta também ganha relevo: é visível a efervescência das discussões sobre internações involuntárias e compulsórias, aliada ao fortalecimento econômico e político das comunidades terapêuticas.

O que se extrai disso, portanto, é que a ampla exposição em torno do crack contribuiu para acirrar as disputas públicas sobre os modelos de tratamento para a dependência química e para gerar um emaranhado de instituições e atores cujos conflitos por recursos, poder, legitimidade e terapêutica têm movimentado, e muito, a cena pública contemporânea. Se há nisso embates, há também efeitos políticos significativos, dos quais o principal é o fato de que o uso de drogas foi, em definitivo, assumido como uma “questão de saúde pública”.

Fonte:Instituto Ciência Hoje

China lança campanha anti-drogas

Campanha de seis meses, tem como alvo a produção, tráfico e venda de drogas. 

Um nova rodada de medidas severas contra a produção e venda ilegais de drogas começou em 108 cidades em toda a China, disse o Ministério da Segurança Pública, na segunda-feira.

A campanha, que terá duração de seis meses, tem como alvo a produção, tráfico e venda de drogas. O ministério vai aumentar o cerco contra o tráfico através da internet e usuários de drogas, disse o ministro em um comunicado.

A China enfrenta um desafio severo na luta contra crimes relacionados com drogas, apesar dos resultados eficazes alcançados devido à cooperação internacional entre China, Mianmar, Laos e Tailândia.

"Políticas rígidas devem ser sempre adotadas para aplicar medidas severas contra crimes relacionados com drogas", disse o ministro de Segurança Pública, Guo Shengkun, que espera uma cooperação internacional mais pragmática.

O ministério irá supervisionar o combate às drogas em todo o país e pessoas encarregadas pela campanha serão responsáveis se forem descobertas ignorando seu dever, diz o texto.

No primeiro semestre do ano, a polícia chinesa prendeu 58 mil pessoas, confiscou 25.850 quilos de drogas e desmantelou mais de 1,6 mil quadrilhas de produção e venda de drogas. 

Fonte: CRI online

França começa a restringir uso do cigarro eletrônico

As medidas fazem parte de um plano contra o tabagismo revelado pela ministra da Saúde, Marisol Touraine, na semana passada. O anúncio inclui uma reivindicação antiga das associações de luta contra o fumo: a adoção de embalagens neutras para os cigarros comuns. O espaço para a marca será reduzido e todos os pacotes terão a mesma forma, tamanho e tipografia. O fumo dentro de veículos com a presença de menores de 12 anos vai ser proibido.

A ministra reconhece que o cigarro eletrônico é menos nocivo para a saúde e pode ser um bom caminho para quem quer parar de fumar, afinal o produto contém nicotina, mas não tabaco. O pneumologista Bertrand Dautzenberg, presidente da Agência Francesa de Prevenção ao Tabagismo, garante que o cigarro eletrônico provoca menos dependência.

“O cigarro eletrônico faz menos mal e mantém uma boa imagem mesmo com essas medidas. Não houve a intenção de questionar os benefícios do cigarro eletrônico em relação ao cigarro normal”, afirma. “O governo quis dizer que ele não é um produto sadio, mas é infinitamente melhor do que o cigarro de verdade.”

Mais limites no futuro

O governo francês já indicou a intenção de adotar, para os cigarros eletrônicos, as mesmas restrições aplicadas aos cigarros à base de tabaco. A questão ainda provoca controvérsias dentro da Europa – enquanto a Itália classifica os cigarros eletrônicos como medicamento para parar de fumar, a Croácia proíbe o uso do produto em todos os lugares públicos.

Dautzenberg é favorável a esse método para acabar com o vício. “O meu desejo é que daqui a 20 anos não haja mais nenhum fumante na França graças ao cigarro eletrônico, e cinco anos depois não tenha mais nenhum usuário de cigarro eletrônico. As coisas caminham nesse sentido”, observa. ”Seja fumaça ou vapor, o melhor é que crianças e jovens não cresçam assistindo à cena de pessoas consumindo cigarros.”

A radiologista Amélie, de 26 anos, fumava um maço de cigarros por dia e, desde que adotou o cigarro eletrônico, afirma estar menos dependente. “Eu acho que é compreensível que seja comparado com o cigarro normal, enquanto não se sabe com certeza quais são os efeitos na saúde. Mas se um dia provarem que não é prejudicial, espero que voltem a nos dar o direito de fumar o cigarro eletrônico em todos os lugares”, comenta. “Parei com o cigarro normal e hoje o cheiro do tabaco me dá tanto nojo quanto para uma pessoa que parou totalmente de fumar. Só continuo com o cigarro eletrônico por causa da dependência à nicotina.”

Já a vendedora Lucie, 28 anos, acha as restrições ao produto um retrocesso. Ela é fumante há 12 anos e também abandonou o tabaco.

“Já demos esse passo à frente, por que voltaríamos atrás? Seria ridículo. Restringir o acesso não é uma solução para ninguém – pelo contrário, é uma burrice”, reclama. “Eu acho que não tem comparação: o gosto é bem melhor e a gente sente que está agredindo menos a saúde.”

Fabricantes protestam

Entre os comerciantes do produto, as medidas não foram bem recebidas. O presidente da federação dos fabricantes, Arnaud de Rauly, acha que as proibições vão de encontro ao plano do governo francês de, em 20 anos, acabar com o tabagismo.

“As medidas que atingem o cigarro eletrônico são simplesmente aberrantes, porque os colocam no mesmo nível de um produto de tabaco. Já foi provado que os cigarros eletrônicos são infinitamente menos perigosos que o cigarro clássico”, diz. “Nós vamos dialogar com as instituições competentes para explicar essa situação e chegar a medidas bem menos punitivas, afinal as vendas de tabaco caíram 7% em agosto em relação a janeiro deste ano – e isso graças ao cigarro eletrônico.”

Rauly argumenta que quem adota o cigarro eletrônico acaba fumando menos porque os hábitos do vício se modificam. “Quando você acende um cigarro, você fuma ele até o fim. Quando você usa um cigarro eletrônico, você dá uma ou duas tragadas e depois só volta a usá-lo uma ou duas horas depois”, explica. “Você não vai dar 12 tragadas de uma vez só porque o cigarro está aceso.”

No Brasil e em boa parte da América Latina, o cigarro eletrônico é proibido. Em Honk Kong, a simples posse do produto é passível de uma multa de R$ 30 mil.

Fonte:rfi portugues

TJSC condena multinacional por vender cerveja "sem álcool" com álcool na composição

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina condenou por unanimidade a Ambev a pagar R$ 1 milhão por ter comercializado no Estado cerveja Kronenbier que, embora fosse vendida como “sem álcool”, trazia álcool na composição, na medida de 0,3g/100g. A presença da substância foi comprovada em testes de laboratório.

O valor da indenização será revertido para Reconstituição de Bens Lesados e deve ser usado na implementação de medidas em favor dos consumidores em Santa Catarina.

Em sua defesa, a multinacional usou decreto de 1997, que classifica como bebida sem álcool aquela que tenha em sua composição menos de 0,5g/100g, sem obrigatoriedade de constar essa informação no rótulo do produto. O desembargador substituto Odson Cardoso Filho, relator da apelação, defendeu que o decreto não pode se sobrepor ao que está previsto no Código de Defesa do Consumidor.

O magistrado citou riscos à saúde de consumidores que, impedidos de consumir álcool, acreditaram na informação da empresa e beberam sem imaginar as possíveis consequências. Pessoas alérgicas, usuários de medicamentos incompatíveis com a ingestão de bebidas alcoólicas e dependentes químicos em tratamento de reabilitação foram lembrados pelo desembargador.

A empresa ainda pode recorrer da decisão do TJSC.

Fonte:O sol diário

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

COISAS QUE A CIÊNCIA JÁ DESCOBRIU SOBRE A MACONHA

Polêmica acesa

A maconha é a droga ilícita mais cultivada, traficada e consumida do mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Por essa e diversas outras razões, a erva tem despertado a curiosidade de muita gente na ciência. E não faltam estudos sobre o tema. Reunimos a seguir alguns deles.

Consumo

Cerca de 8 milhões de brasileiros já experimentaram maconha. O dado é do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pelo Governo Federal em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Dos 8 milhões que já fumaram a erva, aproximadamente 1,5 milhão 
faz isso diariamente.

Entrada?

A tese de que a maconha é uma porta de entrada para outras drogas pode não fazer sentido. Pelo menos, foi o que apontou um estudo da universidade de Pittsburgh. Nele, 214 meninos com algum tipo de envolvimento com drogas legais ou ilegais foram acompanhados dos 10 aos 22 anos. No fim do experimento, não foi constatada nenhuma relação direta entre o consumo de maconha e o posterior uso de outras substâncias. Segundo cientistas, fatores como pouca ligação com os pais se mostraram mais influentes no envolvimento com drogas.

Trabalhadores

O consumo de maconha pode ser maior entre os jovens que trabalham do que entre aqueles que não o fazem. A tendência foi apontada num estudo da psiquiatra Delma de Souza, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). No trabalho, ela constatou que 8,6% dos jovens trabalhadores de Cuiabá já consumiram a droga - contra 4,4% entre aqueles que não trabalham. Participaram da pesquisa cerca de 3 mil estudantes com idades entre 10 e 20 anos.

Cérebro

O consumo regular de maconha pode alterar a estrutura do cérebro. A constatação é de médicos da universidade de Northwestern. Num estudo realizado por meio de ressonâncias magnéticas com 20 pessoas que usavam a droga pelo menos uma vez por semana e 20 que não usavam, eles constataram diferenças de tamanho e forma no órgão daqueles que eram consumidores de maconha. Segundo os cientistas, essas diferenças indicavam que o cérebro tenta se adaptar à exposição à droga.

Memória

A ideia de que fumar maconha afeta memória pode estar correta. Um estudo da universidade de Northwestern com 97 participantes que já tinham consumido a erva diariamente por cerca de três anos indicou alterações cerebrais nas áreas do órgão responsável pela memória e mau desempenho em testes realizados pelos cientistas. Na época do estudo, todos os voluntários tinham parado de usar a droga havia aproximadamente dois anos.

QI

Cerca de mil neozelandeses participaram de um estudo realizado pela universidade Duke entre 1972 e 2012. De acordo com os pesquisadores, testes realizados aos 13 e aos 38 anos com voluntários que começaram a usar maconha na adolescência e prosseguiram durante a vida apontaram um declínio médio de 8 pontos no quociente de inteligência dessas pessoas.

Grávidas

Um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) num hospital da zona norte de São Paulo com 1000 adolescentes grávidas mostrou que 1,7% delas admitia ter usado drogas como maconha e cocaína durante a gravidez. Estudos apontam que o consumo da droga durante a gravidez afeta a formação do bebê.

Psicoses

Distúrbios psicóticos (como alucinações, insônia severa e sensação de angústia intensa) são mais comuns entre pessoas que usam a maconha. A constatação é fruto de um estudo do Instituto de Psiquiatria de Londres. Nele, 1.900 pessoas entre 14 e 24 anos foram acompanhadas por cientistas por oito anos. No fim, verificou-se que a ocorrência de psicoses era mais comum entre quem usava ou já havia usado a droga do que entre quem nunca havia usado.

Insetos

Marcos Patrício Macedo é biólogo e agente da Polícia Civil no Distrito Federal. Por dois anos, ele analisou amostras de maconha à procura de restos de insetos. A partir deles, Macedo conseguiu determinar a origem da erva - que havia sido produzida no Mato Grosso e no Paraguai. O trabalho foi tema de sua tese de mestrado, defendida na Universidade de Brasília.

Dependência

O Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos EUA (NIH, em inglês) considera que a maconha pode causar dependência. De acordo com o órgão, 9% dos usuários da droga se tornam dependentes. Segundo o NIH, insônia, ansiedade e diminuição do apetite são alguns dos sintomas que pessoas que sofrem com dependência da maconha costumam sentir em períodos de abstinência.

Câncer

Um levantamento realizado pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontou uma relação entre a maconha e a ocorrência de câncer nos testículos. De acordo com a pesquisa, 25% dos pacientes que chegam ao Instituto do Câncer com a doença assumem que consomem maconha regularmente.

Gordura

Quando você põe uma comida gordurosa na boca, sua língua envia ao cérebro um sinal que estimula a produção de endocanabinóides no intestino. A descoberta é de pesquisadores da universidade da Califórnia. A liberação de endocanabinóides ativa em nosso corpo os canabinóides, que são os mesmo receptores responsáveis pela sensação de "barato" gerada pela maconha.

Tristeza

A tristeza pode ser um fator que leva as pessoas a fumar maconha. Num estudo realizado por médicos do Hospital da Criança de Boston, 40 usuários da droga foram acompanhados via computador por duas semanas. Ao longo do dia e sempre que consumiam maconha, eles deviam responder questionários sobre como estavam. No fim, foi constatado que a maioria da pessoas informava ter sentido sensações negativas nas 24 horas que antecediam o consumo da droga.

Intoxicação

O número de crianças que foram vítimas de intoxicação em estados americanos onde a maconha foi parcialmente legalizada cresceu 30% entre 2005 e 2011. Porém, esse número se manteve estável nos outros estados no mesmo período. A publicação científica Annals of Emergency Medicine publicou um estudo sobre o tema. A suspeita é de que a venda de produtos comestíveis contendo princípios ativos da erva justifique o fenômeno.

Insônia

Iniciar o consumo de maconha antes dos 15 anos de idade aumenta em duas vezes as chances de desenvolver insônia e outros problemas relacionados ao sono. A informação foi divulgada num estudo realizado por cientistas da universidade da Pensilvânia com 1.811 pessoas que tiveram contato com a substância.

Cânhamo

Cientistas da universidade de Minnesota descobriram traços no DNA que diferenciam o cânhamo da maconha. As duas plantas pertencem à espécie Cannabis sativa. Porém, o cânhamo possui uma concentração muito menor do princípio ativo THC (que gera os efeitos alucinógenos da droga) e, por isso, pode ser considerado um primo sóbrio da maconha - sendo usado na indústria têxtil em função de suas fibras.

Hormônio

A pregnenolona é um hormônio que reduz a atividade cerebral do receptor responsável pela sensação de "barato" gerada pela maconha. A descoberta dessa característica foi tema de um artigo publicado na revista Science. Em função desse aspecto, os cientistas estudam a possibilidade de usar o hormônio em métodos de tratamento para pessoas que sejam dependentes da droga.

Acidentes

Acidentes de trânsito envolvendo pessoas que consumiram maconha se tornaram mais frequentes no estado americano do Colorado após a legalização da erva para fins medicinais em 2009. A universidade do Colorado fez um estudo sobre o tema. No primeiro semestre de 1994, 4,5% dos acidentes na região entravam nessa categoria. No último semestre de 2011, eles eram 10% do total.

Esclerose

Os espasmos gerados pela esclerose múltipla podem ser aliviados com auxílio da maconha. Pelo menos, é o que indica um estudo realizado por cientistas da universidade da Califórnia. Num experimento com 30 pacientes com idade média de 50 anos, eles constataram o efeito benéfico entre aqueles que fumaram a erva durante o tratamento. Entretanto, mais estudos são necessários para confirmar a descoberta.

Esquizofrenia

A maconha contém uma substância que pode atenuar alguns sintomas da esquizofrenia. Essa substância é o canabidiol e sua relação com a esquizofrenia é estudada por Antonio Zuardi, psiquiatra ligado à Universidade de São Paulo (USP). Ele lembra que o uso isolado de canabidiol não gera efeitos alucinógenos. Essa característica está associada a outras substâncias presentes na erva, como o Tetrahidrocanabinol ou THC (que gera alucinações e não é recomendado para esquizofrênicos).

Epilepsia

Em abril, a justiça brasileira autorizou que uma mulher importasse legalmente um remédio à base de canabidiol (CDB). Um dos 80 princípios ativos da maconha, o CDB é usado nos EUA em medicamentos para convulsões causadas pela epilepsia. Embora não cure a doença, ele alivia as crises. Entretanto, há dúvidas sobre possíveis efeitos nocivos causados pela substância em tratamentos prolongados.

Estrogênio

Um estudo da universidade de Washington com fêmeas de camundongo mostrou que elas eram 30% mais sensíveis ao efeitos do THC (principal componente alucinógeno da maconha) do que os machos. Segundo os cientistas, a razão disso seria a maior concentração nelas do estrogênio (hormônio ligado ao processo de ovulação e outras características femininas). Esse hormônio as tornaria mais sensíveis ao THC.

Casais

Os casos de violência doméstica são menos frequentes entre casais que fumam maconha. A constatação é fruto de um estudo com 634 casais realizado pela universidade de Buffalo, nos EUA. De acordo com o levantamento, quanto mais frequente era o consumo da erva, menos frequente se tornavam as agressões.

Pulmões

Fumar maconha de duas a três vezes por mês não faz mal aos pulmões. A constatação é de um estudo assinado por oito médicos e divulgado na publicação científica Journal of the American Medical Association. Para o artigo, cinco mil americanos entre 18 e 30 anos de cinco cidades diferentes foram submetidos a questionários sobre o uso da erva e sobre suas capacidades físicas.

Filhos

Filhos de pais que fumaram maconha têm duas vezes mais chances de serem usuários da droga do que a média. A constatação é de um levantamento realizado por pesquisadores da universidade de Houston. O estudo reuniu dados de 655 pais e 1.277 filhos coletados entre 1977 e 2004.

Separação

 Filhos de pais que se separam têm mais chances de se tornarem usuários de maconha. A constatação é fruto de um estudo com mais de 3.000 mães e seus filhos realizado pela universidade de Queensland entre 2001 e 2004. De acordo com o levantamento, filhos de pais separados têm 2 vezes mais chances de se tornarem usuários da erva do que filhos de pais casados.

Diploma

Um estudo realizado na Austrália com 3.765 pessoas de até 30 anos constatou que quem começa a fumar maconha diariamente antes dos 17 anos tem 60 por cento de chances de não concluir o ensino médio ou uma faculdade. Realizado por pesquisadores da universidade de New South Wales, o trabalho foi publicado na revista Lancet Psychiatry.

Cientistas da universidade de Zurique fizeram entrevistas com 5.387 homens de cerca de 20 anos. 
Nelas, eles deveriam responder perguntas relacionadas à religião e consumo de substâncias como cigarro e maconha. O estudo constatou que cerca de 20% dos entrevistados que tinham alguma religião já haviam consumido maconha. Já entre os ateus, esse índice era de 36%.

Fonte: Info Exame(Modificado)