sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Brasil é o 5º em mortes por álcool entre países da América, diz pesquisa

O álcool é a causa de aproximadamente 80 mil mortes por ano no continente americano e o Brasil é o quinto país com maior número de óbitos ligados ao consumo de bebidas, aponta estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os dados foram publicados na edição on-line da revista científica “Addiction”.

O estudo analisou todas as mortes ligadas ao álcool entre 2007 e 2009 em 16 países da América do Norte e da América Latina. Eles afirmam que o uso da substância provocou uma média anual de 79.456 mortes que poderiam ter sido evitadas se não houvesse consumo de álcool.
Na maioria dos países, as doenças hepáticas foram a principal causa dessas mortes, seguidas de transtornos neuropsiquiátricos. Segundo os autores, a pesquisa só mostra “a ponta do iceberg de um problema maior”.
As taxas de mortalidade por consumo de álcool variam entre os países: as mais altas são as de El Salvador (uma média de 27,4 em 100 mil mortes por ano), Guatemala (22,3) e Nicarágua (21,3), México (17,8) e, em quinto lugar, do Brasil (12,2 para 100 mil mortes por ano).
Os índices se distanciam dos registrados na Colômbia (1,8), Argentina (4,0), Venezuela (5,5), Equador (5,9), Costa Rica (5,8), e Canadá (5.7). Em todos os países estudados, 84% dos mortos que tiveram relação com álcool eram homens.
Por idade, as taxas mais altas de mortalidade por consumo de álcool foi registrada no grupo de pessoas entre 50-69 anos na Argentina, Canadá, Costa Rica, Cuba, Paraguai e Estados Unidos. No Brasil, no Equador e na Venezuela, as maiores taxas de mortalidade por álcool foram entre pessoas com idade entre 40 e 49 anos.
Já o México registrou um padrão diferente. O risco de morte por ingestão de álcool aumenta ao longo da vida e alcança seu máximo depois dos 70 anos.
Segundo os autores do estudo, as mortes ligadas ao consumo de álcool podem ser prevenidas através de políticas e intervenções que reduzem a ingestão de bebidas, incluindo restrições à disponibilidade de produtos, aumento de preços e controle no mercado e na publicidade.

Fonte:G1

Sistema de saúde britânico usará remédio para tratar alcoolismo

Uma droga que reduz a dependência de álcool vai ser disponibilizada pelo Sistema Nacional de Saúde do Reino Unidopara 600 mil pessoas da Inglaterra e País de Gales. O medicamento Nalmefene foi recomendado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Nacional para a Saúde e Excelência em Cuidados (Nice, em inglês) e deve ser fornecido para tratamento.

Também chamado de Selincro, o remédio é fabricado pelo laboratório Lundbeck. Cada comprimido custará cerca de 3 libras (quase R$ 12). A droga é licenciada para pessoas que vão aliar seu uso ao apoio psicossocial.

De acordo com Carole Longson, representante do Nice, os que usarem o Nalmefene já terão dado grandes passos contra a dependência do álcool. “Temos o prazer em recomendar o seu uso para apoiar pessoas em seus esforços contra a dependência”, explica a especialista na nota divulgada pela instituição britânica.
Até o fim de novembro, está prevista a divulgação da orientação final sobre uso do remédio, além de informações sobre financiamento do tratamento. A expectativa é que a pessoa em tratamento utilize um comprimido ao dia.
Problema grave
Mais de 3 milhões de pessoas morreram em decorrência do consumo de álcool em 2012, por causas que variaram desde câncer até a violência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em média, de acordo com a agência das Nações Unidas, cada pessoa no mundo com 15 anos ou mais bebe 6,2 litros de álcool puro por ano. Mas menos de metade da população - 38,3% - bebe. Ou seja, aqueles que de fato bebem consomem uma média de 17 litros de álcool puro por ano. Pessoas mais pobres são geralmente as mais afetadas pelas consequências sociais e à saúde ocasionadas pelo uso da substância, disse ele.
O relatório global sobre álcool e saúde cobriu 194 países e observou o consumo de álcool, seus impactos na saúde pública e repostas de políticas de combate. O estudo descobriu que alguns países estão reforçando suas medidas para proteger as pessoas do consumo exagerado. Elas incluem o aumento de impostos sobre o álcool, a limitação da disponibilidade do produto por meio da imposição de limites de idade e a regulamentação da divulgação.
Globalmente, a Europa tem o maior consumo de álcool por pessoa. A OMS disse que a análises de tendências globais mostra que o consumo tem sido estável nos últimos cinco anos na Europa, na África e nas Américas. Mas tem crescido no Sudeste Asiático e na região ocidental do Pacífico.

Fonte:http://g1.globo.com/

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Cinco pontos sobre o Crack

Acompanhamento de usuários nas cidades de São Paulo e Campinas ao longo de três anos leva pesquisadora a abordar o consumo da droga sob diferentes aspectos, o que pode contribuir para o debate público sobre o tema.

A experiência do consumo de ´crack` não pode ser explicada unicamente pelas propriedades químicas da substância, mas seus efeitos sobre o organismo não devem também ser negados. (foto: Marco Gomes)

O primeiro ponto a ser ressaltado é o de que a compreensão da experiência do consumo de crack não pode ser explicada unicamente pelas propriedades químicas da substância ou, usando os termos de Maurício Fiore, em tese recente sobre uso de drogas, pelos seus “agenciamentos avassaladores” sobre o organismo humano. Mas eles não devem também ser negados.

Para uma perspectiva mais complexa e inter-relacionada sobre o assunto, é preciso observar como esses efeitos continuamente repetitivos se ligam à produção de traços, expressões, marcações e comportamentos corporais específicos (ou seja, corporalidades), e como essas corporalidades só podem ser entendidas à luz de toda uma trama social bem mais ampla. Uma trama que envolve pessoas, substâncias, sensações, instituições, disputas políticas e terapêuticas, objetos, ideias e espaços.

Nessa mesma direção, é ainda pouco útil querer saber ´por que` as pessoas usamcrack ou ´por que` se dirigem para espaços como as chamadas ´cracolândias`, uma vez que os motivos que fazem alguém começar a usar crack ou se dirigir para tais espaços – territorialidades – não são os mesmos que o fazem continuar. Mais proveitoso, portanto, é indagar ´como`, ´com quem` e ´de que modo` as pessoas estabelecem relações com a substância e com os espaços, pois nesses cenários elas têm que criar e contar com estratégias de uso e com aproximações conjunturais. Essas estratégias e aproximações são necessárias, no limite, para a manutenção da vida – o que torna o ´problema do crack` algo muito mais complicado. 

Ao fim dessa argumentação, porém, é preciso dar um passo atrás e recordar que, seja qual for o envolvimento de alguém com o crack, esse envolvimento é sempre situacional e variável ao longo de uma trajetória específica, bem como do contato com uma rede de outros usuários. Lembrar, sobretudo, que esse consumo, no fundo e no fim das contas, revela apenas uma face – pequena – de tudo aquilo que uma pessoa é.

Impactos políticos 

O crack não teve só efeitos negativos. A fala pública em torno de uma ascensão do consumo e dos consumidores da droga no Brasil – que, entretanto, não se configura uma epidemia – impulsionou a criação e reestruturação de recentes políticas de saúde pública no país, especialmente as específicas sobre drogas.

O crack não teve só efeitos negativos. A fala pública em torno da ascensão do consumo da droga no país impulsionou a criação e reestruturação de recentes políticas de saúde pública, especialmente aquelas sobre drogas. (foto: Marco Gomes)


Entre 2004 e 2005, o próprio texto da política do Ministério da Saúde reconhecia o “atraso histórico” do Sistema Único de Saúde (SUS) em se posicionar sobre a questão do consumo de drogas. Mas, a partir de 2009, quando começa a aumentar a veiculação de notícias sobre crack, surge um enfoque crescente na estruturação de uma rede de serviços públicos para tratar a questão, incorporando inclusive a abordagem de redução de danos (a oferta de orientações e cuidados de saúde, sem repressão, ancorada na defesa de direitos humanos), pelos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPSads). 

Nesse período, há o fortalecimento das equipes de consultório de rua, bem como a elaboração de distintos planos integrados e intersetoriais. A posição oposta também ganha relevo: é visível a efervescência das discussões sobre internações involuntárias e compulsórias, aliada ao fortalecimento econômico e político das comunidades terapêuticas.

O que se extrai disso, portanto, é que a ampla exposição em torno do crack contribuiu para acirrar as disputas públicas sobre os modelos de tratamento para a dependência química e para gerar um emaranhado de instituições e atores cujos conflitos por recursos, poder, legitimidade e terapêutica têm movimentado, e muito, a cena pública contemporânea. Se há nisso embates, há também efeitos políticos significativos, dos quais o principal é o fato de que o uso de drogas foi, em definitivo, assumido como uma “questão de saúde pública”.

Fonte:Instituto Ciência Hoje

China lança campanha anti-drogas

Campanha de seis meses, tem como alvo a produção, tráfico e venda de drogas. 

Um nova rodada de medidas severas contra a produção e venda ilegais de drogas começou em 108 cidades em toda a China, disse o Ministério da Segurança Pública, na segunda-feira.

A campanha, que terá duração de seis meses, tem como alvo a produção, tráfico e venda de drogas. O ministério vai aumentar o cerco contra o tráfico através da internet e usuários de drogas, disse o ministro em um comunicado.

A China enfrenta um desafio severo na luta contra crimes relacionados com drogas, apesar dos resultados eficazes alcançados devido à cooperação internacional entre China, Mianmar, Laos e Tailândia.

"Políticas rígidas devem ser sempre adotadas para aplicar medidas severas contra crimes relacionados com drogas", disse o ministro de Segurança Pública, Guo Shengkun, que espera uma cooperação internacional mais pragmática.

O ministério irá supervisionar o combate às drogas em todo o país e pessoas encarregadas pela campanha serão responsáveis se forem descobertas ignorando seu dever, diz o texto.

No primeiro semestre do ano, a polícia chinesa prendeu 58 mil pessoas, confiscou 25.850 quilos de drogas e desmantelou mais de 1,6 mil quadrilhas de produção e venda de drogas. 

Fonte: CRI online

França começa a restringir uso do cigarro eletrônico

As medidas fazem parte de um plano contra o tabagismo revelado pela ministra da Saúde, Marisol Touraine, na semana passada. O anúncio inclui uma reivindicação antiga das associações de luta contra o fumo: a adoção de embalagens neutras para os cigarros comuns. O espaço para a marca será reduzido e todos os pacotes terão a mesma forma, tamanho e tipografia. O fumo dentro de veículos com a presença de menores de 12 anos vai ser proibido.

A ministra reconhece que o cigarro eletrônico é menos nocivo para a saúde e pode ser um bom caminho para quem quer parar de fumar, afinal o produto contém nicotina, mas não tabaco. O pneumologista Bertrand Dautzenberg, presidente da Agência Francesa de Prevenção ao Tabagismo, garante que o cigarro eletrônico provoca menos dependência.

“O cigarro eletrônico faz menos mal e mantém uma boa imagem mesmo com essas medidas. Não houve a intenção de questionar os benefícios do cigarro eletrônico em relação ao cigarro normal”, afirma. “O governo quis dizer que ele não é um produto sadio, mas é infinitamente melhor do que o cigarro de verdade.”

Mais limites no futuro

O governo francês já indicou a intenção de adotar, para os cigarros eletrônicos, as mesmas restrições aplicadas aos cigarros à base de tabaco. A questão ainda provoca controvérsias dentro da Europa – enquanto a Itália classifica os cigarros eletrônicos como medicamento para parar de fumar, a Croácia proíbe o uso do produto em todos os lugares públicos.

Dautzenberg é favorável a esse método para acabar com o vício. “O meu desejo é que daqui a 20 anos não haja mais nenhum fumante na França graças ao cigarro eletrônico, e cinco anos depois não tenha mais nenhum usuário de cigarro eletrônico. As coisas caminham nesse sentido”, observa. ”Seja fumaça ou vapor, o melhor é que crianças e jovens não cresçam assistindo à cena de pessoas consumindo cigarros.”

A radiologista Amélie, de 26 anos, fumava um maço de cigarros por dia e, desde que adotou o cigarro eletrônico, afirma estar menos dependente. “Eu acho que é compreensível que seja comparado com o cigarro normal, enquanto não se sabe com certeza quais são os efeitos na saúde. Mas se um dia provarem que não é prejudicial, espero que voltem a nos dar o direito de fumar o cigarro eletrônico em todos os lugares”, comenta. “Parei com o cigarro normal e hoje o cheiro do tabaco me dá tanto nojo quanto para uma pessoa que parou totalmente de fumar. Só continuo com o cigarro eletrônico por causa da dependência à nicotina.”

Já a vendedora Lucie, 28 anos, acha as restrições ao produto um retrocesso. Ela é fumante há 12 anos e também abandonou o tabaco.

“Já demos esse passo à frente, por que voltaríamos atrás? Seria ridículo. Restringir o acesso não é uma solução para ninguém – pelo contrário, é uma burrice”, reclama. “Eu acho que não tem comparação: o gosto é bem melhor e a gente sente que está agredindo menos a saúde.”

Fabricantes protestam

Entre os comerciantes do produto, as medidas não foram bem recebidas. O presidente da federação dos fabricantes, Arnaud de Rauly, acha que as proibições vão de encontro ao plano do governo francês de, em 20 anos, acabar com o tabagismo.

“As medidas que atingem o cigarro eletrônico são simplesmente aberrantes, porque os colocam no mesmo nível de um produto de tabaco. Já foi provado que os cigarros eletrônicos são infinitamente menos perigosos que o cigarro clássico”, diz. “Nós vamos dialogar com as instituições competentes para explicar essa situação e chegar a medidas bem menos punitivas, afinal as vendas de tabaco caíram 7% em agosto em relação a janeiro deste ano – e isso graças ao cigarro eletrônico.”

Rauly argumenta que quem adota o cigarro eletrônico acaba fumando menos porque os hábitos do vício se modificam. “Quando você acende um cigarro, você fuma ele até o fim. Quando você usa um cigarro eletrônico, você dá uma ou duas tragadas e depois só volta a usá-lo uma ou duas horas depois”, explica. “Você não vai dar 12 tragadas de uma vez só porque o cigarro está aceso.”

No Brasil e em boa parte da América Latina, o cigarro eletrônico é proibido. Em Honk Kong, a simples posse do produto é passível de uma multa de R$ 30 mil.

Fonte:rfi portugues

TJSC condena multinacional por vender cerveja "sem álcool" com álcool na composição

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina condenou por unanimidade a Ambev a pagar R$ 1 milhão por ter comercializado no Estado cerveja Kronenbier que, embora fosse vendida como “sem álcool”, trazia álcool na composição, na medida de 0,3g/100g. A presença da substância foi comprovada em testes de laboratório.

O valor da indenização será revertido para Reconstituição de Bens Lesados e deve ser usado na implementação de medidas em favor dos consumidores em Santa Catarina.

Em sua defesa, a multinacional usou decreto de 1997, que classifica como bebida sem álcool aquela que tenha em sua composição menos de 0,5g/100g, sem obrigatoriedade de constar essa informação no rótulo do produto. O desembargador substituto Odson Cardoso Filho, relator da apelação, defendeu que o decreto não pode se sobrepor ao que está previsto no Código de Defesa do Consumidor.

O magistrado citou riscos à saúde de consumidores que, impedidos de consumir álcool, acreditaram na informação da empresa e beberam sem imaginar as possíveis consequências. Pessoas alérgicas, usuários de medicamentos incompatíveis com a ingestão de bebidas alcoólicas e dependentes químicos em tratamento de reabilitação foram lembrados pelo desembargador.

A empresa ainda pode recorrer da decisão do TJSC.

Fonte:O sol diário

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

COISAS QUE A CIÊNCIA JÁ DESCOBRIU SOBRE A MACONHA

Polêmica acesa

A maconha é a droga ilícita mais cultivada, traficada e consumida do mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Por essa e diversas outras razões, a erva tem despertado a curiosidade de muita gente na ciência. E não faltam estudos sobre o tema. Reunimos a seguir alguns deles.

Consumo

Cerca de 8 milhões de brasileiros já experimentaram maconha. O dado é do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pelo Governo Federal em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Dos 8 milhões que já fumaram a erva, aproximadamente 1,5 milhão 
faz isso diariamente.

Entrada?

A tese de que a maconha é uma porta de entrada para outras drogas pode não fazer sentido. Pelo menos, foi o que apontou um estudo da universidade de Pittsburgh. Nele, 214 meninos com algum tipo de envolvimento com drogas legais ou ilegais foram acompanhados dos 10 aos 22 anos. No fim do experimento, não foi constatada nenhuma relação direta entre o consumo de maconha e o posterior uso de outras substâncias. Segundo cientistas, fatores como pouca ligação com os pais se mostraram mais influentes no envolvimento com drogas.

Trabalhadores

O consumo de maconha pode ser maior entre os jovens que trabalham do que entre aqueles que não o fazem. A tendência foi apontada num estudo da psiquiatra Delma de Souza, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). No trabalho, ela constatou que 8,6% dos jovens trabalhadores de Cuiabá já consumiram a droga - contra 4,4% entre aqueles que não trabalham. Participaram da pesquisa cerca de 3 mil estudantes com idades entre 10 e 20 anos.

Cérebro

O consumo regular de maconha pode alterar a estrutura do cérebro. A constatação é de médicos da universidade de Northwestern. Num estudo realizado por meio de ressonâncias magnéticas com 20 pessoas que usavam a droga pelo menos uma vez por semana e 20 que não usavam, eles constataram diferenças de tamanho e forma no órgão daqueles que eram consumidores de maconha. Segundo os cientistas, essas diferenças indicavam que o cérebro tenta se adaptar à exposição à droga.

Memória

A ideia de que fumar maconha afeta memória pode estar correta. Um estudo da universidade de Northwestern com 97 participantes que já tinham consumido a erva diariamente por cerca de três anos indicou alterações cerebrais nas áreas do órgão responsável pela memória e mau desempenho em testes realizados pelos cientistas. Na época do estudo, todos os voluntários tinham parado de usar a droga havia aproximadamente dois anos.

QI

Cerca de mil neozelandeses participaram de um estudo realizado pela universidade Duke entre 1972 e 2012. De acordo com os pesquisadores, testes realizados aos 13 e aos 38 anos com voluntários que começaram a usar maconha na adolescência e prosseguiram durante a vida apontaram um declínio médio de 8 pontos no quociente de inteligência dessas pessoas.

Grávidas

Um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) num hospital da zona norte de São Paulo com 1000 adolescentes grávidas mostrou que 1,7% delas admitia ter usado drogas como maconha e cocaína durante a gravidez. Estudos apontam que o consumo da droga durante a gravidez afeta a formação do bebê.

Psicoses

Distúrbios psicóticos (como alucinações, insônia severa e sensação de angústia intensa) são mais comuns entre pessoas que usam a maconha. A constatação é fruto de um estudo do Instituto de Psiquiatria de Londres. Nele, 1.900 pessoas entre 14 e 24 anos foram acompanhadas por cientistas por oito anos. No fim, verificou-se que a ocorrência de psicoses era mais comum entre quem usava ou já havia usado a droga do que entre quem nunca havia usado.

Insetos

Marcos Patrício Macedo é biólogo e agente da Polícia Civil no Distrito Federal. Por dois anos, ele analisou amostras de maconha à procura de restos de insetos. A partir deles, Macedo conseguiu determinar a origem da erva - que havia sido produzida no Mato Grosso e no Paraguai. O trabalho foi tema de sua tese de mestrado, defendida na Universidade de Brasília.

Dependência

O Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos EUA (NIH, em inglês) considera que a maconha pode causar dependência. De acordo com o órgão, 9% dos usuários da droga se tornam dependentes. Segundo o NIH, insônia, ansiedade e diminuição do apetite são alguns dos sintomas que pessoas que sofrem com dependência da maconha costumam sentir em períodos de abstinência.

Câncer

Um levantamento realizado pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontou uma relação entre a maconha e a ocorrência de câncer nos testículos. De acordo com a pesquisa, 25% dos pacientes que chegam ao Instituto do Câncer com a doença assumem que consomem maconha regularmente.

Gordura

Quando você põe uma comida gordurosa na boca, sua língua envia ao cérebro um sinal que estimula a produção de endocanabinóides no intestino. A descoberta é de pesquisadores da universidade da Califórnia. A liberação de endocanabinóides ativa em nosso corpo os canabinóides, que são os mesmo receptores responsáveis pela sensação de "barato" gerada pela maconha.

Tristeza

A tristeza pode ser um fator que leva as pessoas a fumar maconha. Num estudo realizado por médicos do Hospital da Criança de Boston, 40 usuários da droga foram acompanhados via computador por duas semanas. Ao longo do dia e sempre que consumiam maconha, eles deviam responder questionários sobre como estavam. No fim, foi constatado que a maioria da pessoas informava ter sentido sensações negativas nas 24 horas que antecediam o consumo da droga.

Intoxicação

O número de crianças que foram vítimas de intoxicação em estados americanos onde a maconha foi parcialmente legalizada cresceu 30% entre 2005 e 2011. Porém, esse número se manteve estável nos outros estados no mesmo período. A publicação científica Annals of Emergency Medicine publicou um estudo sobre o tema. A suspeita é de que a venda de produtos comestíveis contendo princípios ativos da erva justifique o fenômeno.

Insônia

Iniciar o consumo de maconha antes dos 15 anos de idade aumenta em duas vezes as chances de desenvolver insônia e outros problemas relacionados ao sono. A informação foi divulgada num estudo realizado por cientistas da universidade da Pensilvânia com 1.811 pessoas que tiveram contato com a substância.

Cânhamo

Cientistas da universidade de Minnesota descobriram traços no DNA que diferenciam o cânhamo da maconha. As duas plantas pertencem à espécie Cannabis sativa. Porém, o cânhamo possui uma concentração muito menor do princípio ativo THC (que gera os efeitos alucinógenos da droga) e, por isso, pode ser considerado um primo sóbrio da maconha - sendo usado na indústria têxtil em função de suas fibras.

Hormônio

A pregnenolona é um hormônio que reduz a atividade cerebral do receptor responsável pela sensação de "barato" gerada pela maconha. A descoberta dessa característica foi tema de um artigo publicado na revista Science. Em função desse aspecto, os cientistas estudam a possibilidade de usar o hormônio em métodos de tratamento para pessoas que sejam dependentes da droga.

Acidentes

Acidentes de trânsito envolvendo pessoas que consumiram maconha se tornaram mais frequentes no estado americano do Colorado após a legalização da erva para fins medicinais em 2009. A universidade do Colorado fez um estudo sobre o tema. No primeiro semestre de 1994, 4,5% dos acidentes na região entravam nessa categoria. No último semestre de 2011, eles eram 10% do total.

Esclerose

Os espasmos gerados pela esclerose múltipla podem ser aliviados com auxílio da maconha. Pelo menos, é o que indica um estudo realizado por cientistas da universidade da Califórnia. Num experimento com 30 pacientes com idade média de 50 anos, eles constataram o efeito benéfico entre aqueles que fumaram a erva durante o tratamento. Entretanto, mais estudos são necessários para confirmar a descoberta.

Esquizofrenia

A maconha contém uma substância que pode atenuar alguns sintomas da esquizofrenia. Essa substância é o canabidiol e sua relação com a esquizofrenia é estudada por Antonio Zuardi, psiquiatra ligado à Universidade de São Paulo (USP). Ele lembra que o uso isolado de canabidiol não gera efeitos alucinógenos. Essa característica está associada a outras substâncias presentes na erva, como o Tetrahidrocanabinol ou THC (que gera alucinações e não é recomendado para esquizofrênicos).

Epilepsia

Em abril, a justiça brasileira autorizou que uma mulher importasse legalmente um remédio à base de canabidiol (CDB). Um dos 80 princípios ativos da maconha, o CDB é usado nos EUA em medicamentos para convulsões causadas pela epilepsia. Embora não cure a doença, ele alivia as crises. Entretanto, há dúvidas sobre possíveis efeitos nocivos causados pela substância em tratamentos prolongados.

Estrogênio

Um estudo da universidade de Washington com fêmeas de camundongo mostrou que elas eram 30% mais sensíveis ao efeitos do THC (principal componente alucinógeno da maconha) do que os machos. Segundo os cientistas, a razão disso seria a maior concentração nelas do estrogênio (hormônio ligado ao processo de ovulação e outras características femininas). Esse hormônio as tornaria mais sensíveis ao THC.

Casais

Os casos de violência doméstica são menos frequentes entre casais que fumam maconha. A constatação é fruto de um estudo com 634 casais realizado pela universidade de Buffalo, nos EUA. De acordo com o levantamento, quanto mais frequente era o consumo da erva, menos frequente se tornavam as agressões.

Pulmões

Fumar maconha de duas a três vezes por mês não faz mal aos pulmões. A constatação é de um estudo assinado por oito médicos e divulgado na publicação científica Journal of the American Medical Association. Para o artigo, cinco mil americanos entre 18 e 30 anos de cinco cidades diferentes foram submetidos a questionários sobre o uso da erva e sobre suas capacidades físicas.

Filhos

Filhos de pais que fumaram maconha têm duas vezes mais chances de serem usuários da droga do que a média. A constatação é de um levantamento realizado por pesquisadores da universidade de Houston. O estudo reuniu dados de 655 pais e 1.277 filhos coletados entre 1977 e 2004.

Separação

 Filhos de pais que se separam têm mais chances de se tornarem usuários de maconha. A constatação é fruto de um estudo com mais de 3.000 mães e seus filhos realizado pela universidade de Queensland entre 2001 e 2004. De acordo com o levantamento, filhos de pais separados têm 2 vezes mais chances de se tornarem usuários da erva do que filhos de pais casados.

Diploma

Um estudo realizado na Austrália com 3.765 pessoas de até 30 anos constatou que quem começa a fumar maconha diariamente antes dos 17 anos tem 60 por cento de chances de não concluir o ensino médio ou uma faculdade. Realizado por pesquisadores da universidade de New South Wales, o trabalho foi publicado na revista Lancet Psychiatry.

Cientistas da universidade de Zurique fizeram entrevistas com 5.387 homens de cerca de 20 anos. 
Nelas, eles deveriam responder perguntas relacionadas à religião e consumo de substâncias como cigarro e maconha. O estudo constatou que cerca de 20% dos entrevistados que tinham alguma religião já haviam consumido maconha. Já entre os ateus, esse índice era de 36%.

Fonte: Info Exame(Modificado)

DOR

As resposta culturais e habituais por parte das famílias à dor ou à crise de um dos membros é a proteção. Através da redução da dor procura-se acalmar a crise e ajudar o membro afetado com o objetivo de protegê-lo e de proteger a família. Esta reação familiar é universal e manifesta-se principalmente no caso das doenças agudas.

Em se tratando de dependência química, assim como em várias outras situações, estas respostas não resolvem os problemas, pois impedem que o dependente químico aprenda com as experiências dolorosas que levam à consciência de que a dependência lhe está criando problemas .

Codependência é uma resposta normal a uma situação anormal. Neste primeiro estágio a codependência é da adicção.

Vários casos relatados revelam que a manifestação da Síndrome da Codependência respeita em geral uma certa ordem de acontecimentos. Nota-se, por exemplo, que quando estas respostas prescritas culturalmente para o estresse e para a crise não trazem o alívio à dor causada pela dependência química na família, os familiares persistem em assumir responsabilidades.

Fazem as mesmas coisas, porém mais vezes, com mais intensidade, com mais desespero. Tentam dar mais apoio, serem mais úteis, mais protetores. Assumem as responsabilidades dos dependentes e não percebem que isto os leva a se tornarem mais irresponsáveis.

Com esta reação da família, as coisas pioram ao invés de melhorar, e a sensação de fracasso intensifica os esforços. Os familiares experimentam frustração, ansiede e culpa. Existe uma crescente autocensura, uma diminuição do autoconceito e comportamentos que levam ao fracasso. Os familiares tornam-se isolados. Focalizam o comportamento dependente e suas tentativas de controlá-lo. Têm pouco tempo para se dedicar Às próprias atividades. Como resultado, perdem o contato com o mundo fora do círculo familiar disfuncional.

A resposta habitual e continuada à dependência no meio familiar resulta em padrões repetitivos de comportamentos autodestrutivos. As tentativas familiares pata o esforço de ajuda, via de regra, fracassam.

Os sentimentos, os pensamentos e o comportamento dos codependentes estão fora de controle e continuarão independente da adicção. A degeneração dos codependentes torna-se visivelmente física, emocional e social.

A degeneração social acontece quando o foco da adicção interfere nos relacionamentos e nas atividades sociais. A degeneração espiritual ocorre quando o foco do problema se torna tão grave que não há mais interesse em nada além dele, principalmente preocupações e necessidades relacionadas à um maior significado na vida.
Lidar com a tragédia

A tragédia faz parte da vida. Se não as enfrentamos agora, parece sempre ter uma tragédia iminente, grande ou pequena. Mas o efeito da tragédia mistura-se com a vitória e a derrota.

A derrota está em saber que não podemos mudar as circunstâncias materiais da situação. A vitória está em saber que este fardo não é só nosso; é também o fardo de um Deus amoroso, conforme o entendemos.

Há um Pode Superior em ação, e em toda tragédia há o poder do amor buscando expressar-se na situação e em nós. A nobreza desta vida só fracassa quando não deixamos os resultados com Deus.

Sei lidar com a tragédia?
            
“Pai, mesmo quando for difícil, ajuda-me a ser amável com meus irmãos como és amável comigo.”  

HAROLDO J. RAHM, SJ
PRESIDENTE EMÉRITO DO INSTITUTO PADRE HAROLDO E DO AMOR-EXIGENTE

DEPENDENTES QUÍMICOS TROCAM DROGAS PELO AÇÚCAR

Rodney Zimmers tinha 21 anos e pesava 61 quilos quando deixou de consumir heroína e cocaína. Três anos depois, ainda estava livre das drogas, mas pesava 113 quilos. Ele atribui o ganho de peso aos alimentos calóricos que eram servidos no centro de reabilitação.

"Depois que fiquei sóbrio, continuei a comer essas coisas horríveis", disse Zimmers, hoje com 29 anos e fundador do Blueprints for Recovery, um centro de tratamento no Arizona.

"Aprendi a estar sóbrio, mas não me cuidava em relação às outras coisas. Não sabia cozinhar nem fazer supermercado, porque nunca tinha feito isso."
Sua história é semelhante às dos que estão em recuperação, pessoas que geralmente engordam muito na caminhada rumo ao bem-estar. A maioria dos programas de reabilitação não dá muita atenção à nutrição.

"O principal foco era apenas 'livrá-los da substância', e o resto se ajeitaria por si só", disse Carolyn Coker Ross, especialista em tratamentos para dependência química e transtornos alimentares, que já assessorou centros de reabilitação.

Apesar de frutas, hortaliças e proteínas serem servidos nos centros de reabilitação, as dietas também incluíam açúcares refinados, refrigerantes, energéticos e petiscos açucarados, gordurosos ou com muito sal (os chamados "hiperpalatáveis").

O açúcar foi considerado um substituto inofensivo para as drogas e o álcool. Os Alcoólicos Anônimos pedem que os dependentes sempre tenham um doce.

Mas, apesar de os doces terem aliviado a "fissura" por drogas de algumas pessoas, muitas delas acabaram "transferindo o vício" para o açúcar.

"Uma vez livre das drogas, o cérebro sente falta das recompensas dos hiperpalatáveis", disse a médica Pamela Peeke, autora do livro "The Hunger Fix" ("o conserto da fome").

"Então você acaba por transferir o vício", acrescentou. "Da cocaína para os cupcakes."
Estudo publicado em 2013 no "The American Journal of Clinical Nutrition" mostrou que o açúcar estimula a "fissura".

Outro estudo de 2013 constatou que, pelo menos em ratos, biscoitos ativaram o núcleo accumbens, o centro de recompensas ou prazer do cérebro, tanto quanto a cocaína e a morfina. Isso tem um efeito na psique e na autoestima do dependente.

"Alguns têm recaídas porque estão muito desgostosos com a quantidade de peso que ganharam", disse a médica Marianne Chai, da clínica de recuperação New York Center for Living.

"Não querem investir de quatro a seis meses em dieta rigorosa e exercícios. Por isso consomem estimulantes, ou às vezes cocaína, para perder peso."

Com maior consciência dos efeitos do açúcar, algumas clínicas de reabilitação estão reformulando suas dietas. "Estamos substituindo as soluções ruins pelas saudáveis", disse Peeke.

No Center for Living, os pacientes plantam hortaliças e estão proibidos de consumirem açúcares processados, cafeína ou bebidas energéticas.

"A maioria dos jovens não sabe como escolher os alimentos", disse Chai, para quem uma dieta apropriada pode desempenhar um papel vital, pois maximiza a recuperação de uma "maneira sustentável e duradoura".

Nem todo mundo concorda. O médico Mark Willenbring, fundador da clínica Alltyr, em St. Paul (Minnesota), diz que a reabilitação deve fornecer uma dieta saudável. "Mas isso afetará a recuperação? Acho que não."

Christopher Kennedy Lawford, autor de "What Addicts Know" ("o que os viciados sabem"), disse: "Quando você se acostuma a se injetar heroína ou a tomar uma garrafa de vodca, o açúcar realmente parece inofensivo. É difícil levá-lo a sério."

Ele disse que seu primeiro vício foi o açúcar. "O que você pensa, o que ingere, como se exercita, tudo está relacionado", disse. "Precisamos aprender mais sobre isso"

Fonte:Jornal Folha de S. Paulo

GOVERNO DA ARGENTINA DISCUTE DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO DE DROGAS

O secretário de políticas antidrogas da Argentina, o padre Juan Carlos Molina, declarou que irá apresentar um projeto para mudar a lei do país para que um usuário não possa ser preso.

Ele afirma que trata-se de legalizar algo que já acontece, pois já há decisões da Suprema Corte que, supostamente, garantem que os que compram drogas para usá-las não vão para a cadeia. E,2009, a instância máxima da Justiça argentina julgou um caso de cinco maiores de idade detidos com três cigarros de maconha cada não poderiam ir presos, pois a lei que determinava que o uso pessoal de drogas é punível com até dois anos de cadeia é inconstitucional.

É esse texto da lei que Molina quer alterar. Um dos artigos, por exemplo, determina penas de 1 a 15 anos de prisão a quem "plante ou cultive plantas ou guarde sementes usadas na produção de estupefacientes", um outro diz que quem tiver drogas pode ir preso de 1 a 6 anos, reduzidos para um mês a dois anos se a quantidade for pequena.

Molina diz que deve-se penalizar a comercialização e que os traficantes têm que ser presos.
O padre, que pertence ao grupo kirchnerista "La Cámpora", afirma considerar que apesar da jurisprudência, há "violência institucional" e que algumas pessoas são detidas até que um juiz decida que o delito não é punível, o que, nas contas dele, resulta em custos de 1,2 bilhão de pesos por ano (cerca de R$ 340 milhões). As declarações foram dadas a uma rádio de Buenos Aires.

O chefe de gabinete de Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, confirmou que o governo irá dar impulso à iniciativa, dizendo que a "não criminalização pretende ver aqueles que têm problemas de adicção com um olhar compreensivo do Estado", e que a presidente convoca "todos os cultos, municípios e 

Estados" a recuperar os que padecem de um problema de vício.
A proposta não agradou o presidente da associação antidrogas, Cláudio Izaguirre. "Eu escrevi uma carta ao papa pedindo para que se excomungue o padre (Juan Molina), que representa a Igreja Católica no governo e pensa o oposto do que [pensa] o papa Francisco", diz.

Ele afirma que o governo está cedendo à pressão de grupos internacionais que teriam interesse em comercializar drogas na América Latina, e diz que Molina "radicalizou o que já pensava" depois de encontros com a organização Open Society, fundada pelo bilionário George Soros.

ÁLCOOL

O secretário Molina ainda criticou a publicidade de álcool e de remédios. "É importante regulamentar a publicidade de álcool e de medicamentos, que é um mundo mágico no qual tudo se soluciona com uma pílula em um minuto", disse.

E ainda afirmou que as bebidas alcoólicas não poderiam ser patrocinadoras de clubes de futebol ou de eventos culturais.

"As mulheres mais lindas não podem ser as [que aparecem nas campanhas] da cerveja, porque isso não é real", disse o padre.

Fonte:Jornal Folha de S. Paulo

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Projeto pretende disponibilizar contraceptivo a usuárias de crack

Fornecer às usuárias de crack um contraceptivo subcutâneo para evitar a formação de novas gerações dos bebês do crack. Essa possibilidade está perto de se tornar realidade em Santos.
O primeiro passo para esse atendimento às mulheres em situação de risco foi dado ontem à noite na Câmara, com a aprovação, em primeira discussão, do projeto de lei criando a Política Municipal de Planejamento Reprodutivo em Populações Vulneráveis no Município.

A matéria é de autoria do vereador Evaldo Stanislau (PT) e prosperou no Legislativo porque os vereadores derrubaram o parecer contrário da Comissão Permanente de Justiça, Redação e Legislação Participativa. O projeto, agora, segue para outras comissões permanentes da Casa antes de ir para a segunda e última aprovação em plenário.

Segundo explicou Evaldo, a distribuição do contraceptivo nas usuárias de crack se mostrou uma experiência positiva em cidades como Ribeirão Preto, onde estudos apontam que as usuárias de crack chegam a manter uma média de 4 a 12 relações sexuais, com parceiros diferentes, para conseguir dinheiro para a compra das pedras de crack.

O contraceptivo é de longa duração e, em Santos, os ginecologistas da rede pública de Saúde já estão sendo capacitados para usarem essa substância.

O projeto de Evaldo foi elogiado pela maioria dos vereadores. “Quem nunca viu essas meninas em Santos vendendo seus corpos só para comprar droga?”, questionou Adilson Júnior (PT).

Já Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB) citou o fato de o crack estar “desgraçando as famílias”. “O que será desses fetos dessas moças que são verdadeiros zumbis?”.

Fonte:Diário do Litoral

União Europeia aprova proibição de quatro drogas sintéticas

O Conselho de Ministros da União Europeia aprovou, esta quinta-feira, a proibição de quatro substâncias psicoativas que, combinadas, já levaram à morte de centenas de pessoas na Europa nos últimos anos. 

A decisão aprovada diz respeito às substâncias MDPV, metoxetamina, AH-7921 e 25I-NBOMe, pelo que será ilegal a produção e venda destas substâncias, ficando essas práticas sujeitas a sanções criminais.

"Esta proibição é um passo concreto no sentido de proteger os nossos cidadãos. Num mercado único sem fronteiras é absolutamente crucial ter regras comuns para proteger as pessoas dos perigos das chamadas drogas sintéticas", afirmou Martine Reicherts, comissário de Justiça da UE, citado na nota de imprensa da Comissão Europeia.

Esta decisão acontece depois de, em abril deste ano, a avaliação de riscos a estas drogas ter concluído que não têm qualquer propósito legítimo ou médico e que são vendidas como alternativas às drogas ilícitas.

Depois de a proibição ser publicada no Jornal Oficial da União europeia, os Estados-membros terão um ano para colocar esta proibição na legislação nacional.

As drogas sintéticas tornaram-se populares nos últimos anos e são sobretudo usadas para fins recreativos. A UE desenvolveu entretanto um sistema para detetar as novas substâncias que há no mercado e avaliar os seus riscos.

A diversidade e a velocidade a que são criadas novas substâncias têm tornado muito difícil o seu controlo.

Fonte:Jornal de Notícias de Portugal e do Mundo

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Consumo excessivo de álcool pode dificultar a cura de ossos fraturados

Estudos realizados em anos recentes têm demonstrado que o consumo excessivo de álcool pode diminuir a densidade e a resistência óssea, aumentando o risco de fraturas e atrapalhando a cura das mesmas

Todos nós já conhecemos os problemas que surgem devido ao uso abusivo de bebidas alcoólicas. Problemas de saúde, como a cirrose hepática, e problemas sociais, como acidentes de carro e violência doméstica, estão associados ao uso excessivo desta substância. Agora, de acordo com um novo estudo , constatamos que o consumo exagerado de  bebidas alcóolicas pode também prejudicar o processo de consolidação óssea.

"Além de poder aumentar o risco de fraturas, o álcool também prejudica o processo de consolidação. Então, adicione esse motivo à lista de razões pelas quais você não deve abusar do álcool”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves de Souza (CRM-SP 87.701), médico do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Para a realização estudo, cujos resultados foram apresentados durante o encontro anual da American Society for Bone and Mineral Research, os pesquisadores alimentaram camundongos tanto com água salgada (grupo controle) quanto com álcool (o equivalente a três vezes o limite legal para a condução de um veículo).

Ao analisar a consolidação óssea dos camundongos, depois que eles foram alimentados, os pesquisadores descobriram que os animais que receberam álcool apresentaram menor mineralização do calo da fratura, ou seja, os ossos novos não estavam se formando da mesma forma que os dos camundongos alimentados com a água salgada.

“Os pesquisadores também descobriram que os níveis de estresse oxidativo foram maiores nos camundongos alimentados com álcool, assim como os níveis de uma enzima que diminui o estresse oxidativo ficaram menores. Os níveis séricos de uma proteína conhecida por desempenhar um papel importante no recrutamento de células para o local de fratura, também foram mais baixos nos camundongos alimentados com álcool”, informa Caio G. Souza, que também é professor de Ortopedia da Faculdade de Medicina na Uninove.

Com essas evidências, fica reforçada a orientação para que pacientes que sofreram fraturas não usem bebidas alcoólicas durante o período de tratamento, pois isto poderá levar a uma maior dificuldade do organismo em se restabelecer completamente.

Esta não é a primeira vez que o álcool se mostrou prejudicial ao processo de consolidação óssea. Os pesquisadores já haviam descoberto anteriormente que o álcool afeta negativamente os genes ligados à saúde óssea em um estudo de 2008, publicado na revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research.

“Segundo o estudo de 2008, a expressão de certos genes importantes para a manutenção da integridade óssea é afetada pela exposição continuada ao álcool. Isto acarreta em uma menor densidade mineral e aumenta o risco de se ter osteoporose. Este é mais um entre muitos motivos para você rever os seus conceitos sobre as bebidas alcoólicas”, diz o ortopedista.

Fonte:Segs

GRUPO DE ESPECIALISTAS SUGERE FIM DE ADITIVOS NO CIGARRO

O governo brasileiro não deve permitir a adição ao tabaco de uma lista de 121 substâncias –que inclui extrato de café, alcaçuz e patchouli–, segundo recomendação do grupo de especialistas nacionais e estrangeiros convocados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), há cerca de um ano, para avaliar o tema.

O relatório do grupo foi apresentado, nesta terça-feira (23), à diretoria da Anvisa.

A proibição dos aditivos ao cigarro, tido pelo setor da saúde como uma das principais maneiras de aumentar a atratividade do produto, se arrasta há mais de dois anos. A política do governo brasileiro sobre esse assunto está suspensa por uma liminar da Justiça.

Em março de 2012, a agência proibiu a utilização de todos os aditivos, permitindo o uso apenas de um percentual de açúcar. A medida passaria a valer em março de 2014, mas isso nunca ocorreu, pois a indústria tabagista conseguiu, na Justiça, suspender os efeitos do veto –o caso depende, agora, da análise do STF (Supremo Tribunal Federal).

No meio do caminho, em agosto de 2013, a Anvisa permitiu a utilização de 121 substâncias como aditivos ao tabaco, após uma solicitação do setor. O rol de aditivos foi autorizado pelo período de um ano, prazo que se encerrou em 26 de agosto deste ano. Nesse intervalo, um grupo de experts foi formado para avaliar se há impacto dessas substâncias na atratividade do cigarro.

Segundo Renato Porto, um dos diretores da Anvisa, o grupo se manifestou pela rejeição das 121 substâncias, mas disse que há poucos dados para detalhar o efeito de cada substância na atratividade. 

O grupo, continua ele, indicou que deve ficar a cargo da indústria tabagista provar à agência que os aditivos não impactam positivamente na atratividade do produto.

Porto explica que, como a liberação temporária dos aditivos caiu em 26 de agosto, a regra que a Anvisa tem vigente, hoje, é a de proibir todos os aditivos, com exceção do açúcar. Para eventualmente liberar novos aditivos seria necessário que a agência editasse nova regra –o que não está no horizonte da Anvisa.

O efeito prático de toda essa discussão, porém, é limitado, já que a proibição de utilização de qualquer um dos aditivos está suspensa e depende da ação a ser julgada pelo STF.

"Está tudo suspenso. [O veto a esses 121 aditivos e os demais] só vai ter impacto quando a Anvisa analisar novos registros de produto, e após a liminar da Justiça ter caído", disse Porto após participação no evento Todos Juntos Contra o Câncer, em São Paulo.

Paula Johns, diretora-executiva da ACT+ (Aliança de Controle do Tabagismo e Saúde), diz que os aditivos, em conjunto, vêm sendo usados como forma de melhorar a atratividade do tabaco –e, assim, facilitar a iniciação ao tabagismo.

"Não há dúvidas de que a indústria vem manipulando o cigarro para dar atratividade. Por isso, é acertada a decisão da Anvisa de proibir todos", disse, também durante o evento.

Procurada, a Abifumo (Associação Brasileira da Indústria do Fumo) afirmou não ter "condições de comentar o relatório preparado pelo GT, já que o mesmo ainda não foi disponibilizado para o público".

A repórter viajou a convite da organização do evento Todos Juntos Contra o Câncer.

Fonte:Jornal Folha de S. Paulo 

MACONHA E PARANÓIA

Em minha prática clínica atual, tem sido cada vez mais comum jovens usuários de maconha apresentando quadro de paranóia, um delírio de conteúdo persecutório entre outros sintomas psicóticos graves.

Alguns indivíduos parecem vulneráveis à paranóia induzida pela exposição ao tetrahidrocanabinol (THC) presente em cannabis e o mecanismo para este efeito é pouco compreendido.

Confesso que não tenho o menor interesse em defender ou criticar a possível legalização da droga e sim apenas o de apresentar um fato inquestionável do ponto de vista científico e clínico e que não pode ser ignorado ou menosprezado pelos usuários e seus familiares. Tal quadro pode ser reversível, mas em muitos casos inicia-se um quadro psiquiátrico de esquizofrenia, entre outros, irreversível e que vai requerer tratamento pelo resto da vida.
Daniel Freeman, da Universidade de Oxford, junto com colegas na Inglaterra e na Suíça, realizou recentemente uma pesquisa de intervenção sobre esta questão.  Tal trabalho foi publicado agora na conceituada Revista Schizophrenia Bulletin.

Neste estudo, 121 pacientes foram recrutados para receber injecções de THC em um ambiente de laboratório.
Estes indivíduos voluntários foram obrigados a ingerir cannabis pelo menos uma vez antes da participação no estudo.

Além disso, os indivíduos eram obrigados a ter experiência de pelo menos um pensamento paranóico durante o último mês, medida pela parte B da Escala de Pensamentos Paranóicos.

Os sujeitos foram excluídos se tivessem sido previamente diagnosticados com um diagnóstico psiquiátrico. Outros critérios de exclusão englobavam o diagnóstico do uso de qualquer droga ou  a presença de um familiar de primeiro grau com uma grave doença mental – além de doença neurológica, gravidez ou amamentação no caso das mulheres.

Os indivíduos receberam uma das três intervenções randomizadas: injeção de placebo, a injeção de 1,5 mg de THC ou injeção de 1,5 mg de THC precedida por uma sessão educacional curta de cinco minutos descrevendo os tipos de efeitos possíveis com a exposição ao THC.

As principais conclusões do estudo incluíram o seguinte:

1) A exposição ao THC aumentou significativamente o número de episódios de paranoia; 2) A exposição ao THC elevou as taxas de efeito negativo e experiências anômalas; 3) A exposição ao THC reduziu a capacidade da memória de trabalho.

Aumentos na paranóia foram completamente explicados pelo aumento do afeto negativo e também pelos efeitos das experiências anômalas.

Efeitos reduzidos de memória de trabalho não contribuíram para a paranóia.

Por fim, a consciência educacional não pareceu modificar significativamente os efeitos cognitivos do THC .
Os autores observaram, portanto, o seguinte:

“O estudo estabelece claramente que o THC provoca paranóia em indivíduos vulneráveis.”
Eles observam que a paranóia é um sintoma psicótico importante que é “distribuído como uma característica quantitativa na população de usuários de maconha”. Efeito negativo e experiências sensoriais anômalos parecem contribuir para um aumento da paranóia no modelo de exposição ao THC.

As implicações deste estudo incluem a importância de reduzir o afeto negativo (preocupação, ansiedade e depressão) em indivíduos com paranóia e outros sinais e sintomas de psicose.

Além disso, os indivíduos com pensamentos paranóicos espontâneos podem ser mais vulneráveis ao aumento da paranóia induzida por THC.

Acho fundamental que as discussões sobre a maconha sejam realizadas com muita sensatez e informação científica correta- sem fanatismos ideológicos ou pensamentos reducionistas de teóricos. Ninguém é contra o uso medicinal de princípios ativos como o Canabidiol (CBD) que pode ser utilizado isoladamente para crises convulsivas refratárias ao tratamento antiepiléptico convencional e salvar vidas. Mas, por outro lado, liberar indiscriminadamente a droga fumada em si, uma mistura de várias substâncias de risco incluindo o THC, me parece um grave equívoco que oferece sérios riscos às pessoas.

Fonte:Jornal O Estado de S. Paulo 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Genética influi na percepção do gosto do álcool, diz estudo

Uma variação genética ligada à percepção de sabores amargos pode influenciar na forma como uma pessoa sente o gosto do álcool. A descoberta consta num estudo da universidade da Pensilvânia.

O artigo foi divulgado na publicação de ciência Alcoholism: Clinical and Experimental Research. Nele, pesquisadores relatam os resultados de um estudo no qual pediram a 93 pessoas que registrassem como percebiam o sabor de um drink com 16% de álcool e de uma solução com 50% de álcool.

Após o experimento, os cientistas perceberam que os participantes com um par de uma determinada variação do gene TAS2R38 percebiam como mais amargo o sabor do álcool do que aqueles que tinham um ou dois genes de uma outra versão do mesmo gene.

Os cientistas acreditam que aqueles que percebem o álcool como menos amargo podem ter mais chances de desenvolver problemas com bebidas - como alcoolismo.

"Nós imaginamos que cerca de 25% da população tenham dois genes da versão mais sensível, 25% tenham a versão menos sensível e 50% estejam no meio", afirmou em entrevista ao Mashable o médico John Hayes, autor do estudo.

Outros trabalhos

O resultado da pesquisa está em sintonia com descobertas de trabalhos anteriores.

Em 2004, um experimento realizado por pesquisadores americanos já havia apontado que pessoas com um gene da versão mais sensível do TAS2R38 bebiam em média 134 drinks por ano - contra 188 de quem tinha as 2 versões do gene e 290 de quem só tinha a versão menos sensível.

Entretanto, os cientistas alertam que fatores culturais e de outros tipos também influenciam na relação de uma pessoa com as bebidas alcóolicas. "A ideia de que um mero fator biológico pudesse ter um papel tão importante é muito assombrosa", afirmou Hayes.

Fonte:Exame

Uma única dose de antidepressivo pode mudar o seu cérebro, apontam cientistas

Uma única dose de antidepressivos pode alterar a comunicação entre os neurônios e interferir na arquitetura funcional do cérebro. A descoberta foi feita por cientistas do Instituto Max Planck, em Leipzig, Alemanha, que examinaram a atividade neurológica de 22 pessoas antes e depois da tomarem uma classe de antidepressivos.

Publicado no jornal Current Biology,  o estudo demonstrou que, após o uso dessas substâncias, todos os participantes apresentaram alterações importantes na comunicação cerebral em poucas horas. Os cientistas observaram a redução de algumas funções cerebrais e o aumento de outras, no cerebelo, zona responsável pelo controle motor involuntário e equilíbrio.

A serotonina é um neurotransmissor muito importante na comunicação celular e o responsável, entre outros, pela boa disposição. Algumas drogas, como o êxtase, atuam precisamente sobre os receptores da serotonina, cujo decréscimo está associado a diversas doenças. O resultado obtido por este estudo pode vir a ajudar cientistas e médicos a elaborar com mais precisão a composição farmacológica dos antidepressivos e a estabelecer quais os princípios ativos mais adequados para cada estado depressivo.

O consumo de psicofármacos (entre eles estão os antidepressivos) tem aumentado em todo o mundo. Estima-se que 10% dos norte-americanos os tomam e em Portugal o seu consumo quase quadruplicou entre 2000 e 2013. O Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) determinou que as causas para este aumento não estão relacionadas com a crise financeira, mas sim com a facilidade de acesso aos medicamentos.


Fonte: Observador.pt (com adaptações)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

França bane marcas e logos e 'limpa' embalagens de cigarros

Os maços de cigarro na França passarão a ser "neutros", sem marca nem logotipo e também terão o mesmo formato, tamanho, cor e tipografia das letras, anunciou nesta quinta-feira o Ministério da Saúde.

As fotos explícitas que ilustram os danos à saúde causados pelo consumo de cigarros e as mensagens de prevenção passarão a ocupar 65% da superfície dos maços vendidos na França, em vez dos 30% atualmente.

A França é o segundo país no mundo a adotar os maços "neutros" para lutar contra o tabagismo, após a Austrália, em 2012.

O objetivo do governo francês é tornar os maços de cigarros menos atraentes visualmente para lutar contra o tabagismo, principalmente entre os jovens.

Os fabricantes de cigarros ameaçam apresentar recursos ao Conselho de Estado (mais alta jurisdição administrativa da França) e também à Corte de Justiça Europeia e ao Conselho Constitucional, alegando que o Estado francês violou os direitos à propriedade intelectual.

Segundo o jornal Le Figaro, os fabricantes de cigarros vão pleitear indenizações de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 60 bilhões) em razão da expropriação do direito de utilização de suas marcas em seus produtos na França.

A Inglaterra e a Irlanda também anunciaram projetos de adotar o maço "neutro" no futuro.
A decisão do governo francês faz parte de um programa nacional de redução do tabagismo, apresentado nesta quinta-feira pela ministra da saúde, Marisol Touraine.

Segundo Touraine, o tabagismo é responsável pela morte de 73 mil pessoas por ano na França, o equivalente a 200 pessoas por dia, mais do que o número de vítimas de acidentes nas estradas, ressalta a ministra da saúde.

"A França possui mais de 13 milhões de fumantes adultos e a situação está se agravando. Desde 2005, o número de fumantes voltou a subir, como já ocorre em outros países europeus", declarou Touraine, ressaltando que o aumento afeta principalmente as mulheres, jovens e pessoas em situação precária.

O governo francês também proibiu o consumo de cigarros em carros particulares com passageiros menores de 12 anos e em parquinhos ao ar livre para crianças.

Além de limitar a exposição ao tabagismo, essas medidas visam tornar o consumo de cigarros algo menos banal no cotidiano de crianças e jovens.
Cigarro eletrônico

A França proibiu ainda utilização do cigarro eletrônico em locais públicos frequentados por menores de idade, como escolas ou áreas de lazer, e também ambientes de trabalho e transportes coletivos.

Esta medida está sendo fortemente criticada pelos usuários desse tipo de produto, estimado entre 1 e 2 milhões de pessoas na França, segundo autoridades da saúde.

A ministra ressalta que o cigarro eletrônico é menos nocivo do que o normal e que faz parte das iniciativas para parar de fumar. "Mas, para um jovem que nunca fumou, o cigarro eletrônico pode ser uma porta de entrada para o tabagismo", afirma Touraine.

Para Brice Lepoutre, presidente da associação dos usuários de cigarros eletrônicos (Aiduce, na sigla em francês), essa medida do governo "é muito perigosa".

Ele afirma que a proibição pode levar os fumantes de cigarros eletrônicos a voltarem a fumar cigarros normais.

"Se os usuários devem sair do trabalho para fumar na rua com os outros fumantes, eles poderão ceder à tentação de consumir cigarros tradicionais", afirma.

Segundo ele, as taxas de tabagismo já estariam aumentando em Nova York, onde o cigarro eletrônico foi proibido nos mesmos locais do cigarro tradicional.

A associação Aiduce pretende contestar na Justiça essa proibição, diz Lepoutre.
O plano de luta contra o tabagismo do governo francês visa reduzir em 10% o número de fumantes no país no prazo de 5 anos e em 20% nos próximos dez anos.

Fonte: BBC

ANVISA APROVA NOVAS RESTRIÇÕES A MEDICAMENTOS EMAGRECEDORES

Liberados no início do mês pelo Congresso Nacional, os inibidores de apetite femproporex, mazindol e anfepramona tiveram sua volta ao mercado dificultada, nesta terça-feira (23), pela diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Essas substâncias haviam sido proibidas, em 2011, pela agência, sob o argumento de que elas faziam mais mal que bem à saúde e que não há estudos comprovando a eficiência das drogas. No início deste mês, o Congresso suspendeu o veto da Anvisa, reclamando que a agência extrapolou suas funções e não ouviu especialistas da área.

Nesta terça, no entanto, a diretoria da Anvisa aprovou um conjunto de novas regras com condições para a volta dessas substâncias ao mercado, o que pode criar um efeito semelhante ao simples veto definido em 2011.

Segundo a assessoria de imprensa da agência, a diretoria aprovou uma resolução em que estipula a necessidade de que laboratórios interessados em vender as substâncias apresentem estudos que comprovem eficácia e segurança dessas drogas –o que não era exigido até 2011, pois as substâncias eram antigas.

Apenas com os estudos, a agência irá conceder registros de venda das drogas; e, sem o registro, as farmácias de manipulação estarão proibidas de comercializar os emagrecedores, explica a assessoria.

Além disso, quando as substâncias voltarem ao mercado, elas deverão ser vendidas com os mesmos critérios exigidos à venda da sibutramina –também definidos em 2011–, o que inclui a assinatura de termos de responsabilidade pelo paciente. Segundo a assessoria, as novas regras devem ser publicadas nos próximos dias, no "Diário Oficial" da União.

O conjunto de regras segue a linha do que foi proposto pelo diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, logo após a liberação das drogas pelo Senado. Para Barbano, o passo dado pelo Congresso foi "perigoso" em termos de saúde pública.

A diretoria também vai enviar à PGR (Procuradoria-Geral da República), diz a assessoria de imprensa, um ofício em que questiona a legalidade da aprovação, pelo Congresso, de um projeto de decreto legislativo suspendendo os efeitos da decisão da Anvisa. Caso encontre respaldo na PGR, a Anvisa pode ingressar com uma ação na Justiça contra a suspensão do veto.

Fonte:Folha Uol

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CAI NOVAMENTE O CONSUMO DE DROGAS E ÁLCOOL ENTRE ADOLESCENTES

Os índices de consumo de drogas e álcool entre adolescentes americanos continuam a cair, aponta um novo estudo do governo americano. O consumo de tabaco entre os jovens também apresentou um declínio, conforme revela um artigo do jornal americano The Washington Post sobre o assunto.

O índice atual de consumo de drogas ilegais entre adolescentes de 12 a 17 anos de idade em 2013 era de 8,8%, comparado aos 9,5% de 2012 e os 11,6% de 2002. A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Consumo de Drogas de 2013 (2013 National Survey on Drug Use and Health) também revelou que entre 2002 e 2013, o número de adolescentes com problemas de abuso ou dependência de substâncias químicas caiu de 8,9% para 5,2%.

Entre 2002 e 2013, o índice de adolescentes que consumem álcool regularmente caiu de 17,6% para 11,6%. Durante este mesmo período, o consumo de maconha entre adolescentes de 12 a 17 anos de idade também apresentou queda. O uso recreativo de medicamentos controlados também apresentou um declínio.

A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Consumo de Drogas é uma pesquisa realizada anualmente nos Estados Unidos, utilizando uma significativa amostra nacional de aproximadamente 70.000 adolescentes de 12 anos de idade ou mais. 
O Departamento Americano de Administração de Serviços Relacionados ao Abuso de Substâncias e Saúde Mental (SAMHSA) divulgou o relatório como parte das comemorações anuais de seu 25º Mês da Recuperação Nacional de Dependência Química (National Recovery Month).

Muitos cidadãos americanos que precisam de tratamento por causa de dependência química não recebem tratamento especializado, indica o relatório. Enquanto 22,7 milhões de americanos com 12 anos de idade ou mais, precisaram de tratamento por problemas com uso de drogas ilícitas no ano passado, apenas 2,5 milhões receberam tratamento em uma instalação especializada para tratar transtornos decorrentes do uso de substâncias químicas.

“Este relatório mostra que temos feito um importante progresso em algumas áreas essenciais, mas que precisamos renovar nossos esforços para promover a prevenção, tratamento e recuperação, para alcançar todos os aspectos de nossa comunidade” afirma a gerente da SAHMSA Sra. Pamela Hyde em um dos comunicados da agência à imprensa.

Fonte: Artigo publicado no website “Partnership for Drug-Free Kids”

VIAGRA PARA O CÉREBRO

Imagine tomar uma pílula e ser capaz de estudar a noite inteira, sem sentir sono nem se distrair. Ou, com outra pílula, tornar-se mais criativo e destacar- se entre os colegas de trabalho. Pois é exatamente isso que uma nova geração de suplementos, disponível nos Estados Unidos, promete: um atalho para o sucesso ao turbinar a memória, afiar o raciocínio e aprimorar a capacidade de atenção. Entre quem usou e resolveu contar a experiência na internet, as pílulas ganharam o apelido de “Viagra cerebral”, uma referência ao medicamento que revolucionou o mercado ao tratar a impotência sexual masculina. 

Os ingredientes que prometem prodígios cerebrais são velhos conhecidos da indústria farmacêutica: vitaminas e estimulantes naturais como a cafeína. Agora, combinações dessas substâncias foram agrupadas em cápsulas, produzidas por pequenas empresas, interessadas no apetite de estudantes e jovens profissionais por soluções miraculosas. Faltam estudos sobre a eficácia dessas combinações. 

E, mais grave, sobre seus possíveis efeitos colaterais. Vale a pena assumir o risco e apostar nas pílulas da inteligência?

Nos EUA, esse tipo de suplemento virou uma febre. Em dezenas de vídeos na internet, usuários relatam sua experiência com alguns dos produtos. Discutem as vantagens de cada uma das combinações com o mesmo entusiasmo e dedicação com que halterofilistas falam de novos produtos para aumentar os músculos. “São fisiculturistas do cérebro”, diz o pesquisador Sean Duke, da Universidade Trinity, na Irlanda. “Eles querem aumentar as capacidades mentais como os halterofilistas desejam melhorar o corpo.”

A mais nova sensação desse universo anabolizado é um suplemento chamado OptiMind, lançado em junho. Ele foi criado pelos americanos Lucas Siegel, de 23 anos, e Timothy West, de 21, depois da morte de um amigo de faculdade deles. O amigo usara uma quantidade excessiva de medicamentos tarja preta para afastar o cansaço e aumentar a concentração. “Essa experiência trágica nos inspirou a criar um produto seguro, que ajudasse os estudantes a manter a concentração sem se preocupar com riscos para a saúde”, diz West. Ele trabalha como chefe de vendas da empresa AlternaScript, que produz o OptiMind. O produto mistura estimulantes, vitaminas  e moléculas de proteína. Promete aumentar a disposição física e aprimorar a memória e a concentração. West diz tomar dois comprimidos por dia. Jura que não há perigo para a saúde. Na internet, alguns usuários se queixam de leves dores de cabeça.

>> O cérebro de quem tem jogo de cintura

O OptiMind não é o único suplemento desse tipo no mercado. Nos EUA, há pelo menos 20 produtos à venda pela internet. O AlphaBrain, produzido pela empresa Onnit, é popular entre jogadores de pôquer, para aprimorar o foco e diminuir o estresse. Cada pílula contém 11 substâncias. Os fabricantes estão de olho num público que já buscava esses efeitos, mas tinha de recorrer ao uso ilegal de remédios controlados. Algumas das substâncias favoritas desse público eram drogas para o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Pessoas com esse diagnóstico costumam ser desatentas, inquietas e impulsivas. Os remédios, prescritos por médicos, são usados para manter esses sintomas sob controle. Sem receita, eles são usados por pessoas saudáveis que querem melhorar sua capacidade de concentração – ainda que não haja nenhum consenso médico atestando que são eficazes nessa situação. As drogas costumam ser vendidas clandestinamente, pela internet, por pessoas que conseguiram uma receita ou o remédio com amigos. Há quem tente enganar o médico. 

“Precisamos ficar atentos com pessoas que simulam os sintomas para conseguir uma receita”, diz o psiquiatra paulistano Mario Louzã. É exatamente nesse nicho que os novos suplementos fazem sucesso. Os entusiastas não precisam recorrer a estratégias ilegais para ter acesso às drogas que procuram. Nos EUA, os novos coquetéis podem ser comprados livremente na internet, sem receita, porque foram considerados como “suplementos alimentares”– não remédios – pela agência que regula medicamentos, a FDA.

>> Como proteger seu cérebro

A venda sem receita não significa que as novas fórmulas sejam isentas de riscos. Faltam estudos para provar sua segurança. “É possível que, no futuro, pesquisas sugiram que esses suplementos podem causar algum grau de dependência, como já aconteceu com a nicotina e com a cafeína”, afirma o pesquisador Mitul Mehta, do King’s College, em Londres. Outra possibilidade é que as fórmulas prejudiquem áreas do cérebro ligadas a outras funções. Pode ser um risco muito grande, considerando que os efeitos desejados pelos consumidores também não foram comprovados cientificamente. “Há a possibilidade de que a melhora do rendimento seja apenas autossugestão”, afirma a psicóloga Denise Barros. Ela estudou substâncias que agem sobre o cérebro em seu doutorado na Universidade 
Estadual do Rio de Janeiro.

Os brasileiros entusiasmados com os novos suplementos devem conter a empolgação. Eles podem até ser importados de outros países, mas apenas para uso pessoal. Não podem ser distribuídos comercialmente no Brasil. Para isso, precisam ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Por ora, não há nenhum pedido de fabricantes ou importadores para regulamentar os produtos no país. O jeito é confiar na velha fórmula da inteligência: alimentação equilibrada, sono em dia e muita dedicação para estudar. Costuma dar trabalho, mas é infalível.

Fonte: Revista Época