terça-feira, 30 de setembro de 2014

Projeto pretende disponibilizar contraceptivo a usuárias de crack

Fornecer às usuárias de crack um contraceptivo subcutâneo para evitar a formação de novas gerações dos bebês do crack. Essa possibilidade está perto de se tornar realidade em Santos.
O primeiro passo para esse atendimento às mulheres em situação de risco foi dado ontem à noite na Câmara, com a aprovação, em primeira discussão, do projeto de lei criando a Política Municipal de Planejamento Reprodutivo em Populações Vulneráveis no Município.

A matéria é de autoria do vereador Evaldo Stanislau (PT) e prosperou no Legislativo porque os vereadores derrubaram o parecer contrário da Comissão Permanente de Justiça, Redação e Legislação Participativa. O projeto, agora, segue para outras comissões permanentes da Casa antes de ir para a segunda e última aprovação em plenário.

Segundo explicou Evaldo, a distribuição do contraceptivo nas usuárias de crack se mostrou uma experiência positiva em cidades como Ribeirão Preto, onde estudos apontam que as usuárias de crack chegam a manter uma média de 4 a 12 relações sexuais, com parceiros diferentes, para conseguir dinheiro para a compra das pedras de crack.

O contraceptivo é de longa duração e, em Santos, os ginecologistas da rede pública de Saúde já estão sendo capacitados para usarem essa substância.

O projeto de Evaldo foi elogiado pela maioria dos vereadores. “Quem nunca viu essas meninas em Santos vendendo seus corpos só para comprar droga?”, questionou Adilson Júnior (PT).

Já Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB) citou o fato de o crack estar “desgraçando as famílias”. “O que será desses fetos dessas moças que são verdadeiros zumbis?”.

Fonte:Diário do Litoral

União Europeia aprova proibição de quatro drogas sintéticas

O Conselho de Ministros da União Europeia aprovou, esta quinta-feira, a proibição de quatro substâncias psicoativas que, combinadas, já levaram à morte de centenas de pessoas na Europa nos últimos anos. 

A decisão aprovada diz respeito às substâncias MDPV, metoxetamina, AH-7921 e 25I-NBOMe, pelo que será ilegal a produção e venda destas substâncias, ficando essas práticas sujeitas a sanções criminais.

"Esta proibição é um passo concreto no sentido de proteger os nossos cidadãos. Num mercado único sem fronteiras é absolutamente crucial ter regras comuns para proteger as pessoas dos perigos das chamadas drogas sintéticas", afirmou Martine Reicherts, comissário de Justiça da UE, citado na nota de imprensa da Comissão Europeia.

Esta decisão acontece depois de, em abril deste ano, a avaliação de riscos a estas drogas ter concluído que não têm qualquer propósito legítimo ou médico e que são vendidas como alternativas às drogas ilícitas.

Depois de a proibição ser publicada no Jornal Oficial da União europeia, os Estados-membros terão um ano para colocar esta proibição na legislação nacional.

As drogas sintéticas tornaram-se populares nos últimos anos e são sobretudo usadas para fins recreativos. A UE desenvolveu entretanto um sistema para detetar as novas substâncias que há no mercado e avaliar os seus riscos.

A diversidade e a velocidade a que são criadas novas substâncias têm tornado muito difícil o seu controlo.

Fonte:Jornal de Notícias de Portugal e do Mundo

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Consumo excessivo de álcool pode dificultar a cura de ossos fraturados

Estudos realizados em anos recentes têm demonstrado que o consumo excessivo de álcool pode diminuir a densidade e a resistência óssea, aumentando o risco de fraturas e atrapalhando a cura das mesmas

Todos nós já conhecemos os problemas que surgem devido ao uso abusivo de bebidas alcoólicas. Problemas de saúde, como a cirrose hepática, e problemas sociais, como acidentes de carro e violência doméstica, estão associados ao uso excessivo desta substância. Agora, de acordo com um novo estudo , constatamos que o consumo exagerado de  bebidas alcóolicas pode também prejudicar o processo de consolidação óssea.

"Além de poder aumentar o risco de fraturas, o álcool também prejudica o processo de consolidação. Então, adicione esse motivo à lista de razões pelas quais você não deve abusar do álcool”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves de Souza (CRM-SP 87.701), médico do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Para a realização estudo, cujos resultados foram apresentados durante o encontro anual da American Society for Bone and Mineral Research, os pesquisadores alimentaram camundongos tanto com água salgada (grupo controle) quanto com álcool (o equivalente a três vezes o limite legal para a condução de um veículo).

Ao analisar a consolidação óssea dos camundongos, depois que eles foram alimentados, os pesquisadores descobriram que os animais que receberam álcool apresentaram menor mineralização do calo da fratura, ou seja, os ossos novos não estavam se formando da mesma forma que os dos camundongos alimentados com a água salgada.

“Os pesquisadores também descobriram que os níveis de estresse oxidativo foram maiores nos camundongos alimentados com álcool, assim como os níveis de uma enzima que diminui o estresse oxidativo ficaram menores. Os níveis séricos de uma proteína conhecida por desempenhar um papel importante no recrutamento de células para o local de fratura, também foram mais baixos nos camundongos alimentados com álcool”, informa Caio G. Souza, que também é professor de Ortopedia da Faculdade de Medicina na Uninove.

Com essas evidências, fica reforçada a orientação para que pacientes que sofreram fraturas não usem bebidas alcoólicas durante o período de tratamento, pois isto poderá levar a uma maior dificuldade do organismo em se restabelecer completamente.

Esta não é a primeira vez que o álcool se mostrou prejudicial ao processo de consolidação óssea. Os pesquisadores já haviam descoberto anteriormente que o álcool afeta negativamente os genes ligados à saúde óssea em um estudo de 2008, publicado na revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research.

“Segundo o estudo de 2008, a expressão de certos genes importantes para a manutenção da integridade óssea é afetada pela exposição continuada ao álcool. Isto acarreta em uma menor densidade mineral e aumenta o risco de se ter osteoporose. Este é mais um entre muitos motivos para você rever os seus conceitos sobre as bebidas alcoólicas”, diz o ortopedista.

Fonte:Segs

GRUPO DE ESPECIALISTAS SUGERE FIM DE ADITIVOS NO CIGARRO

O governo brasileiro não deve permitir a adição ao tabaco de uma lista de 121 substâncias –que inclui extrato de café, alcaçuz e patchouli–, segundo recomendação do grupo de especialistas nacionais e estrangeiros convocados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), há cerca de um ano, para avaliar o tema.

O relatório do grupo foi apresentado, nesta terça-feira (23), à diretoria da Anvisa.

A proibição dos aditivos ao cigarro, tido pelo setor da saúde como uma das principais maneiras de aumentar a atratividade do produto, se arrasta há mais de dois anos. A política do governo brasileiro sobre esse assunto está suspensa por uma liminar da Justiça.

Em março de 2012, a agência proibiu a utilização de todos os aditivos, permitindo o uso apenas de um percentual de açúcar. A medida passaria a valer em março de 2014, mas isso nunca ocorreu, pois a indústria tabagista conseguiu, na Justiça, suspender os efeitos do veto –o caso depende, agora, da análise do STF (Supremo Tribunal Federal).

No meio do caminho, em agosto de 2013, a Anvisa permitiu a utilização de 121 substâncias como aditivos ao tabaco, após uma solicitação do setor. O rol de aditivos foi autorizado pelo período de um ano, prazo que se encerrou em 26 de agosto deste ano. Nesse intervalo, um grupo de experts foi formado para avaliar se há impacto dessas substâncias na atratividade do cigarro.

Segundo Renato Porto, um dos diretores da Anvisa, o grupo se manifestou pela rejeição das 121 substâncias, mas disse que há poucos dados para detalhar o efeito de cada substância na atratividade. 

O grupo, continua ele, indicou que deve ficar a cargo da indústria tabagista provar à agência que os aditivos não impactam positivamente na atratividade do produto.

Porto explica que, como a liberação temporária dos aditivos caiu em 26 de agosto, a regra que a Anvisa tem vigente, hoje, é a de proibir todos os aditivos, com exceção do açúcar. Para eventualmente liberar novos aditivos seria necessário que a agência editasse nova regra –o que não está no horizonte da Anvisa.

O efeito prático de toda essa discussão, porém, é limitado, já que a proibição de utilização de qualquer um dos aditivos está suspensa e depende da ação a ser julgada pelo STF.

"Está tudo suspenso. [O veto a esses 121 aditivos e os demais] só vai ter impacto quando a Anvisa analisar novos registros de produto, e após a liminar da Justiça ter caído", disse Porto após participação no evento Todos Juntos Contra o Câncer, em São Paulo.

Paula Johns, diretora-executiva da ACT+ (Aliança de Controle do Tabagismo e Saúde), diz que os aditivos, em conjunto, vêm sendo usados como forma de melhorar a atratividade do tabaco –e, assim, facilitar a iniciação ao tabagismo.

"Não há dúvidas de que a indústria vem manipulando o cigarro para dar atratividade. Por isso, é acertada a decisão da Anvisa de proibir todos", disse, também durante o evento.

Procurada, a Abifumo (Associação Brasileira da Indústria do Fumo) afirmou não ter "condições de comentar o relatório preparado pelo GT, já que o mesmo ainda não foi disponibilizado para o público".

A repórter viajou a convite da organização do evento Todos Juntos Contra o Câncer.

Fonte:Jornal Folha de S. Paulo 

MACONHA E PARANÓIA

Em minha prática clínica atual, tem sido cada vez mais comum jovens usuários de maconha apresentando quadro de paranóia, um delírio de conteúdo persecutório entre outros sintomas psicóticos graves.

Alguns indivíduos parecem vulneráveis à paranóia induzida pela exposição ao tetrahidrocanabinol (THC) presente em cannabis e o mecanismo para este efeito é pouco compreendido.

Confesso que não tenho o menor interesse em defender ou criticar a possível legalização da droga e sim apenas o de apresentar um fato inquestionável do ponto de vista científico e clínico e que não pode ser ignorado ou menosprezado pelos usuários e seus familiares. Tal quadro pode ser reversível, mas em muitos casos inicia-se um quadro psiquiátrico de esquizofrenia, entre outros, irreversível e que vai requerer tratamento pelo resto da vida.
Daniel Freeman, da Universidade de Oxford, junto com colegas na Inglaterra e na Suíça, realizou recentemente uma pesquisa de intervenção sobre esta questão.  Tal trabalho foi publicado agora na conceituada Revista Schizophrenia Bulletin.

Neste estudo, 121 pacientes foram recrutados para receber injecções de THC em um ambiente de laboratório.
Estes indivíduos voluntários foram obrigados a ingerir cannabis pelo menos uma vez antes da participação no estudo.

Além disso, os indivíduos eram obrigados a ter experiência de pelo menos um pensamento paranóico durante o último mês, medida pela parte B da Escala de Pensamentos Paranóicos.

Os sujeitos foram excluídos se tivessem sido previamente diagnosticados com um diagnóstico psiquiátrico. Outros critérios de exclusão englobavam o diagnóstico do uso de qualquer droga ou  a presença de um familiar de primeiro grau com uma grave doença mental – além de doença neurológica, gravidez ou amamentação no caso das mulheres.

Os indivíduos receberam uma das três intervenções randomizadas: injeção de placebo, a injeção de 1,5 mg de THC ou injeção de 1,5 mg de THC precedida por uma sessão educacional curta de cinco minutos descrevendo os tipos de efeitos possíveis com a exposição ao THC.

As principais conclusões do estudo incluíram o seguinte:

1) A exposição ao THC aumentou significativamente o número de episódios de paranoia; 2) A exposição ao THC elevou as taxas de efeito negativo e experiências anômalas; 3) A exposição ao THC reduziu a capacidade da memória de trabalho.

Aumentos na paranóia foram completamente explicados pelo aumento do afeto negativo e também pelos efeitos das experiências anômalas.

Efeitos reduzidos de memória de trabalho não contribuíram para a paranóia.

Por fim, a consciência educacional não pareceu modificar significativamente os efeitos cognitivos do THC .
Os autores observaram, portanto, o seguinte:

“O estudo estabelece claramente que o THC provoca paranóia em indivíduos vulneráveis.”
Eles observam que a paranóia é um sintoma psicótico importante que é “distribuído como uma característica quantitativa na população de usuários de maconha”. Efeito negativo e experiências sensoriais anômalos parecem contribuir para um aumento da paranóia no modelo de exposição ao THC.

As implicações deste estudo incluem a importância de reduzir o afeto negativo (preocupação, ansiedade e depressão) em indivíduos com paranóia e outros sinais e sintomas de psicose.

Além disso, os indivíduos com pensamentos paranóicos espontâneos podem ser mais vulneráveis ao aumento da paranóia induzida por THC.

Acho fundamental que as discussões sobre a maconha sejam realizadas com muita sensatez e informação científica correta- sem fanatismos ideológicos ou pensamentos reducionistas de teóricos. Ninguém é contra o uso medicinal de princípios ativos como o Canabidiol (CBD) que pode ser utilizado isoladamente para crises convulsivas refratárias ao tratamento antiepiléptico convencional e salvar vidas. Mas, por outro lado, liberar indiscriminadamente a droga fumada em si, uma mistura de várias substâncias de risco incluindo o THC, me parece um grave equívoco que oferece sérios riscos às pessoas.

Fonte:Jornal O Estado de S. Paulo 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Genética influi na percepção do gosto do álcool, diz estudo

Uma variação genética ligada à percepção de sabores amargos pode influenciar na forma como uma pessoa sente o gosto do álcool. A descoberta consta num estudo da universidade da Pensilvânia.

O artigo foi divulgado na publicação de ciência Alcoholism: Clinical and Experimental Research. Nele, pesquisadores relatam os resultados de um estudo no qual pediram a 93 pessoas que registrassem como percebiam o sabor de um drink com 16% de álcool e de uma solução com 50% de álcool.

Após o experimento, os cientistas perceberam que os participantes com um par de uma determinada variação do gene TAS2R38 percebiam como mais amargo o sabor do álcool do que aqueles que tinham um ou dois genes de uma outra versão do mesmo gene.

Os cientistas acreditam que aqueles que percebem o álcool como menos amargo podem ter mais chances de desenvolver problemas com bebidas - como alcoolismo.

"Nós imaginamos que cerca de 25% da população tenham dois genes da versão mais sensível, 25% tenham a versão menos sensível e 50% estejam no meio", afirmou em entrevista ao Mashable o médico John Hayes, autor do estudo.

Outros trabalhos

O resultado da pesquisa está em sintonia com descobertas de trabalhos anteriores.

Em 2004, um experimento realizado por pesquisadores americanos já havia apontado que pessoas com um gene da versão mais sensível do TAS2R38 bebiam em média 134 drinks por ano - contra 188 de quem tinha as 2 versões do gene e 290 de quem só tinha a versão menos sensível.

Entretanto, os cientistas alertam que fatores culturais e de outros tipos também influenciam na relação de uma pessoa com as bebidas alcóolicas. "A ideia de que um mero fator biológico pudesse ter um papel tão importante é muito assombrosa", afirmou Hayes.

Fonte:Exame

Uma única dose de antidepressivo pode mudar o seu cérebro, apontam cientistas

Uma única dose de antidepressivos pode alterar a comunicação entre os neurônios e interferir na arquitetura funcional do cérebro. A descoberta foi feita por cientistas do Instituto Max Planck, em Leipzig, Alemanha, que examinaram a atividade neurológica de 22 pessoas antes e depois da tomarem uma classe de antidepressivos.

Publicado no jornal Current Biology,  o estudo demonstrou que, após o uso dessas substâncias, todos os participantes apresentaram alterações importantes na comunicação cerebral em poucas horas. Os cientistas observaram a redução de algumas funções cerebrais e o aumento de outras, no cerebelo, zona responsável pelo controle motor involuntário e equilíbrio.

A serotonina é um neurotransmissor muito importante na comunicação celular e o responsável, entre outros, pela boa disposição. Algumas drogas, como o êxtase, atuam precisamente sobre os receptores da serotonina, cujo decréscimo está associado a diversas doenças. O resultado obtido por este estudo pode vir a ajudar cientistas e médicos a elaborar com mais precisão a composição farmacológica dos antidepressivos e a estabelecer quais os princípios ativos mais adequados para cada estado depressivo.

O consumo de psicofármacos (entre eles estão os antidepressivos) tem aumentado em todo o mundo. Estima-se que 10% dos norte-americanos os tomam e em Portugal o seu consumo quase quadruplicou entre 2000 e 2013. O Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) determinou que as causas para este aumento não estão relacionadas com a crise financeira, mas sim com a facilidade de acesso aos medicamentos.


Fonte: Observador.pt (com adaptações)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

França bane marcas e logos e 'limpa' embalagens de cigarros

Os maços de cigarro na França passarão a ser "neutros", sem marca nem logotipo e também terão o mesmo formato, tamanho, cor e tipografia das letras, anunciou nesta quinta-feira o Ministério da Saúde.

As fotos explícitas que ilustram os danos à saúde causados pelo consumo de cigarros e as mensagens de prevenção passarão a ocupar 65% da superfície dos maços vendidos na França, em vez dos 30% atualmente.

A França é o segundo país no mundo a adotar os maços "neutros" para lutar contra o tabagismo, após a Austrália, em 2012.

O objetivo do governo francês é tornar os maços de cigarros menos atraentes visualmente para lutar contra o tabagismo, principalmente entre os jovens.

Os fabricantes de cigarros ameaçam apresentar recursos ao Conselho de Estado (mais alta jurisdição administrativa da França) e também à Corte de Justiça Europeia e ao Conselho Constitucional, alegando que o Estado francês violou os direitos à propriedade intelectual.

Segundo o jornal Le Figaro, os fabricantes de cigarros vão pleitear indenizações de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 60 bilhões) em razão da expropriação do direito de utilização de suas marcas em seus produtos na França.

A Inglaterra e a Irlanda também anunciaram projetos de adotar o maço "neutro" no futuro.
A decisão do governo francês faz parte de um programa nacional de redução do tabagismo, apresentado nesta quinta-feira pela ministra da saúde, Marisol Touraine.

Segundo Touraine, o tabagismo é responsável pela morte de 73 mil pessoas por ano na França, o equivalente a 200 pessoas por dia, mais do que o número de vítimas de acidentes nas estradas, ressalta a ministra da saúde.

"A França possui mais de 13 milhões de fumantes adultos e a situação está se agravando. Desde 2005, o número de fumantes voltou a subir, como já ocorre em outros países europeus", declarou Touraine, ressaltando que o aumento afeta principalmente as mulheres, jovens e pessoas em situação precária.

O governo francês também proibiu o consumo de cigarros em carros particulares com passageiros menores de 12 anos e em parquinhos ao ar livre para crianças.

Além de limitar a exposição ao tabagismo, essas medidas visam tornar o consumo de cigarros algo menos banal no cotidiano de crianças e jovens.
Cigarro eletrônico

A França proibiu ainda utilização do cigarro eletrônico em locais públicos frequentados por menores de idade, como escolas ou áreas de lazer, e também ambientes de trabalho e transportes coletivos.

Esta medida está sendo fortemente criticada pelos usuários desse tipo de produto, estimado entre 1 e 2 milhões de pessoas na França, segundo autoridades da saúde.

A ministra ressalta que o cigarro eletrônico é menos nocivo do que o normal e que faz parte das iniciativas para parar de fumar. "Mas, para um jovem que nunca fumou, o cigarro eletrônico pode ser uma porta de entrada para o tabagismo", afirma Touraine.

Para Brice Lepoutre, presidente da associação dos usuários de cigarros eletrônicos (Aiduce, na sigla em francês), essa medida do governo "é muito perigosa".

Ele afirma que a proibição pode levar os fumantes de cigarros eletrônicos a voltarem a fumar cigarros normais.

"Se os usuários devem sair do trabalho para fumar na rua com os outros fumantes, eles poderão ceder à tentação de consumir cigarros tradicionais", afirma.

Segundo ele, as taxas de tabagismo já estariam aumentando em Nova York, onde o cigarro eletrônico foi proibido nos mesmos locais do cigarro tradicional.

A associação Aiduce pretende contestar na Justiça essa proibição, diz Lepoutre.
O plano de luta contra o tabagismo do governo francês visa reduzir em 10% o número de fumantes no país no prazo de 5 anos e em 20% nos próximos dez anos.

Fonte: BBC

ANVISA APROVA NOVAS RESTRIÇÕES A MEDICAMENTOS EMAGRECEDORES

Liberados no início do mês pelo Congresso Nacional, os inibidores de apetite femproporex, mazindol e anfepramona tiveram sua volta ao mercado dificultada, nesta terça-feira (23), pela diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Essas substâncias haviam sido proibidas, em 2011, pela agência, sob o argumento de que elas faziam mais mal que bem à saúde e que não há estudos comprovando a eficiência das drogas. No início deste mês, o Congresso suspendeu o veto da Anvisa, reclamando que a agência extrapolou suas funções e não ouviu especialistas da área.

Nesta terça, no entanto, a diretoria da Anvisa aprovou um conjunto de novas regras com condições para a volta dessas substâncias ao mercado, o que pode criar um efeito semelhante ao simples veto definido em 2011.

Segundo a assessoria de imprensa da agência, a diretoria aprovou uma resolução em que estipula a necessidade de que laboratórios interessados em vender as substâncias apresentem estudos que comprovem eficácia e segurança dessas drogas –o que não era exigido até 2011, pois as substâncias eram antigas.

Apenas com os estudos, a agência irá conceder registros de venda das drogas; e, sem o registro, as farmácias de manipulação estarão proibidas de comercializar os emagrecedores, explica a assessoria.

Além disso, quando as substâncias voltarem ao mercado, elas deverão ser vendidas com os mesmos critérios exigidos à venda da sibutramina –também definidos em 2011–, o que inclui a assinatura de termos de responsabilidade pelo paciente. Segundo a assessoria, as novas regras devem ser publicadas nos próximos dias, no "Diário Oficial" da União.

O conjunto de regras segue a linha do que foi proposto pelo diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, logo após a liberação das drogas pelo Senado. Para Barbano, o passo dado pelo Congresso foi "perigoso" em termos de saúde pública.

A diretoria também vai enviar à PGR (Procuradoria-Geral da República), diz a assessoria de imprensa, um ofício em que questiona a legalidade da aprovação, pelo Congresso, de um projeto de decreto legislativo suspendendo os efeitos da decisão da Anvisa. Caso encontre respaldo na PGR, a Anvisa pode ingressar com uma ação na Justiça contra a suspensão do veto.

Fonte:Folha Uol

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CAI NOVAMENTE O CONSUMO DE DROGAS E ÁLCOOL ENTRE ADOLESCENTES

Os índices de consumo de drogas e álcool entre adolescentes americanos continuam a cair, aponta um novo estudo do governo americano. O consumo de tabaco entre os jovens também apresentou um declínio, conforme revela um artigo do jornal americano The Washington Post sobre o assunto.

O índice atual de consumo de drogas ilegais entre adolescentes de 12 a 17 anos de idade em 2013 era de 8,8%, comparado aos 9,5% de 2012 e os 11,6% de 2002. A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Consumo de Drogas de 2013 (2013 National Survey on Drug Use and Health) também revelou que entre 2002 e 2013, o número de adolescentes com problemas de abuso ou dependência de substâncias químicas caiu de 8,9% para 5,2%.

Entre 2002 e 2013, o índice de adolescentes que consumem álcool regularmente caiu de 17,6% para 11,6%. Durante este mesmo período, o consumo de maconha entre adolescentes de 12 a 17 anos de idade também apresentou queda. O uso recreativo de medicamentos controlados também apresentou um declínio.

A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Consumo de Drogas é uma pesquisa realizada anualmente nos Estados Unidos, utilizando uma significativa amostra nacional de aproximadamente 70.000 adolescentes de 12 anos de idade ou mais. 
O Departamento Americano de Administração de Serviços Relacionados ao Abuso de Substâncias e Saúde Mental (SAMHSA) divulgou o relatório como parte das comemorações anuais de seu 25º Mês da Recuperação Nacional de Dependência Química (National Recovery Month).

Muitos cidadãos americanos que precisam de tratamento por causa de dependência química não recebem tratamento especializado, indica o relatório. Enquanto 22,7 milhões de americanos com 12 anos de idade ou mais, precisaram de tratamento por problemas com uso de drogas ilícitas no ano passado, apenas 2,5 milhões receberam tratamento em uma instalação especializada para tratar transtornos decorrentes do uso de substâncias químicas.

“Este relatório mostra que temos feito um importante progresso em algumas áreas essenciais, mas que precisamos renovar nossos esforços para promover a prevenção, tratamento e recuperação, para alcançar todos os aspectos de nossa comunidade” afirma a gerente da SAHMSA Sra. Pamela Hyde em um dos comunicados da agência à imprensa.

Fonte: Artigo publicado no website “Partnership for Drug-Free Kids”

VIAGRA PARA O CÉREBRO

Imagine tomar uma pílula e ser capaz de estudar a noite inteira, sem sentir sono nem se distrair. Ou, com outra pílula, tornar-se mais criativo e destacar- se entre os colegas de trabalho. Pois é exatamente isso que uma nova geração de suplementos, disponível nos Estados Unidos, promete: um atalho para o sucesso ao turbinar a memória, afiar o raciocínio e aprimorar a capacidade de atenção. Entre quem usou e resolveu contar a experiência na internet, as pílulas ganharam o apelido de “Viagra cerebral”, uma referência ao medicamento que revolucionou o mercado ao tratar a impotência sexual masculina. 

Os ingredientes que prometem prodígios cerebrais são velhos conhecidos da indústria farmacêutica: vitaminas e estimulantes naturais como a cafeína. Agora, combinações dessas substâncias foram agrupadas em cápsulas, produzidas por pequenas empresas, interessadas no apetite de estudantes e jovens profissionais por soluções miraculosas. Faltam estudos sobre a eficácia dessas combinações. 

E, mais grave, sobre seus possíveis efeitos colaterais. Vale a pena assumir o risco e apostar nas pílulas da inteligência?

Nos EUA, esse tipo de suplemento virou uma febre. Em dezenas de vídeos na internet, usuários relatam sua experiência com alguns dos produtos. Discutem as vantagens de cada uma das combinações com o mesmo entusiasmo e dedicação com que halterofilistas falam de novos produtos para aumentar os músculos. “São fisiculturistas do cérebro”, diz o pesquisador Sean Duke, da Universidade Trinity, na Irlanda. “Eles querem aumentar as capacidades mentais como os halterofilistas desejam melhorar o corpo.”

A mais nova sensação desse universo anabolizado é um suplemento chamado OptiMind, lançado em junho. Ele foi criado pelos americanos Lucas Siegel, de 23 anos, e Timothy West, de 21, depois da morte de um amigo de faculdade deles. O amigo usara uma quantidade excessiva de medicamentos tarja preta para afastar o cansaço e aumentar a concentração. “Essa experiência trágica nos inspirou a criar um produto seguro, que ajudasse os estudantes a manter a concentração sem se preocupar com riscos para a saúde”, diz West. Ele trabalha como chefe de vendas da empresa AlternaScript, que produz o OptiMind. O produto mistura estimulantes, vitaminas  e moléculas de proteína. Promete aumentar a disposição física e aprimorar a memória e a concentração. West diz tomar dois comprimidos por dia. Jura que não há perigo para a saúde. Na internet, alguns usuários se queixam de leves dores de cabeça.

>> O cérebro de quem tem jogo de cintura

O OptiMind não é o único suplemento desse tipo no mercado. Nos EUA, há pelo menos 20 produtos à venda pela internet. O AlphaBrain, produzido pela empresa Onnit, é popular entre jogadores de pôquer, para aprimorar o foco e diminuir o estresse. Cada pílula contém 11 substâncias. Os fabricantes estão de olho num público que já buscava esses efeitos, mas tinha de recorrer ao uso ilegal de remédios controlados. Algumas das substâncias favoritas desse público eram drogas para o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Pessoas com esse diagnóstico costumam ser desatentas, inquietas e impulsivas. Os remédios, prescritos por médicos, são usados para manter esses sintomas sob controle. Sem receita, eles são usados por pessoas saudáveis que querem melhorar sua capacidade de concentração – ainda que não haja nenhum consenso médico atestando que são eficazes nessa situação. As drogas costumam ser vendidas clandestinamente, pela internet, por pessoas que conseguiram uma receita ou o remédio com amigos. Há quem tente enganar o médico. 

“Precisamos ficar atentos com pessoas que simulam os sintomas para conseguir uma receita”, diz o psiquiatra paulistano Mario Louzã. É exatamente nesse nicho que os novos suplementos fazem sucesso. Os entusiastas não precisam recorrer a estratégias ilegais para ter acesso às drogas que procuram. Nos EUA, os novos coquetéis podem ser comprados livremente na internet, sem receita, porque foram considerados como “suplementos alimentares”– não remédios – pela agência que regula medicamentos, a FDA.

>> Como proteger seu cérebro

A venda sem receita não significa que as novas fórmulas sejam isentas de riscos. Faltam estudos para provar sua segurança. “É possível que, no futuro, pesquisas sugiram que esses suplementos podem causar algum grau de dependência, como já aconteceu com a nicotina e com a cafeína”, afirma o pesquisador Mitul Mehta, do King’s College, em Londres. Outra possibilidade é que as fórmulas prejudiquem áreas do cérebro ligadas a outras funções. Pode ser um risco muito grande, considerando que os efeitos desejados pelos consumidores também não foram comprovados cientificamente. “Há a possibilidade de que a melhora do rendimento seja apenas autossugestão”, afirma a psicóloga Denise Barros. Ela estudou substâncias que agem sobre o cérebro em seu doutorado na Universidade 
Estadual do Rio de Janeiro.

Os brasileiros entusiasmados com os novos suplementos devem conter a empolgação. Eles podem até ser importados de outros países, mas apenas para uso pessoal. Não podem ser distribuídos comercialmente no Brasil. Para isso, precisam ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Por ora, não há nenhum pedido de fabricantes ou importadores para regulamentar os produtos no país. O jeito é confiar na velha fórmula da inteligência: alimentação equilibrada, sono em dia e muita dedicação para estudar. Costuma dar trabalho, mas é infalível.

Fonte: Revista Época

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cerca de 13% dos caminhoneiros usam drogas, aponta levantamento

Uma pesquisa realizada pela concessionária Arteris aponta que 13% dos caminhoneiros que utilizam as estradas administradas pela empresa usam drogas.

O levantamento foi feito entre janeiro de 2013 e agosto de 2014, com 3.405 caminhoneiros, e mostrou que grande parte dos profissionais tem problemas de saúde e faz longas jornadas de trabalho.

Pelos dados da pesquisa, divulgados nesta sexta-feira, os caminhoneiros ficam fora de casa 20 dias em um mês em média e muitas vezes enfrentam uma jornada de mais de 18 horas no trânsito.

Além disso, 76% dos motoristas abordados afirmaram que dormem no próprio caminhão e apenas 7% fica hospedado em hotéis na rotina de trabalho. Como consequência, foi constatado também que 12% dos caminhoneiros estão na mais alta faixa da escala de sonolência, o que indica risco 70% de acidentes.

Já em relação a saúde, o levantamento aponta que 35,97% dos motoristas abordados estava obeso e outros 40,53% apresentavam sobrepeso. Mais de 15% sofre com hipertensão e 28% apresentam colesterol alto. Além disso, 39% possuem glicemia alta e 17% registram triglicérides acima dos níveis considerados ideais.

Todos os dados foram coletados durante o projeto Viva Saúde, promovido pela concessionária nas 21 rodovias administradas por ela, nos Estados de São Paulo, Minas, Rio, Santa Catarina e Paraná.

Fonte: Portal Vox

Países que controlam tabagismo e hipertensão têm menos casos de Alzheimer

Na forma inicial, o Alzheimer causa alterações na memória, na personalidade e em habilidades espaciais e visuais. A progressão pode ser rápida ou lenta, mas, em todos os casos, tem como estágio final uma resistência à execução de tarefas diárias, perda da razão e da habilidade de cuidar de si próprio, incontinência urinária e fecal e deficiência motora progressiva. Essas características altamente debilitantes são o que assustam cerca de 68% das pessoas entrevistadas em todo o globo pela Alzheimer's Disease International (ADI). A equipe de pesquisadores multidisciplinar divulgou hoje o Relatório Global do Alzheimer 2014 com essa e outras conclusões importantes. Em alguns países, nos últimos 20 anos, por exemplo, há uma redução da incidência de demência. O motivo, segundo o documento, é o melhor controle do diabetes, da hipertensão e a diminuição do tabagismo.

A equipe liderada por Martin Prince, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências da King’s College of London, examinou criticamente evidências para a existência de fatores de risco modificáveis para a demência. “Nós nos concentramos em quatro domínios fundamentais: desenvolvimentos psicológico e psicossocial, estilo de vida e fatores de risco cardiovascular”, enumera. Eles garantem, com base em dados científicos, que, mesmo com o envelhecimento da população, a incidência do risco do problema pode ser modificada com a redução do uso do tabaco e um melhor controle e detecção da hipertensão e do diabetes. A última doença, de acordo com as conclusões do grupo, pode aumentar o risco de males neurodegenerativos em 50%.

Independentemente da idade e da carga genética, a demência causada pelo Alzheimer pode ser prevenida. A receita não foge ao tripé que sustenta uma vida saudável e longeva: não fumar, comer bem e se exercitar. Os pesquisadores resumiram as recomendações em uma máxima: “O que é bom para o coração é bom para o cérebro”. Isso porque a redução dos casos da doença percebida por eles tem como pano de fundo uma melhora na saúde cardiovascular em países de alta renda. “Existem evidências de vários estudos de que a incidência de demência pode estar caindo em países de alta renda vinculadas a melhorias na educação e na saúde cardiovascular. Precisamos fazer tudo o que pudermos para acentuar essas tendências”, afirma Martin.

Ao mesmo tempo, é previsto um maior aumento na prevalência do Alzheimer nas próximas décadas em nações de baixa e média renda, em que os fatores de risco identificados no relatório representam um problema crescente. As evidências mais fortes para possíveis associações causais com demência são baixa escolaridade na infância e adolescência, hipertensão na meia-idade e tabagismo e diabetes durante toda a vida. De acordo com o estudo, aqueles que tiveram melhores oportunidades educacionais têm um menor risco de demência quando envelhecem. A educação não teria impacto sobre as mudanças cerebrais que levam ao problema, mas reduziria o impacto no funcionamento intelectual.

Multifatorial
Coordenador do Núcleo de Excelência e Memória do Hospital Israelita Albert Einstein, Ivan Okamoto explica que o Alzheimer é multifatorial, pois tem fatores genéticos e ambientais. “Se pensarmos somente no genético, a doença não tem essa queda de incidência tão rápida. Vinte anos é pouco tempo para uma mudança de perda genética na população”, avalia. Por esse motivo, segundo ele, a queda nos casos pode ser atribuída ao melhor controle de fatores ambientais. “Isso comprova aquela coluna de medidas que todos os médicos falam: controle da pressão, do colesterol, não tabagismo, alimentação saudável e atividade física.”

Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% das com mais de 85 anos podem apresentar algum sintoma do Alzheimer, e são inúmeros os casos que evoluem para a demência. Feito o diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de oito a 10 anos. A prevenção por meio de hábitos saudáveis, ainda que reconhecida pela ciência, não é de conhecimento da população.

Segundo o relatório global, pouco mais de um sexto (17%) dos entrevistados reconhece que a interação social com amigos e familiares pode ter impacto sobre o risco de desenvolver o Alzheimer. Apenas 25% identificam o excesso de peso como um possível fator e um a cada cinco (23%) vê a atividade física como algo que pode afetar o risco de ocorrência da doença.

A expectativa do grupo de pesquisadores é de que, como parte da campanha internacional de sensibilização em torno da doença — que chega ao ápice neste domingo, Dia Mundial do Alzheimer — novas medidas de conscientização e prevenção sejam adotadas. Eles propõem a integração de mensagens de promoção da saúde do cérebro em campanhas de saúde pública em geral, como as de combate ao tabaco e a doenças não transmissíveis. Essas ações devem ser direcionadas também para os adultos mais velhos, que raramente são alvo específico dos programas de prevenção.

“Não há evidências fortes o suficientes, neste momento, para afirmar que as mudanças de estilo de vida vai prevenir a demência de forma individual. No entanto, combinar os esforços para combater a carga global e a ameaça das doenças não transmissíveis é importante”, afirma o relatório. “Se todos nós podemos entrar na velhice com o cérebro mais saudável e desenvolvido, estamos propensos a viver vidas mais longas, felizes e independentes, com uma chance muito menor de desenvolver demência”, finaliza.

Fonte:Saúde Plena

ONU desenvolve ferramenta que exibe dados sobre consumo de drogas no mundo

Um mapa interativo desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra os hábitos de usuários de drogas em todo o planeta. Produzido como parte do World Drug Report 2014, relatório produzido pelo braço da ONU para Drogas e Crime (UNODC), a ferramenta apresenta números sobre o consumo de maconha, por exemplo, em diferentes países.

Para visualizar o mapa, clique neste link ( http://www.unodc.org/wdr2014/en/interactive-map.html ) e escolha o tipo de droga que deseja visualizar em números de consumo mundial. O levantamento dos dados foi realizado em 2012.  

Números

A Islândia, onde há um grande debate sobre a descriminalização de várias substâncias, é o país que conta com a maior percentagem de usuários (18,3%). Nova Zelândia (14,6%) e a Nigéria (14,3%) também contam com um alto número de pessoas que declararam o consumo da erva. No Brasil, este número é de 8,8%, mais que a França (8,4%) e menos que Israel (8,9%).

Ainda de acordo com o relatório, 243 milhões de pessoas consumiram alguma droga ilícita em 2012, ano base da pesquisa, o equivalente a 5% da população mundial com idade entre 15 e 64 anos. Vale lembrar que, apesar de ter a proposta de oferecer um panorama global sobre o uso de substâncias, a pesquisa não conta com informações de vários países como a Índia.


Fonte: Exame.com (com adaptações)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

É IMPOSSÍVEL VOLTAR À PROIBIÇÃO TOTAL DA MACONHA, DIZ SECRETÁRIO DO URUGUAI

Responsável pela implantação do mercado regulado de maconha no Uruguai, o secretário da Presidência, Diego Cánepa, não se refere à medida como legalização.
Se for seguido seu plano, uruguaios e residentes permanentes poderão comprar a erva em farmácias a partir de dezembro. No mês passado, o governo iniciou concessões ao cultivo residencial e aos clubes de consumidores, de até 45 pessoas.

Em entrevista à Folha no Salão do Livro de Guarulhos, Cánepa minimizou a venda da maconha legal a estrangeiros, proibida pela lei uruguaia e a comparou com a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.

Mesmo assim, não acredita em uma reversão da lei em curto prazo, mesmo se a oposição assumir a Presidência após a eleição de outubro. "Tenho certeza absoluta de que a política continuará e que teremos resultados que farão com que sumam muitos fantasmas."
Leia abaixo trechos da entrevista com Diego Cánepa:
*

Folha - Como estão os prazos da legalização...
Diego Cánepa - Não é legalização. O que nós criamos no Uruguai é um mercado regulado. Se você hoje produz maconha e vende fora do mercado legal é crime. Para nós, é um produto controlado em um mercado legal.

Há muitas críticas em relação ao projeto, como em relação à venda a estrangeiros. Como será esse controle?

Se um amigo seu compra e lhe dá, não é ilegal, mas com certeza há quem viole a lei. No Uruguai, é proibido vender bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. A lei é cumprida na maioria dos casos, mas não há um controle total. Se você me pergunta se os estrangeiros terão acesso, terão assim como acontece com a maconha ilegal.

Como fazer com que a maconha não passe pela fronteira?
Fizemos um grande investimento em um marcador genético que identifica na hora a droga uruguaia. 

Isso vai garantir a segurança e a boa relação com Brasil e Argentina.
Em algum momento, Brasil e Argentina foram consultados?

Foi uma decisão soberana. Assim como respeitamos as decisões soberanas dos dois países, eles também respeitam nossa decisão.

O governo uruguaio foi procurado por algum partido político brasileiro sobre o projeto?
Diretamente conosco não, mas se o Brasil ou qualquer outro país, como Inglaterra e Estados Unidos, quiser conhecer nossa experiência, nós estamos abertos para trabalhar em conjunto, em especial no aspecto científico.

O senhor acredita que o apoio de ex-presidentes da América Latina, como Fernando Henrique Cardoso, à legalização da maconha dá mais respaldo à iniciativa uruguaia?

Acho que está mudando a discussão sobre as drogas na região, mas enquanto eles defenderam a legalização quando já tinham saído do governo, Mujica o fez quando era presidente.

Acreditamos que a repressão às drogas não funcionou. Agora vamos avaliar e, se a política não der certo em cinco anos, teremos que mudar novamente.

Embora o presidente José Mujica seja reconhecido por aprovar o aborto, o casamento gay e a legalização da maconha, seu partido perdeu espaço no Uruguai. O senhor acredita que essas questões interferiram na eleição?

Não tem nada a ver. Todas as políticas, exceto a maconha que é mais discutível, têm um apoio muito grande nas pesquisas. O que temos são novos desafios, uma nova classe média e jovens que pensam no futuro.

Luis Lacalle Pou [candidato da oposição à Presidência] aprova o cultivo em casa, mas quer derrubar o resto da lei. O senhor acha isso possível?

Não acho que ele possa mudá-la. Todos sabemos que voltar ao proibicionismo absoluto é impossível. Tenho certeza absoluta de que essa política continuará e que teremos resultados que farão cair muitos fantasmas.

A maioria da população é contrária ao projeto, embora tenha sido aprovado pelo Congresso. Poderia ter sido feito um referendo?

Os que queriam um referendo não conseguiram aprová-lo. Há pesquisas que mostram que a maioria quer esperar os resultados da lei. Não vai haver mudanças, a medida vai continuar.

Fonte:Folha.uol

Preferência parental em relação aos filhos pode favorecer uso de álcool e outras drogas, diz análise

O favoritismo na criação de filhos é tema de um estudo divulgado recentemente no Journal of Psychology. Adolescentes de 282 famílias foram observados pela Universidade americana Brigham Young,  que analisou o tratamento preferencial percebido em diversos tipos de dinâmica familiar. 

Em famílias que não percebem as preferências destinadas a um dos filhos, as crianças desfavorecidas – ou seja, aquelas que não recebem o mesmo afeto e apoio dedicados aos irmãos – são quase duas vezes mais propensas ao uso de álcool, cigarros e outras drogas. Se o tratamento preferencial é considerado dramático, a criança menos favorecida é mais propensa a usar uma destas substâncias em até 3,5 vezes ao longo da vida. 

O estudo também destaca e explica como se pode apontar e chegar ao filho eleito preferido em detrimento dos outros. Não se trata exclusivamente dos pais perceberem se tratam os filhos de forma diferenciada; mas, principalmente, como os filhos percebem isso. Nesse sentido, nem sempre o tratamento diferenciado incitará o uso de drogas nos filhos, mas sim a percepção dos filhos em relação ao olhar dos pais. 


O que os pais devem fazer? 

O estudo indica alguns comportamentos a serem adotados pelos pais que queiram minimizar ou prevenir esse tipo de problema no crescimento dos filhos.  Mais calor, atenção e afeto do que conflitos, por exemplo, ajudam na convivência entre pais e filhos – quando distribuídos na mesma proporção. 

De acordo com a pesquisa, não existe ligação entre o uso de substâncias e favoritismo entre as famílias que têm um forte interesse um pelo outro. Nesse sentido, observar o que cada um de seus filhos estão tentando construir em sua identidade também é importante. Portanto, a valorização e o respeito quanto ao que os filhos veem de suas identidades ajuda-os a sentirem-se amados. 


Cenário nacional

Até o ano de 2010, no Brasil, houve diminuição de 49,5% no uso de drogas ilícitas entre estudantes da rede pública do país. 

Em relação ao uso de álcool por jovens estudantes, o consumo diminuiu para 44,1% na comparação com o levantamento realizado em 2004, que foi de 63,3%. Já o uso de tabaco, em 2010, foi de 9,8% - enquanto que, na pesquisa anterior, o número chegou a 15,7%. O levantamento foi realizado com 50.980 estudantes.

Esses e outros dados podem ser encontrados no VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada nas Capitais Brasileiras, concluído em 2010. Para visualizá-lo, acesse: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/328890.pdf 

Testes sobre o uso de álcool

Também para ajudar os pais a diagnosticarem o nível de uso de álcool pelos filhos, o Portal do Obid disponibiliza dois testes capazes de apontar indicadores que ajudarão na busca por um profissional de saúde. Acesse o menu superior do Portal e clique na opção “Diagnósticos”.


Fonte: Medical News Today, com adaptações e inclusões de dados.

PROGRAMA DIREÇÃO SEGURA MULTA 10% DAS PESSOAS SUBMETIDAS AO BAFÔMETRO

O programa Direção Segura multou uma em cada dez pessoas que passaram pelo teste do bafômetro no Estado de São Paulo desde o fevereiro de 2013. Segundo dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), foram 21.037 testes, com 2.132 pessoas autuadas por embriaguez ao volante.
As regras mais rígidas da Lei Seca entraram em vigor em 23 de janeiro do ano passado. O limite do bafômetro, que era de 0,1 mg/l (miligrama de álcool por litro de ar), passou a ser de 0,05 mg/l –o que equivale a menos de um copo de cerveja.

Pessoas flagradas com índice alcoólico entre 0,05 mg/l a 0,33 mg/l são multadas em R$ 1.915,40 e podem ter a habilitação suspensa por 12 meses. Já o motorista flagrado com índice superior a 0,34 mg/l de álcool no sangue pode ser multado em R$ 1.915,40, ter a habilitação suspensa por 12 meses e responde na Justiça por crime de trânsito

Desde de fevereiro de 2013, o Estado contabilizou 376 pessoas flagradas no limite superior de embriaguez e, por isso, tiveram a infração enquadrada como crime de trânsito, que prevê uma pena de seis meses a três anos de prisão em caso de condenação.

Nesta quinta-feira (19), o governo estadual entregou 28 carros destinados a expansão da operação Direção Segura, que serão utilizadas entre os dias 18 e 25 de setembro, em blitze da Semana Nacional do Trânsito. As fiscalizações acontecerão na região metropolitana, Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.


Fonte: Folha de São Paulo

CDH VOLTA A DISCUTIR REGULAMENTAÇÃO DA MACONHA

Dando continuidade às discussões sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal e industrial da maconha, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) promove na segunda-feira (22), às 9h, mais uma audiência pública interativa. O objetivo, como nos debates anteriores, é subsidiar a decisão sobre a transformação ou não em projeto de lei de uma sugestão popular de regulamentação (SUG 8/2014).

Foram convidados para o encontro o procurador da República Guilherme Zanina Schelb, os juízes Carlos Maroja e João Marcos Buch e o psiquiatra Fábio Gomes de Matos e Souza. Também devem participar os juízes João Batista Damasceno e Roberto Luiz Corcioli Filho, da Associação de Juízes para a Democracia, e a coordenadora do Movimento Mães de Maio, Débora Maria da Silva.

A reunião ocorrerá na sala 2 da Ala Nilo Coelho.

Sugestão

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi incumbido de elaborar relatório sugerindo a admissão ou não da tramitação como projeto de lei da sugestão enviada pelo Portal e-Cidadania. O texto prevê que seja considerado legal “o cultivo caseiro, o registro de clubes de cultivadores, o licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo e a regularização do uso medicinal”. As sugestões enviadas pelo portal são enviadas à CDH quando chegam a 20 mil assinaturas de apoio.

Nas reuniões já realizadas, apesar da falta de consenso sobre a liberação da droga para uso recreativo, houve forte apoio à liberação da maconha para fins medicinais. O uso terapêutico de substâncias como o canabidiol (CBD) tem se mostrado eficiente em pacientes que sofrem de condições como epilepsia grave, esclerose múltipla, esquizofrenia e mal de Parkinson.

No primeiro debate, em junho, o secretário Nacional de Drogas do Uruguai, Julio Calzada, destacou o efeito positivo da legalização do comércio da droga sobre a criminalidade naquele país. No segundo, o coronel Jorge da Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro, disse que os índices de violência demonstram que o atual modelo proibicionista não deu resultados positivos.

Na terceira audiência, especialistas defenderam o uso medicinal da maconha. No quarto debate, os convidados debateram a legislação atual e a adequação da pena de prisão para pessoas presas com menos de 50 gramas de maconha.

Em todas as audiências, houve várias manifestações de membros da audiência contrários à regulamentação, que destacaram, por exemplo, o risco de a maconha levar ao consumo de drogas consideradas mais nocivas.

Fonte:Agência Senado

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Souza Cruz deve pagar tratamento a ex-provadores de cigarro

A Souza Cruz foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho Rio de Janeiro (TRT-RJ) a pagar tratamento médico a ex-funcionários que trabalhavam como provadores de cigarros e contraíram doenças por causa da função. Em caso de descumprimento, a multa é de 10.000 reais por dia. 

A decisão é resultado de uma ação civil pública do Ministério do Trabalho (MPT), iniciada em 2003, pela qual a empresa foi condenada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar uma indenização de 500.000 reais a um ex-empregado, em março deste ano. 

O homem contraiu uma doença pulmonar grave depois de atuar no Painel de Avaliação Sensorial, área da empresa que testa cigarros. De acordo com o MPT, ele tinha que fumar vários cigarros por dia, inclusive da concorrência. 

À época, o TST não julgou parte do processo em que o MPT pedia que a empresa custeasse as despesas médicas de outros ex-empregados e, por isso, a solicitação voltou para o TRT-RJ. 

Naquela ocasião, o TST decidiu que a companhia poderia manter a profissão de provador, mas ordenou o pagamento da indenização. Tanto a Souza Cruz quando o MPT recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

Segundo o MPT, a decisão do TRT-RJ de obrigar a empresa a bancar o tratamento dos ex-provadores transitou em julgado e, portanto, não cabe recurso. 

Outro lado

Em relação às atividades exercidas no Painel de Avaliação Sensorial, a Souza Cruz diz que elas são "reconhecidamente lícitas, inclusive por decisão judicial na Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho." A empresa também afirma que todos os trabalhadores da área "são maiores de idade, previamente fumantes, e voluntariamente optaram por participar do Painel". 

A companhia reforça que entrou com recurso junto ao STF contra a decisão do TST que obriga o pagamento da multa de 500 mil reais ao ex-funcionário que tinha a função de provar cigarros. 

Já a respeito da decisão do TRT-RJ que determina o pagamento das despesas médicas de ex-funcionários a Souza Cruz informa que "poderá se manifestar quando tiver ciência do seu teor, após a publicação do acórdão" e que a determinação "é objeto de recurso apresentado pela Souza Cruz e será analisada pelo Supremo Tribunal Federal". 


Fonte:Exame 

CDH volta a discutir regulamentação da maconha

Dando continuidade às discussões sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal e industrial da maconha, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) promove na segunda-feira (22), às 9h, mais uma audiência pública interativa. O objetivo, como nos debates anteriores, é subsidiar a decisão sobre a transformação ou não em projeto de lei de uma sugestão popular de regulamentação (SUG 8/2014).

Foram convidados para o encontro o procurador da República Guilherme Zanina Schelb, os juízes Carlos Maroja e João Marcos Buch e o psiquiatra Fábio Gomes de Matos e Souza. Também devem participar os juízes João Batista Damasceno e Roberto Luiz Corcioli Filho, da Associação de Juízes para a Democracia, e a coordenadora do Movimento Mães de Maio, Débora Maria da Silva.

A reunião ocorrerá na sala 2 da Ala Nilo Coelho.

Sugestão

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi incumbido de elaborar relatório sugerindo a admissão ou não da tramitação como projeto de lei da sugestão enviada pelo Portal e-Cidadania. O texto prevê que seja considerado legal “o cultivo caseiro, o registro de clubes de cultivadores, o licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo e a regularização do uso medicinal”. As sugestões enviadas pelo portal são enviadas à CDH quando chegam a 20 mil assinaturas de apoio.

Nas reuniões já realizadas, apesar da falta de consenso sobre a liberação da droga para uso recreativo, houve forte apoio à liberação da maconha para fins medicinais. O uso terapêutico de substâncias como o canabidiol (CBD) tem se mostrado eficiente em pacientes que sofrem de condições como epilepsia grave, esclerose múltipla, esquizofrenia e mal de Parkinson.

No primeiro debate, em junho, o secretário Nacional de Drogas do Uruguai, Julio Calzada, destacou o efeito positivo da legalização do comércio da droga sobre a criminalidade naquele país. No segundo, o coronel Jorge da Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro, disse que os índices de violência demonstram que o atual modelo proibicionista não deu resultados positivos.

Na terceira audiência, especialistas defenderam o uso medicinal da maconha. No quarto debate, os convidados debateram a legislação atual e a adequação da pena de prisão para pessoas presas com menos de 50 gramas de maconha.

Em todas as audiências, houve várias manifestações de membros da audiência contrários à regulamentação, que destacaram, por exemplo, o risco de a maconha levar ao consumo de drogas consideradas mais nocivas.

Fonte:Senado notícias

Estudo americano aponta círculo vicioso em quem fuma maconha

Jovens e adultos usuários de maconha buscam gerenciar humores negativos usando a droga. É o que indica um estudo publicado, em setembro, pela revista “Journal of Studies on Alcohol and Drugs”.

Segundo o estudo, os jovens que usam maconha frequentemente experimentam um aumento de sensação negativa nas 24 horas anteriores ao uso. Nesse sentido, fumar maconha como uma técnica de enfrentamento de situações problemáticas pode tornar mais complexo e real o cenário de um círculo vicioso. 

Para o estudo, foram recurtadas 40 pessoas, com idades entre 15 e 24 anos, que usaram maconha pelo menos duas vezes por semana, embora sua média tenha sido de 9,7 vezes por semana. Elas foram treinadas para usar um computador de mão que lhes assinalava em um horário aleatório dentro de intervalos de três horas (quatro a seis vezes por dia) durante duas semanas. A cada sinal, os participantes foram questionados sobre humor, se estavam acompanhados, disponibilidade de maconha e uso recente da droga. Os participantes também foram solicitados a relatar imediatamente sobre qualquer uso de maconha. Eles completaram mais de 3.600 relatórios.

Resultado

Os pesquisadores descobriram que o afeto negativo aumentou significativamente durante as 24 horas anteriores ao uso da maconha em comparação a outros períodos. No entanto, a sensação de afeto positivo não variou no período antecedente ao uso da maconha em comparação a outras épocas. 

O estudo conseguiu coletar os dados em tempo real para avaliar o humor em comparação ao uso de maconha. Por fim, indica-se aos médicos e conselheiros que ajudem seus pacientes a identificar padrões de sentimentos negativos e implementar estratégias de regulação de humor para substituir o uso da maconha. 


Fonte: Medical News Today, com adaptações.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Sobre a legalização da maconha

A maconha tem dois princípios ativos, o Canabidiol–CBD e o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC). Esse último comprovadamente prejudica o funcionamento do cérebro, reduz a memória, o aprendizado e a inteligência, agrava os transtornos mentais preexistentes e, segundo pesquisa mais recente, a substância perturba gravemente o desenvolvimento da personalidade e a integração das experiências emocionais.

 É um dos componentes causadores das psicoses. Além dessa gama de fatores, a maconha fumada é viciante e tem mais de 400 substancias cancerígenas. Os pró-legalização querem confundir o grande público. Se existe algum benefício na maconha está no Canabidiol, embora a farmacologia ainda não tenha pesquisas que comprovem cientificamente o seu benefício em longo prazo.

Se a legalização recreativa da maconha acontecer em nosso País, como querem os seus defensores, ficamos mais uma vez expostos aos riscos geradores de violência social. Recentes estudos coordenados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) têm demonstrado que, em todos os países onde houve algum nível de liberação das drogas, o consumo aumentou notadamente entre os jovens. Este é o caso de Portugal, Áustria, Holanda, Reino Unido, alguns estados americanos e o Brasil – onde, em 2006, a legislação abrandou a pena para o consumidor. O debate em torno de sua regulamentação esquentou depois que o Uruguai aprovou, em dezembro, a produção e a venda da maconha, droga mais consumida no mundo.

Por isso chamamos a atenção, por meio do Movimento Brasil sem Drogas, para o assunto. Até o final deste ano, diversas atividades educativas serão realizadas para alertar a população e gerar a discussão. Existe muito desconhecimento sobre o assunto por parte da nossa população e o Senado está se aproveitando disso para avançar nas audiências públicas sempre em horários incomuns. É importante que a população seja alertada sobre os riscos de uma eventual legalização dessa droga que não é tão inofensiva como dizem os que estão favoráveis à legalização. 


Fonte: O povo

Cinco pontos sobre o 'crack'

O primeiro ponto a ser ressaltado é o de que a compreensão da experiência do consumo de crack não pode ser explicada unicamente pelas propriedades químicas da substância ou, usando os termos de Maurício Fiore, em tese recente sobre uso de drogas, pelos seus “agenciamentos avassaladores” sobre o organismo humano. Mas eles não devem também ser negados.

Para uma perspectiva mais complexa e inter-relacionada sobre o assunto, é preciso observar como esses efeitos continuamente repetitivos se ligam à produção de traços, expressões, marcações e comportamentos corporais específicos (ou seja, corporalidades), e como essas corporalidades só podem ser entendidas à luz de toda uma trama social bem mais ampla. Uma trama que envolve pessoas, substâncias, sensações, instituições, disputas políticas e terapêuticas, objetos, ideias e espaços.

Nessa mesma direção, é ainda pouco útil querer saber ‘por que’ as pessoas usam crack ou ‘por que’ se dirigem para espaços como as chamadas ‘cracolândias’, uma vez que os motivos que fazem alguém começar a usar crack ou se dirigir para tais espaços – territorialidades – não são os mesmos que o fazem continuar. Mais proveitoso, portanto, é indagar ‘como’, ‘com quem’ e ‘de que modo’ as pessoas estabelecem relações com a substância e com os espaços, pois nesses cenários elas têm que criar e contar com estratégias de uso e com aproximações conjunturais. Essas estratégias e aproximações são necessárias, no limite, para a manutenção da vida – o que torna o ‘problema do crack’ algo muito mais complicado. 

Ao fim dessa argumentação, porém, é preciso dar um passo atrás e recordar que, seja qual for o envolvimento de alguém com o crack, esse envolvimento é sempre situacional e variável ao longo de uma trajetória específica, bem como do contato com uma rede de outros usuários. Lembrar, sobretudo, que esse consumo, no fundo e no fim das contas, revela apenas uma face – pequena – de tudo aquilo que uma pessoa é.


Impactos políticos 
O crack não teve só efeitos negativos. A fala pública em torno de uma ascensão do consumo e dos consumidores da droga no Brasil – que, entretanto, não se configura uma epidemia – impulsionou a criação e reestruturação de recentes políticas de saúde pública no país, especialmente as específicas sobre drogas.

Entre 2004 e 2005, o próprio texto da política do Ministério da Saúde reconhecia o “atraso histórico” do Sistema Único de Saúde (SUS) em se posicionar sobre a questão do consumo de drogas. Mas, a partir de 2009, quando começa a aumentar a veiculação de notícias sobre crack, surge um enfoque crescente na estruturação de uma rede de serviços públicos para tratar a questão, incorporando inclusive a abordagem de redução de danos (a oferta de orientações e cuidados de saúde, sem repressão, ancorada na defesa de direitos humanos), pelos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPSads). 

Nesse período, há o fortalecimento das equipes de consultório de rua, bem como a elaboração de distintos planos integrados e intersetoriais. A posição oposta também ganha relevo: é visível a efervescência das discussões sobre internações involuntárias e compulsórias, aliada ao fortalecimento econômico e político das comunidades terapêuticas.

O que se extrai disso, portanto, é que a ampla exposição em torno do crack contribuiu para acirrar as disputas públicas sobre os modelos de tratamento para a dependência química e para gerar um emaranhado de instituições e atores cujos conflitos por recursos, poder, legitimidade e terapêutica têm movimentado, e muito, a cena pública contemporânea. Se há nisso embates, há também efeitos políticos significativos, dos quais o principal é o fato de que o uso de drogas foi, em definitivo, assumido como uma “questão de saúde pública

Fonte: Uol

Pesquisa mostra prevalência de HIV e contexto vulnerável de consumidores de drogas no Uruguai

Um estudo realizado para determinar a prevalência de HIV/Aids e as práticas entre os usuários de pasta base de cocaína, crack e outras denominações de cocaína fumável em Montevidéu e sua área metropolitana mostrou que, de cada 100 pessoas que consomem esse tipo de droga, seis têm infecção pelo HIV. A maioria vive em contextos de alta vulnerabilidade, embora tenham acesso aos sistemas de saúde em razão de seu consumo problemático de droga.

A pesquisa foi feita por causa da necessidade de informações atualizadas sobre práticas de uso de drogas, prevalência do HIV, eatitudes e práticas sexuais entre usuários de cocaínas fumáveis residentes em Montevidéu e sua área metropolitana. A amostra final foi de 318 casos para uma população entre 18 e 64 anos, que haviam consumido drogas em pelo menos 25 dias durante os últimos seis meses. A pesquisa foi realizada entre 5 de setembro e 30 de novembro de 2012.

A prevalência do HIV entre consumidores de drogas fumáveis ou inalantes é de 6%, enquanto entre aqueles que usam drogas injetáveis o número sobre para 10%. Contudo, os técnicos alertaram que o padrão de consumo no Uruguai tem mudado, deixando-se de lado as drogas injetáveis. Este estudo foi desenvolvido pelo Observatório Uruguaio de Drogas da Junta Nacional de Drogas (JND) do Uruguai, pelo Ministério da Saúde Pública e pela equipe conjunta sobre aids das Nações Unidas, com apoio do Equipos Mori.

O Secretário-Geral da JND mostrou os principais resultados da pesquisa enfatizando o contexto de vulnerabilidade desta população, que consiste principalmente de homens jovens com baixo acesso à educação.

Quase 64% dos usuários de pasta base nunca estudou ou cursou apenas educação primária; sua situação habitacional é precária (cerca de 40% vive nas ruas,em abrigos ou em algum tipo de habitação precária); apenas 16% tem trabalho formal e a maioria vive de "bicos", são catadores ou têm trabalho informal. O roubo, a venda de drogas e o trabalho sexual também aparecem como outras maneiras de ganhar dinheiro, mas em um percentual relativamente baixo.

Outra das principais conclusões é a de que essas populações altamente estigmatizadas,ainda que estejam escondidas e que não sejam representadas em pesquisas comuns, acessam o sistema de saúde por motivo do uso de drogas.

Para o secretário, é importar trabalhar com ênfase na capacitação do sistema de saúde e na sensibilização. Esta é uma população vítima e no sistema de saúde existem todas as ferramentas para oferecer a ela, como a promoção do uso do preservativo e do acesso ao diagnóstico.

Uma das recomendações é aumentar o acesso a preservativos através da instalação de programas de distribuição em todos os centros da comunidade identificados como locais de uso entre usuários de drogas. Sugere-se também a realização de treinamento para profissionais de saúde sobre a vulnerabilidade dos usuários de drogas quanto ao HIV.


Fonte: UNODC