Um estudo realizado para determinar a prevalência de HIV/Aids e as práticas entre os usuários de pasta base de cocaína, crack e outras denominações de cocaína fumável em Montevidéu e sua área metropolitana mostrou que, de cada 100 pessoas que consomem esse tipo de droga, seis têm infecção pelo HIV. A maioria vive em contextos de alta vulnerabilidade, embora tenham acesso aos sistemas de saúde em razão de seu consumo problemático de droga.
A pesquisa foi feita por causa da necessidade de informações atualizadas sobre práticas de uso de drogas, prevalência do HIV, eatitudes e práticas sexuais entre usuários de cocaínas fumáveis residentes em Montevidéu e sua área metropolitana. A amostra final foi de 318 casos para uma população entre 18 e 64 anos, que haviam consumido drogas em pelo menos 25 dias durante os últimos seis meses. A pesquisa foi realizada entre 5 de setembro e 30 de novembro de 2012.
A prevalência do HIV entre consumidores de drogas fumáveis ou inalantes é de 6%, enquanto entre aqueles que usam drogas injetáveis o número sobre para 10%. Contudo, os técnicos alertaram que o padrão de consumo no Uruguai tem mudado, deixando-se de lado as drogas injetáveis. Este estudo foi desenvolvido pelo Observatório Uruguaio de Drogas da Junta Nacional de Drogas (JND) do Uruguai, pelo Ministério da Saúde Pública e pela equipe conjunta sobre aids das Nações Unidas, com apoio do Equipos Mori.
O Secretário-Geral da JND mostrou os principais resultados da pesquisa enfatizando o contexto de vulnerabilidade desta população, que consiste principalmente de homens jovens com baixo acesso à educação.
Quase 64% dos usuários de pasta base nunca estudou ou cursou apenas educação primária; sua situação habitacional é precária (cerca de 40% vive nas ruas,em abrigos ou em algum tipo de habitação precária); apenas 16% tem trabalho formal e a maioria vive de "bicos", são catadores ou têm trabalho informal. O roubo, a venda de drogas e o trabalho sexual também aparecem como outras maneiras de ganhar dinheiro, mas em um percentual relativamente baixo.
Outra das principais conclusões é a de que essas populações altamente estigmatizadas,ainda que estejam escondidas e que não sejam representadas em pesquisas comuns, acessam o sistema de saúde por motivo do uso de drogas.
Para o secretário, é importar trabalhar com ênfase na capacitação do sistema de saúde e na sensibilização. Esta é uma população vítima e no sistema de saúde existem todas as ferramentas para oferecer a ela, como a promoção do uso do preservativo e do acesso ao diagnóstico.
Uma das recomendações é aumentar o acesso a preservativos através da instalação de programas de distribuição em todos os centros da comunidade identificados como locais de uso entre usuários de drogas. Sugere-se também a realização de treinamento para profissionais de saúde sobre a vulnerabilidade dos usuários de drogas quanto ao HIV.
Fonte: UNODC
Nenhum comentário:
Postar um comentário