sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Mais de um quarto de milhão de jovens que nunca tinham fumado um cigarro usaram e-cigarros em 2013

Mais de um quarto de um milhão de jovens que nunca tinham fumado um cigarro usaram cigarros eletrônicos em 2013, de acordo com um estudo do CDC publicado na revista Nicotine e Pesquisa do Tabaco. Esse número reflete um aumento de três vezes, passando de cerca de 79 mil em 2011, para mais de 263.000 em 2013. 

Os dados, que vem de 2011, 2012, 2013 e dos levantamentos do National Youth Tobacco de alunos do ensino fundamental e médio, mostram que os jovens que nunca fumaram cigarros convencionais, mas que usaram cigarros, eram quase duas vezes mais propensos na intenção de fumar cigarros convencionais do que aqueles que nunca haviam usado os cigarros. Entre os jovens não-fumantes que já tinham usado os cigarros, 43,9 % disseram que possuem a  intenção de fumar cigarros convencionais, no próximo ano, em comparação com 21,5% dos que nunca tinham usado os cigarros. 

Existe uma preocupação, por parte dos pesquisadores do CDC, com o uso de nicotina entre os jovens, independentemente do fato de provir de cigarros convencionais, e-cigarros ou outros produtos do tabaco. Não só é altamente viciante de nicotina, mas pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro do adolescente

Há evidências de que os efeitos adversos da nicotina sobre o desenvolvimento do cérebro do adolescente pode resultar em défices duradouros na função cognitiva. A nicotina é altamente viciante. Cerca de três em cada quatro fumantes adolescentes se tornarem adultos fumantes, mesmo que eles pretendam deixar a dependência em poucos anos. O aumento do número de jovens que usam e-cigarros deve ser uma preocupação para os pais e para a comunidade de saúde pública, especialmente porque os usuários jovens de e-cigarros eram quase duas vezes mais propensos a terem a intenção de fumar cigarros convencionais em comparação com jovens que nunca tinha experimentado e-cigarros. 

O estudo também analisou a associação entre a publicidade ao tabaco e intenções do tabagismo entre estudantes de ensino fundamental e médio. Os alunos foram questionados sobre se já haviam visto os anúncios de tabaco na internet, em revistas e jornais, em lojas de varejo, e em programas de televisão e filmes. Consistente com estudos anteriores, este estudo constatou que os jovens que relataram exposição a anúncios de cigarros tiveram maiores taxas de intenções de fumar do que aqueles que não foram expostos a esses anúncios. 

Os pesquisadores também descobriram que quanto maior o número de fontes de exposição de publicidade para os jovens expostos, maior a sua taxa de intenção de fumar cigarros. 13%  dos estudantes que disseram que não tinha a exposição a esses anúncios tinham intenção de fumar, em comparação com 20,4% entre aqueles que relataram exposição de uma a duas fontes de anúncios e de 25,6% entre aqueles que relataram exposição de três para quatro das fontes. 
Mais de 50 anos desde que o Relatório do Surgeon Genera,  marco ligando o cigarro ao câncer de pulmão, o tabagismo continua a ser a principal causa de morte e de doenças evitáveis ​​nos Estados Unidos. Fumar mata quase meio milhão de americanos a cada ano. Mais de 16 milhões de americanos vivem com uma doença relacionada ao tabagismo. 

Doenças relacionadas ao fumo custam 132 bilhões de dólares americanos por ano em despesas com cuidados diretos de saúde , muito disso vem em pagamentos suportados pelos contribuintes. A cada dia, mais de 3.200 jovens americanos fumam seu primeiro cigarro. O Surgeon General concluiu que a menos que a taxa de tabagismo seja rapidamente reduzida, 5,6 milhões de crianças norte-americanas vivas hoje - cerca de um em cada 13 - irá morrer prematuramente de uma doença relacionada ao tabagismo.



Fonte: MedicalNewsToday (Adaptado)

29 DE AGOSTO - DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO

Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam.As estatísticas revelam que os fumantes comparados aos não fumantes apresentam um risco 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão; 5 vezes maior de sofrer infarto; 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar e 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral.No Brasil, o câncer de pulmão é o tipo de tumor mais letal e também uma das principais causas de morte no país. Ao final do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitável. 

O consumo de tabaco é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão.A OMS classificou o tabaco como um dos fatores que mais contribuem para a epidemia de doenças não contagiosas como ataques cardíacos, derrames, câncer e enfisema. O grupo é responsável por 63% de todas as mortes no mundo. 

Outras doenças relacionadas ao tabagismo são: hipertensão arterial, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, trombose vascular, osteoporose, Catarata, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce e complicações na gravidez.No Brasil em dias atuais o tratamento do tabagismo tem como referência o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo regulado por Portarias do Ministério da Saúde (Portaria nº 1.035/2004 e Portaria nº 442/2004) que ampliam o acesso da abordagem nos 3 níveis de atenção à saúde (básica, média e alta complexidade).

Esse modelo de tratamento é baseado na abordagem cognitivo comportamental  possibilitando que o tratamento seja realizado em grupo ou individualmente, e tem como objetivo  auxiliar o fumante a desenvolver habilidades que o auxiliarão a permanecer sem fumar. O apoio medicamentoso, quando necessário, é outro recurso usado no tratamento do tabagismo e disponibilizado na rede SUS.Não obstante a isso, setores da sociedade civil mostram-se presente na temática de prevenção ao tabagismo, desde empresas, ONGs e ações individuais que realizam programas preventivos com intuito de conscientizar o indivíduo sobre consequências do tabaco à saúde.


Fonte: INCA

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A ingestão de antidepressivos durante a gravidez pode estar relacionada ao risco de hiperatividade das crianças.

 A ingestão de antidepressivos durante a gravidez pode estar relacionada ao risco de hiperatividade das crianças, sugere um estudo americano publicado nesta terça-feira em uma revista do grupo Nature.

Os transtornos por déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) se caracterizam pelas dificuldades que algumas crianças têm em se concentrar ou realizar atividades complexas.Estas desordens afetariam de 3% a 5% das crianças em idade escolar na França, segundo diferentes estudos, e se caracterizam por uma forte impulsividade e a dificuldade para permanecer sentado no mesmo lugar ou esperar sua vez.Neste estudo publicado na Molecular Psychiatry (grupo Nature), especialistas do Massachusetts General Hospital "observam um risco persistente de TDAH após uma exposição aos antidepressivos, particularmente durante o primeiro trimestre" de gravidez.Este estudo estatístico foi realizado com dados de um sistema de cuidados do nordeste dos Estados Unidos, com uma amostra de 2.243 menores com problemas de TDAH e com 1.377 crianças autistas.

O objetivo inicial era estabelecer se os antidepressivos durante a gravidez provocam um maior risco de autismo, como alguns estudos haviam sugerido.Neste sentido, os cientistas consideram que, finalmente, o vínculo é "não significativo", já que é preciso levar em conta outro fator potencialmente agravante para o autismo em crianças: o estado depressivo da mãe.Por sua vez, os pesquisadores descobriram que é significativa a associação entre a ingestão de antidepressivos por parte da mãe gestante e o risco de desordens de atenção com hiperatividade em crianças.Este risco é, no entanto, "modesto em termos absolutos", e o resultado pode ter sido afetado por erros em matéria de classificação, reconhecem os pesquisadores, que exigem estudos adicionais sobre este assunto.

Em um comentário separado, o psiquiatra britânico Guy Goodwin também se mostra prudente. Considera que o alcance do estudo é limitado e estima que é possível e inclusive provável que o efeito observado esteja relacionado a riscos genéticos crescentes, herdados da mãe, de sofrer transtornos psiquiátricos.


Fonte: Istoé

LIBERAÇÃO DO USO DA MACONHA CONTINUA DIVIDINDO OPINIÕES NO CONGRESSO

A descriminalização da maconha no Brasil é um dos assuntos mais polêmicos discutidos na Câmara dos Deputados. Segundo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas (Inpad), o Brasil tem 3,5 milhões de usuários de maconha. Apesar do grande número de usuários, um levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mostra que 75% da população é contrária à legalização.

A maconha é uma substância psicotrópica psicoativa, ou seja, é capaz de causar alucinações e alteração no comportamento do usuário. Os parlamentares divergem não só sobre a liberação ou não da venda da droga, mas também sobre o uso que será feito dela: se recreativo ou apenas medicinal.

"A maconha causa dependência química em torno de 15% dos seus usuários, um pouco mais do que o álcool", adverte o psiquiatra Leonardo Moreira. Quando um jovem se envolve com maconha, alerta o médico, o cérebro dele ainda está amadurecendo e os danos são irreversíveis. Leonardo Moreira esclarece ainda que o que é usado medicinalmente é um composto da maconha: o canabidiol.

Atualmente, o canabidiol consta de uma lista de psicotrópicos elaborada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso, quem quer fazer uso terapêutico do composto dependem de autorização especial (da própria Anvisa ou da Justiça) ou da importação à margem da lei. A substância é usada por quem sofre de epilepsia grave, esclerose múltipla, esquizofrenia e mal de Parkinson.

A Anvisa discute a mudança da classificação do canabidiol da lista de substâncias psicotrópicas para a de substâncias sujeitas a controle especial. O assunto, porém, foi tratado pela última vez em reunião no dia 29 de maio.Na Câmara há projetos que regulamentam o uso da maconha e outros que aumentam as penas para o tráfico.A favor

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) é um dos parlamentares que defendem regras para a produção, a industrialização e a comercialização da maconha e seus derivados. O Projeto de Lei 7270/14, de autoria do parlamentar, tem 40 páginas e, além de definir regras para plantação da maconha, estende a esses produtos normas já vigentes para tabaco e álcool, como proibição de propaganda e do fumo em recintos fechados.A proposta de Jean Wyllys tramita apensada ao Projeto de Lei 7187/14, do deputado Eurico Júnior (PV-RJ), que libera a plantação da maconha em residências, além do cultivo para uso medicinal e recreativo. Os textos serão analisados por uma comissão especial que será criada unicamente para discutir o mérito dessas propostas.Contra

O assunto é polêmico e divide opiniões na Câmara dos Deputados. Na contramão da regulamentação, está o deputado Osmar Terra (PMDB-RS), autor de um projeto que prevê o aumento das penas para os traficantes de drogas, como uma forma de inibir o comércio ilegal (PL 7663/10). A pena mínima passaria de cinco para oito anos de reclusão. A pena máxima permaneceria em 15 anos.Para Osmar Terra, propostas que visem a permitir o uso de drogas só aumentariam o número de pessoas dependentes, que ele considera doentes.A proposta, que também permite a internação involuntária do usuário de drogas, já foi aprovada na Câmara e seguiu para a análise do Senado.Ontem, no Senado, o assunto mais uma vez causou discussões. 

Os participantes chegaram a pedir a prisão de um dos presentes com a alegação de que ele estaria oferecendo canabidiol.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Maconha na adolescência pode causar deficiência na fase adulta

Um estudo publicado pelo jornal Daily Mail sugeriu que usuários de maconha são mais propensos a sofrer com alguma deficiência na idade adulta. Homens que utilizaram a droga mais de 50 vezes antes dos 18 anos tiveram 30% mais chances de apresentar deficiência entre os 40 e os 59 anos.

No entanto, os cientistas do Instituto Karolinska, de Estocolmo (Suécia), dizem que não está claro se o uso maconha na adolescência pode ter levado ao abuso de substâncias mais graves, ou se fatores psiquiátricos ou sociais foram o que contribuíram para a deficiência mais tarde.

Dos 654 usuários, 80% também relataram o uso de outras drogas, 47% disseram que bebiam e 55% tinham problemas psicológicos.

Anna-Karin Danielsson, uma das pesquisadoras, disse que fumar maconha quando jovem pode aumentar o risco de consequências sociais negativas mais tarde.  Segundo ela, há estudos que vinculam o uso da erva ao consumo de outras drogas.

— O uso de maconha na adolescência pode levar a uma série de eventos negativos, como, por exemplo, uso de drogas ilícitas, ou desenvolvimento de doenças (como dependência química) e problemas de auto-estima — explicou.

A cientista e seus colegas analisaram dados de um grande estudo que incluiu quase 50 mil homens nascidos entre 1949 e 1951 e recrutados para o serviço militar obrigatório em 1969 e 1970.

Quando os homens se alistaram, foram questionados sobre o uso de maconha, cigarro e bebidas alcoólicas, bem como questões sobre a sua família e origens sociais, desempenho escolar, comportamento, problemas psicológicos e de saúde geral.

Os pesquisadores tiveram, como foco, a frequência do uso da maconha aos 18 anos, quando os homens foram recrutados. Os jovens foram agrupados de acordo com a freqüência com que eles já tinham usado a droga: nunca,  de uma a dez vezes, de 11 a 50 vezes ou mais de 50 vezes.

Em seguida, a equipe do estudo analisou dados da agência sueca de seguro social, as estatísticas de registro da educação e do mercado de trabalho para ver quantas pensões por invalidez foram concedidas até 2008.

Dos que se aposentaram por invalidez, cerca de 9% relataram ter usado maconha quando começaram seus serviços militares, e 1,5% disseram ter consumido mais de 50 vezes


Fonte:zh.clicrbs

Dois terços dos fumantes mantêm cigarro após diagnóstico de câncer

Dois em cada três fumantes atendidos no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) mantêm o vício mesmo após serem diagnosticados com um tumor. Além disso, segundo levantamento divulgado pelo hospital nesta quarta-feira, um quarto dos pacientes da instituição possui histórico de tabagismo. 

O câncer de pulmão é o principal tipo da doença que atinge majoritariamente pacientes com histórico de tabagismo. Segundo o Icesp, 90% dos casos do tumor têm relação com o cigarro. Entre os outros cânceres que possuem forte associação com o tabagismo, está o de bexiga —70% dos homens e 40% das mulheres atendidos no hospital com a doença são fumantes ou ex-fumantes. No caso de cânceres de cabeça e pescoço, como de laringe e boca, 83% das pessoas atingidas têm histórico de tabagismo, de acordo com o levantamento.

“O cigarro é uma das fontes de poluição ambiental mais perigosa. Os danos atingem todo o corpo e estão ligados a outros graves problemas de saúde como as doenças cardiovasculares. Quem convive com fumantes também é atingido tornando-se um tabagista passivo. Ao inalar a fumaça do cigarro passa a ter mais chances de desenvolver tumores”, diz Frederico Fernandes, coordenador do Grupo de Apoio ao Tabagista do Icesp. 

Fonte: Veja. Abril

Temendo efeito em crianças, OMS pede restrições a cigarro eletrônico

A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um relatório alertando para o perigo que o produto pode representar para crianças e adolescentes e, por isso, sugere um controle maior na comercialização do dispositivo até que se tenha a certeza de seus possíveis efeitos.

O cigarro eletrônico já pode ser visto em terras brasileiras - a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a venda e a importação do produto, mas não o uso, a não ser em locais fechados onde a lei impede o fumo – e tem se tornado uma alternativa comum aos fumantes que tentam se livrar dos malefícios advindos do vício do cigarro.

O dispositivo eletrônico oferece pequenas doses de nicotina, mas sai na frente do cigarro comum por não ter a queima do fumo (que inclui substâncias cancerígenas provenientes do tabaco).

A OMS, porém, considera que, apesar do aparente "benefício" para os fumantes, o cigarro eletrônico pode representar uma ameaça para adolescentes e mulheres grávidas (podendo prejudicar o crescimento do feto). A OMS adverte que o vapor do dispositivo eletrônico exala algumas substâncias tóxicas e nicotina no ar e que não há evidências de que ele ajude os fumantes a largar o vício.

Por isso, a Organização pede que o uso desse tipo de dispositivo seja proibido em lugares fechados “até que se prove que o vapor que sai deles não é prejudicial para outras pessoas” e que a venda para crianças ou menores de idade também seja suspensa.

Para os ativistas que defendem o uso do cigarro eletrônico, no entanto, as restrições precisam ser “proporcionais”.

Relatório

O relatório da OMS atenta para o potencial do cigarro eletrônico em supostamente desencadear o aumento do uso de cigarros por crianças. Especialistas em saúde pedem a proibição das propagandas com esse dispositivo que podem motivar crianças e não-fumantes a usar o produto.

Eles alegam que as essências usadas no cigarro eletrônico com sabores doces, de frutas ou bebidas alcoólicas também deveriam ser banidas, já que elas tornam o produto ainda mais atrativo para adolescentes e não-fumantes.

Além disso, a OMS pede que a exposição de cigarros eletrônicos em máquinas de venda automática também sofra restrições.

De acordo com a Organização, enquanto esses dispositivos parecem menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais, eles podem representar ameaças para adolescentes e fetos de mulheres grávidas que usam esse tipo de produto.

Mas alguns pesquisadores sugerem que restrições mais duras podem impedir que os fumantes tenham acesso a um produto potencialmente menos prejudicial que o cigarro comum.

“Sempre dissemos que, considerando que a nicotina causa vício, a idade mínima da lei (18 anos) deveria ser aplicada também para os cigarros eletrônicos”, afirma um porta-voz de uma empresa britânica de tabaco. “No entanto, se fortes regulações restritivas servirem de obstáculo para a inovação ou o uso adulto, isso poderá inibir o surgimento de novos produtos – e isso só pode ser algo ruim para a saúde pública.”

Restrições proporcionais

Hazel Cheesman, representante da entidade britânica Ação em Fumo e Saúde, diz que não há provas de qualquer dano a fumantes passivos do cigarro eletrônico e argumenta que a restrição a ele, se acontecer, deveria ser proporcional.

“Fumar mata 100 mil pessoas só no Reino Unido. Todos ou boa parte dos fumantes que trocam o cigarro comum pelo cigarro eletrônico estão mais suscetíveis a reduzir os riscos para a saúde”, afirma.

“Apesar de não podermos estar certos de que cigarros eletrônicos são completamente seguros, como reconhece a OMS, eles são consideravelmente menos prejudiciais do que o fumo do tabaco e pesquisas sugerem que eles estão ajudando fumantes a parar”, completa Cheesman.

Uma convenção internacional para discutir o controle do tabaco acontecerá em outubro, com possíveis novas orientações globais sobre o cigarro eletrônico.

Fonte: BBC Brasil

Esmalte que muda de cor detecta drogas do 'Boa noite Cinderela

Um esmalte desenvolvido por quatro alunos da Universidade da Carolina do Norte promete ajudar na prevenção ao golpe do "Boa noite Cinderela". Chamado Undercover Colors, o produto muda de cor ao entrar em contato com as drogas Rohypnol e GHB, frequentemente utilizadas nesse tipo de ataque. A ideia é ajudar mulheres a identificar traços dos componentes em bebidas e prevenir casos de furto e violência sexual. 

Basta o contato do esmalte com o líquido suspeito para que, em poucos segundos, a coloração aponte se há ou não a presença das drogas. 

Os jovens Ankesh Madan, Stephan Gray, Tasso Von Windheim, e Tyler Confrey-Maloney, responsáveis pelo desenvolvimento do esmalte, receberam 100 mil dólares em investimentos, mas continuam arrecadando fundos para a produção em massa do produto.

Fonte: Info.Abril

ESPECIALISTA ATACA LEGALIZAÇÃO MACONHA E DIZ QUE SEU PAÍS DESCONHECE OS EFEITOS NEGATIVOS DESSA DROGA

“Há muita gente de terno e gravata com interesse em fazer dinheiro”

Com o auditório lotado do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, no último  sábado, 23, Kevin Sabet, um dos maiores estudiosos dos Estados Unidos sobre a questão das drogas, criticou a legalização da maconha que ocorre em seu país, considerando que essas medidas liberalizantes não levam em conta seus efeitos negativos à saúde.

Ele é Ph.D. e Mestre em Política Social pela Universidade de Oxford e graduado em Ciência Política pela Universidade da Califórnia. Em seus trabalhos, costuma pontuar que “a legalização é uma solução simplista para um problema complicado”, analisando, por exemplo, o impacto social de drogas legais. Segundo o especialista, nos Estados Unidos o álcool é responsável por mais de 2,6 milhões de prisões por ano – quase 1 milhão de prisões a mais do que as provocadas por drogas ilegais naquele país.

Por sua atuação na área, tornou-se referência mundial em prevenção baseada em evidências e impactos da legalização, contribuindo regularmente com diversos veículos de comunicação, incluindo New York Times e CNN.
Kevin afirmou que a maconha está associada a baixa produtividade escolar e no trabalho, acidentes de trânsito, redução na motivação. Afirmou que, no Colorado ( EUA) onde a droga é legal para para fins de entretenimento, haveria sinais de aumento nos acidentes de trânsito.

Disse que seu temor é que, com a legalização, surgiria uma poderosa indústria ligada à maconha, assim como existe para o álcool e tabaco, estimulando ainda mais o consumo, especialmente entre adolescentes. ” Há muita gente de terno e gravada, com muito interesse em fazer dinheiro, interessada nesse negócio”, afirmou.

Ele estimulou, porém, as pesquisas voltadas à maconha para aplicação medicinal. Isso não implica, acrescentou, ter de fumar um baseado, mas sintetizar alguns de seus princípios ativos.

Fonte: Uniad

EMPREGADO ALCOÓLATRA DEVE SER ENCAMINHADO PARA TRATAMENTO ANTES DE SER DISPENSADO

Após classificação da dependência alcoólica como patologia grave, a jurisprudência passou a encarar o fato como doença grave e não como desvio de conduta.

O TST manteve decisão favorável à reintegração de um trabalhador rural dispensado por justa causa por uma usina após chegar embriagado ao serviço por três vezes consecutivas. Para o ministro Walmir Oliveira da Costa, relator do caso na 1ª turma da Corte, o comportamento do empregado despertava suspeita de alcoolismo, e, por isso, a empresa deveria encaminhá-lo para diagnóstico e tratamento antes de aplicar a punição.

Como o trabalhador não compareceu à audiência inicial, as alegações da empresa sobre seu comparecimento ao serviço embriagado por três vezes foram consideradas verdadeiras. A sentença entendeu ser correta a aplicação da justa causa, uma vez que nada nos autos comprovava que o trabalhador era portador de alcoolismo crônico ou que os fatos ocorreram de forma bastante espaçada. A Corte regional, porém, declarou nula a quebra contratual e determinou a reintegração do trabalhador ao emprego.

Ao julgar recurso da usina no TST, o relator explicou que a CLT prevê a dispensa por justa causa aos empregados que apresentarem embriaguez habitual ou em serviço. Entretanto, após a classificação da dependência alcoólica pela OMS como patologia grave, a jurisprudência cível e trabalhista passou a encarar o fato como doença grave e não como desvio de conduta.

Assim, segundo o ministro, a interpretação literal da norma celetista não é mais admitida para justificar a rescisão do contrato de trabalho antes do encaminhamento do empregado para tratamento médico.

"A apresentação do empregado em estado de embriaguez habitual ou em serviço não mais enseja conduta punitiva do empregador, mas o encaminhamento para o órgão previdenciário para tratamento, culminado na concessão do benefício previdenciário, caso detectada a irreversibilidade do caso."

O número do processo foi omitido para preservar a intimidade do trabalhador.

Fonte:TST

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Regulamentação da maconha é tema de mais um debate no Senado

O tema entrou na pauta de discussões do Senado devido a uma sugestão popular enviada pelo e-Cidadania.

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) retoma, na manhã desta segunda-feira (25), o debate sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal ou industrial da maconha. A audiência pública, a terceira sobre o assunto, conta com recursos interativos. Para participar da transmissão ao vivo enviando comentários, o cidadão pode acessar o Portal e-Cidadania ou ligar para o Alô Senado, no número 0800-612211.

A composição da mesa deste debate tem como enfoque a ótica da ciência e da saúde pública. Foram convidados Renato Malcher Lopes, neurocientista e professor adjunto do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade de Brasília (UnB); a assessora do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) Nara Santos; a diretora do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, Grazielle Custódio; e o coordenador nacional de saúde mental do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori.

O tema entrou na pauta de discussões do Senado devido a uma sugestão popular enviada pelo e-Cidadania (SUG 8/2014). Pela sugestão em análise na CDH, deverá ser considerado legal “o cultivo caseiro, o registro de clubes de cultivadores, o licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo e a regularização do uso medicinal”.

A comissão aguarda relatório do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) para decidir se a sugestão vai virar projeto de lei. O senador garantiu que não vai recomendar o arquivamento da proposta e está realizando audiências públicas para debater o assunto com diferentes segmentos da sociedade.

A reunião desta segunda-feira é presidida pelo próprio Cristovam, e acontece na sala 2 da Ala Senador Nilo Coelho. Ao abrir o debate, o senador leu cartas favoráveis e contrárias à regulamentação da maconha enviadas por cidadãos.

Fonte:Agência Senado

CIGARRO AINDA É VILÃO

É normal ouvir que o cigarro vicia e que faz mal à saúde. Mesmo assim, o álcool e o tabaco são a primeira e a segunda drogas, respectivamente, mais consumidas no mundo. Consequentemente, são as que mais matam. Os dados mostram que o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado sexta (29), precisa ser lembrado.

Em primeiro momento, parece boa notícia dizer que a porcentagem de adolescentes brasileiros que fumam caiu de 6,2% para 3,4%, em seis anos. No entanto, ainda há 533 mil jovens de até 18 anos que usam tabaco, segundo pesquisa do 2º Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizada em 2012.

Em geral, o jovem começa a fumar aos 15 anos. O fato preocupa, pois quanto maior o tempo de exposição ao tabaco, maior o risco de desenvolver doenças. O fumo também diminui o pique para correr, nadar e até dançar na balada. Deixa os dentes amarelados, a pele ressecada, causa impotência e envelhecimento precoce.

Em geral, o jovem começa a fumar para imitar os amigos ou pessoa que admire. “Querem se parecer com alguém de dentro do grupo. Problemas emocionais também os levam a fumar”, afirma Silvia Cury Ismael, gerente dos serviços de psicologia e coordenadora do Programa de Controle do Fumo do HCor – Hospital do Coração, de São Paulo.

Segundo a especialista, a nicotina diminui a ansiedade e o consumo passa a ser inconsciente. “Entre os 4.720 componentes químicos do cigarro, com metais pesados e cancerígenos, a nicotina é a responsável pela dependência, que ocorre com três meses de uso.”

Apesar de existir lei que proíbe venda de cigarro para menores de idade, comprar um maço não é tarefa difícil. Cerca de 55% dos jovens os adquire em bares. “Conseguem também em casa, com algum parente.
O fumante não costuma contar a quantidade de cigarros no maço e não percebe se sumir um. Nos estabelecimentos, a lei existe, mas dificilmente é fiscalizada”, diz a psicóloga.
NARGUILÉ - O narguilé é um modo de fumar que, muitas vezes, é aceito pelos pais e usado dentro de casa. “Uma hora e meia de consumo equivale a 100 cigarros em quantidade de nicotina e causa dependência. A piteira, que fica passando de boca em boca, também pode ocasionar doenças.”

De acordo com a Pesquisa Especial sobre Tabagismo, feita pelo IBGE, já são mais de 300 mil consumidores de narguilé no País. Os sabores e aromas de frutas fazem parecer inofensivo, mas o monóxido de carbono inalado vai para o sistema respiratório e prejudica a circulação. Além disso, esse tipo de cachimbo não está livre de substâncias cancerígenas.

Fumaça também causa doenças graves em quem fuma sem querer

Cerca de 200 mil pessoas morrem ao ano por causa do tabagismo no Brasil, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). As doenças que mais se desenvolvem por causa do tabaco são as cardiovasculares.

“Aumenta a incidência de aterosclerose e o risco de infarto do miocárdio ou AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, explica Hélio Castello, cardiologista e diretor da Angiocardio.

Também pode provocar câncer em vários órgãos. “Os mais comuns são de pulmão, boca, laringe, esôfago e estômago. Doença pulmonar obstrutiva e enfisema pulmonar também são comuns. Todas as doenças têm tratamento, mas muitas não têm cura por serem crônicas.”

Mas os fumantes não são os únicos com pré-disposição para doenças. Quem não fuma, mas inala a fumaça, também corre perigo. Pesquisa do Ambulatório de Drogas do Hospital Universitário da USP mostra que 51% das crianças até 5 anos são consideradas fumantes passivas.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 2 bilhões de pessoas no mundo fumam sem querer. O caso é mais perigoso com grávidas, pois aumenta as chances de abortos espontâneos e nascimento de bebês com doenças respiratórias.

Pensando em diminuir essas estatísticas e combater o uso do tabaco, o Ministério da Saúde implementou novas regras à Lei Antifumo, que entrou em vigor em 2011. Será proibido fumar em ambientes fechados (os fumódromos não existirão mais) e fazer propaganda de cigarro. Além disso, as mensagens de alerta nos maços serão maiores. Os comércios que não cumprirem as normas podem ser punidos e até perder a licença de funcionamento, que deverão ser colocadas em prática até dezembro deste ano.  

Fonte:Diário do Grande ABC

FUMAR NA GRAVIDEZ PODE AFETAR SAÚDE DE GERAÇÕES FUTURA

Um  novo estudo inglês publicado no American Journal of Human Biology concluiu que fumar durante a gestação não afeta somente a vida do feto, mas também a saúde das futuras gerações da mulher, inclusive os netos. As informações são do site inglês Daily Mail. 

De acordo com a pesquisa, os netos de avós maternas que consumiram tabaco durante a gestação tendem a ser mais obesos durante a adolescência.

Nos casos em que a avó e a mãe são fumantes, as netas apresentaram tendências de serem menores e mais magras comparadas com aquelas meninas que somente as mães fumaram na gravidez.

Já para os casos em que as avós paternas eram fumantes, mas as mães mantinham uma vida saudável, as netas tendem a ser mais altas. E, tanto netas como netos, mostraram terem maior massa óssea e massa muscular mais magra.

"Estes efeitos entre gerações percebidos em avós fumantes durante a gestação precisam ser levados em consideração para estudos futuros que analisam o crescimento e desenvolvimento infantil", explica o professor Marcus Pembrey, responsável pelo estudo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, fumar durante a gravidez aumenta as chances de aborto, partos prematuros e reduz as chances do bebê reagir a complicações na hora do nascimento.

FontE: Terra notícias

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

DESCRIMINALIZAR MACONHA NÃO AFETA TRÁFICO, DIZ ESPECIALISTA DO GOVERNO DOS EUA

Descriminalizar a maconha não acabaria com o tráfico, aumentaria o número de usuários e criaria uma indústria milionária com foco nos consumidores jovens, como a do tabaco. A opinião é do sociólogo Kevin Sabet, especialista do Escritório de Política Nacional de Controle às Drogas do governo dos Estados Unidos. Sabet, que trabalhou para os governos de Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, apresentou em São Paulo neste sábado, 23, a palestra “Impacto da Legalização das Drogas”.

O evento, realizado no Palácio dos Bandeirantes, foi organizado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), presidida pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira. Coordenador do Programa Recomeço, iniciativa do governo paulista para o combate ao crack, Laranjeira é conhecido pela oposição radical à descriminalização das drogas.

Segundo Sabet, a maconha tem efeitos nocivos à saúde que são mal compreendidos pela sociedade porque demoram a se manifestar. "Outro fator que afasta do público o conhecimento que a ciência tem sobre os efeitos deletérios da maconha é uma campanha milionária financiada por lobistas que estão interessados na legalização", disse. De acordo com ele, a legalizar a venda não iria destruir o tráfico. "Os traficantes continuariam vendendo mais barato", afirmou.

O sociólogo afirmou que a liberação da maconha faria explodir o número de usuários. "Uma droga legal como o tabaco é usada por 16% da população no Brasil e 25% nos Estados Unidos. Quando uma droga é normalizada, mais pessoas usam. Será que queremos legalizar uma substância como a maconha que hoje é utilizada só por 2% dos brasileiros e 8% dos norte-americanos", questionou. "Quando uma droga é legalizada, ela se torna cultuada pelos jovens como uma porta de entrada na vida adulta, como acontece com o cigarro e o álcool", declarou Sabet.

De acordo com Sabet, a liberação da venda legal da maconha no estado do Colorado gerou uma indústria milionária que se dedica à promoção do vício. "As empresas do lobby pró-maconha só estão preocupadas com dinheiro. Eles querem legalizar para faturar. Como a indústria do álcool e do tabaco, essas empresas não vão faturar com o usuário casual. Elas querem incentivar o uso pesado", afirmou. Segundo ele, nos Estados Unidos, 80% da bebida alcoólica vendida é consumida por 20% dos usuários de álcool. "O melhor alvo para essa indústria são as crianças. Eles farão embalagens atraentes e utilizarão as mesmas estratégias de marketing desenvolvidas pela indústria do tabaco. No Colorado, temos uma preocupante intersecção da indústria da maconha com a bolsa de valores", disse.

Para Sabet, o uso da maconha aumenta os níveis de dependência de uma população aos programas sociais, faz crescer o desemprego, diminui os níveis de renda e escolaridade. "O uso da maconha também é um fator de risco importante para distúrbios mentais. Isso não acontece, por exemplo, com o tabaco, o álcool e a cocaína" declarou. "Além disso, a maconha transgênica produzida hoje é de 10 a 20 vezes mais forte que a produzida nos anos 70. Isso leva a quadros de psicose e pânico", afirmou.

Sabet declarou também que há indícios de que a maconha diminui o QI dos usuários. Ele citou um estudo feito com mil usuários que fumavam maconha mais de três vezes por semana da adolescência aos 38 anos.

"Os resultados mostraram que eles tiveram uma redução considerável no QI, de 6 a 8 pontos. Essa é a diferença entre conseguir ou não o emprego que se quer", disse ele.

Fonte: Estado de São Paulo

URUGUAI PREPARA AGENTES PARA CONTROLAR USO DE MACONHA AO VOLANTE

O Uruguai iniciou nesta sexta-feira (22) a formação de seus agentes de trânsito para controlar o uso de maconha entre motoristas antes da realização, no próximo domingo, da Noite da Nostalgia. A festa mais popular do país terá este ano sua primeira edição com a droga completamente legalizada.

Cerca de 140 agentes de trânsito, tanto da polícia quanto de diversas autoridades municipais do país, compareceram ao dia de capacitação organizado pela União Nacional de Segurança Viária do país (UNASEV) e pela Junta Nacional de Droga para aprender a usar os dispositivos de detecção do uso de maconha que serão empregados a partir de agora de forma sistemática nos controles de estrada.

Segundo explicou à Agência Efe Pablo Ithamoussou, secretário-executivo da UNASEV, a formação dos agentes procura cumprir em sua totalidade tanto com as normas de trânsito vigentes no país desde 2007, que proíbem circular sob os efeitos do álcool e outras drogas, como da lei que legalizou a compra e venda da maconha no final do ano passado e que incluía um artigo específico para vigiar o uso maconha ao volante.

O sistema empregado para medir o THC (tetrahidrocannabinol, o conteúdo psicotrópico da maconha) nas pessoas é um "teste muito simples que funciona com a saliva do indivíduo" e que já está sendo utilizado em outros lugares do mundo como Madri.

Ithamoussou apontou que estes controles se somarão aos que habitualmente são realizados para detectar o uso de álcool e que, apesar da novidade que pode representar, realizar controles de maconha em um contexto de legalização da mesma "é apenas cumprir uma norma".

No entanto, o secretário da UNASEV apontou que a impressão é de que "não existe a mesma percepção de risco no uso da maconha do que no uso do álcool ao volante" e que por isso é preciso trabalhar "na comunicação prévia para introduzir a discussão sobre esse perigo na sociedade".

Neste sentido, o técnico apontou os trabalhos de divulgação destes controles que são realizados nestas datas e um pouco antes da Noite da Nostalgia, quando centenas de milhares de uruguaios saem para dançar em todo o país.

Fonte: G1

O ÁLCOOL E SEUS PERIGOS

Ingerir bebidas que contenham álcool em sua composição está para a civilização humana como a própria história da humanidade – as duas, em sua gênese, são interligadas. Que o diga a antiguidade chinesa, onde, possivelmente, as bebidas alcoólicas tenham sido inventadas cerca de 8 mil a.C., conforme pesquisadores. 

Também não é possível esquecer as antiguidades egípcia, grega, romana, ou as épocas da Europa medieval, iluminista, mercantilista, e claro, saber que mesmo os autóctones da América possuíam suas bebidas fermentadas. Para além de suas influências, proibições e conexões a status social ao longo da evolução do homem, ficam as discussões sobre seus perigos, tanto à saúde do corpo quanto à mental. 

De acordo com estudo divulgado em 2012, pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), a população brasileira manteve praticamente o mesmo índice de abstinência no consumo de etílicos, no ano de 2006 obteve 48%, já em 2012 chegou a 52%.

O Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (II Lenad) demonstrou, porém, um aumento de 20% dos consumidores frequentes de bebidas. Enquanto 52% dos entrevistados se diziam abstêmios, os outros 48% estavam divididos entre aqueles que bebiam moderadamente (32%) e aqueles que ingeriam quantidades nocivas de etílicos (16%).

Nos dados, aproximadamente dois a cada dez indivíduos dos que revelaram beber (17%) apresentavam critérios para abuso e/ou dependência do álcool. Em números, 67,2 milhões de pessoas são bebedores e destes 11,7 milhões são abusadores ou dependentes de etílicos.

Porém, em maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um levantamento que mostra que o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil superou a média mundial. Ainda conforme os dados, em média, entre 2008 e 2010 foram consumidos 8,7 litros de bebidas por pessoa no País. A média da OMS é de 6,2 litros, considerando maiores de 15 anos. 

Efeitos prejudiciais

Para os estudiosos do assunto Ronaldo Laranjeira e Alessandra Diehl Reis, o alcoolismo é considerado “um grave problema de saúde pública, sendo um dos transtornos mentais mais prevalentes na comunidade. Trata-se de uma patologia crônica, com muitas recidivas, inúmeros prejuízos clínicos, sociais, laborais, familiares, econômicos e, frequentemente, associados às situações diversas de violência (sexual, doméstica, suicídios, homicídios etc.), acidentes de trânsito e traumas em muitos países do mundo.”

De acordo com dados do II Lenad, 21,8 milhões dos adultos que bebem disseram já não ter sido capazes de conseguir parar depois de começar a beber; 6,6 milhões disseram que alguém já havia se machucado devido ao seu consumo de álcool; 7,4 milhões admitiram que tiveram problemas no trabalho e 4,6 milhões que perderam o emprego por causa da bebida; já 12,4 milhões de pessoas disseram que o efeito prejudicial foi na família ou no relacionamento.

A pesquisa também relaciona o ato de beber e dirigir como perigo, mas informa que, nesse caso, houve uma redução de 21% na proporção de indivíduos que realizam a prática. Além disso, o estudo aborda o elo existente entre a bebida e a violência, como envolvimento em brigas na rua, porte de armas de fogo e a agressão doméstica contra os filhos e parceiros.

Outro efeito verificado foi que dos 5% de brasileiros que já tentaram tirar a vida, dois em cada dez a tentativa estava ligada ao álcool, ou seja, 24%. Dessa forma, o estudo relaciona o beber problemático à depressão.

Álcool no corpo

O etanol encontrado nas bebidas e ingerido pelos apreciadores é formado por pequenas moléculas que são facilmente absorvidas com facilidade pelo organismo pela parede estomacal. Com o estômago cheio de alimentos, as moléculas encontram mais dificuldade de realizar essa absorção. Por isso, pessoas que se alimentam têm mais dificuldade em ficarem embriagadas.

O fígado é o órgão responsável pela transformação das moléculas de etanol em gás carbônico (CO2) e água (H2O). Porém, se a ingestão deste for em grande quantidade, ou se o teor alcoólico da bebida for elevado, não haverá tempo suficiente para que ocorra essa metabolização e o teor de álcool no sangue aumenta. O primeiro efeito é a alteração da razão, da fala e visão, depois coordenação motora. Se a ingestão não cessar, poderá haver a perda da consciência, o que pode acarretar em casos graves a levar o indivíduo à morte.

Efeitos clínicos

Além da dependência, que precisa ser tratada por um profissional especialista, depois de haver o diagnóstico, o alcoolismo pode provocar ou ser um facilitador para o acometimento de um indivíduo por inúmeras doenças. É o que explica à reportagem a gastroenterologista especialista em hepatologia, Patrícia Souza Almeida Borges. Há seis anos atuando na área, a médica informa que, na maioria das vezes, o etilista crônico procura ajuda quando está com alguma doença em estágio avançado.

Patrícia afirma que, geralmente, os principais órgãos atingidos pelo álcool no organismo são o fígado, trato gastrointestinal (que inclui todos os elementos do sistema digestivo), pâncreas e o sistema neurológico. No cérebro, o etanol pode provocar a degeneração de células, o que a longo tempo compromete suas funções, ocasionando doenças neurológicas como as demências. De acordo com a gastroenterologista, as doenças mais comuns relacionadas às outras partes do corpo são: úlcera péptica, doença do refluxo gastroesofágico, pancreatite crônica, diarreia crônica, cirrose hepática e também a desnutrição.

Para a médica, com a perda de vitaminas e outros elementos essenciais ao corpo, principalmente as vitaminas do complexo B, acontece a desnutrição. Essa perda de nutrientes ainda acomete a imunidade do indivíduo. Com a baixa do sistema de defesa, o organismo fica propício a sofrer infecções, geralmente de pele, e piorar outros quadros clínicos que a pessoa já possuía.

“Também há uma associação entre o etilismo crônico e o desenvolvimento de câncer. Isso por causa da maior exposição do trato digestivo ao etanol, chamado de carcinógeno (que aumentam a predisposição ao desenvolvimento de câncer) e em alguma pré-disposição genética. Pode haver câncer na boca, no esôfago, estomago, pâncreas e fígado”, completa Patrícia. Ainda de acordo com a médica, os pacientes com cirrose hepática podem apresentar ascite (líquido acumulado no abdômen), hemorragia digestiva, icterícia (amarelão), encefalopatia hepática (piora nas funções cerebrais que pode levar ao coma).

Os perigos

Apesar de ser aceito pela sociedade, o álcool oferece uma série de perigos, tanto para quem o consome quanto para as pessoas que estão próximas.
Grande parte dos acidentes de trânsito, arruaças, comportamentos antissociais, violência doméstica, ruptura de relacionamentos, problemas no trabalho, como alterações na percepção, reação e reflexos, aumentando a chance de acidentes de trabalho, é proveniente do abuso de álcool.

Sinais do alcoolismo
Você já sentiu que deveria diminuir a bebida?
As pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida?
Você já se sentiu mal ou culpado a respeito de sua bebida?
Você já tomou bebida alcoólica pela manhã para “aquecer” os nervos ou para se livrar de uma ressaca?

 Apenas um “sim” sugere um possível problema. Em qualquer dos casos, é importante ir ao médico ou outro profissional da área de saúde, imediatamente, para discutir suas respostas. Eles podem ajudar a determinar se você tem ou não um problema com a bebida, e, se você tiver, poderão recomendar a melhor atitude a ser tomada.

Fonte:Diário da Manhã

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Quanto vale o prazer de fumar?

Fumar faz mal. Mas fumar também é fonte de prazer. Quando alguém deixa de fumar perde um prazer, mas ganha saúde. Como fazer a conta dessa relação de custo/benefício? Quando vale, em dinheiro, o prazer de fumar? Você deve estar pensando que é ridículo tentar fazer essa conta. Mas o fato é que nos EUA ela é obrigatória, e está causando uma ferrenha discussão entre cientistas e o governo.

Tudo começou em 1993, quando a Casa Branca emitiu uma ordem (de número 12.866) que obriga todos os órgãos do governo a produzirem um estudo do custo/benefício para cada nova regulamentação antes de sua adoção. A ideia é boa. Impede a proliferação da burocracia. Exemplo: um órgão do governo resolve exigir que as empresas preencham um novo formulário. Este órgão tem de mostrar, por meio de um estudo, que o benefício (em dinheiro) desta nova exigência para a sociedade é maior do que o seu custo (em dinheiro).

Neste exemplo, o custo seria mensurado pelo trabalho extra que todas as empresas terão, ao preencher o formulário, e o benefício pelo aumento na coleta de impostos. Assim, se custa para as empresas US$ 2 bilhões para preencher os formulários e o imposto extra que este novo formulário permite ao governo arrecadar é de somente US$ 1,5 bilhão, a nova medida não passa no teste de custo/benefício. A medida custa mais do que ela pode gerar e talvez não deva ser adotada. Não é interessante?

Pois bem, faz alguns anos o FDA (Food and Drug Administration) resolveu obrigar os fabricantes de cigarro a colocar nos maços um aviso semelhante aos que temos aqui no Brasil, e para isso teve de produzir uma análise dos custos e benefícios da medida. Os benefícios são relativamente fáceis de calcular. Basta estimar quantas pessoas deixarão de fumar por causa dos avisos, quantos casos de câncer de pulmão deixarão de ser tratados, quantos casos das outras doenças provocadas pelo cigarro deixarão de existir e quanto isso tudo vale em dinheiro.

No outro lado da equação, a coisa complica. Como calcular o valor, em dinheiro, do prazer sentido por fumante ao ingerir a fumaça de cada cigarro? se fosse possível determinar este número, bastaria multiplicar este valor pelo número de fumantes que abandonariam o cigarro com as novas regras.

Este é o ponto central da polêmica. Para calcular o valor do prazer de fumar o FDA usou uma teoria clássica da economia. funciona assim: imagine que você quer calcular o valor do prazer de ir ao cinema. Se você decide ir ao cinema, paga R$ 15 pela entrada, e fica com o prazer de ir ao cinema. Se você decide não ir ao cinema, deixa de ter o prazer, e fica com os R$ 15. Portanto, o valor do prazer de ir ao cinema é R% 15. Usando esse raciocínio, o FDA propôs que o prazer de fumar vale o dinheiro gasto pelo fumante para comprar o cigarro (a conta é mais complexa, mas o princípio é este).

O FDA usou esse princípio para calcular as perdas impostas ao consumidor pela nova regulamentação. A conclusão do estudo foi que a nova regulamentação valia a pena. Os danos à saúde eram maiores do que a perda de prazer. Mas a perda de prazer reduzia em 70% os ganhos auferidos pela redução de doenças. Pela conta do FDA, para cada US$ 100 economizados com gastos em saúde haveria uma perda de prazer de US$ 70. Portanto, o beneficio final era de 30%, um número relativamente pequeno.

Foi aí que economistas acadêmicos se revoltaram. E o argumento deles é muito interessante. Dizem que o FDA usou de modo incorreto o método criado por eles. Segundo estes economistas, esse método vale para casos em que a pessoa é livre para escolher, e exerce essa liberdade, como no caso da decisão de ir ao cinema. No caso do fumo, argumentam que a maioria das pessoas é viciada, muitas vezes desde a infância, e não têm a liberdade de parar de fumar. A maior parte delas se angustia ao tentar deixar de fumar e acaba voltando ao vício.

Em muitos casos,gastam valores muito maiores para pagar tratamentos que as ajudem a deixar o vício. Nessas condições, a metodologia não se aplica. Para que o estudo de custo-benefício seja correto, argumentam que se deveria adicionar aos benefícios a satisfação de se livrar do vício e não aos custos a perda de um prazer. Argumentam que o prazer voluntário só ocorre no inicio do período de consumo do cigarro, geralmente na adolescência, e dura poucos meses.

com base neste argumento, e em diversos outros, os cientistas solicitam que o FDA refaça suas contas. Os cientistas acreditam que, usando a metodologia correta, as vantagens de reduzir o vício do fumo serão muito maiores e o custo será muito menor. Argumentam também que com o cálculo correto ficará muito mais fácil defender uma regulamentação mais rígida para o consumo de nicotina nos EUA. É claro que as empresas de cigarro concordam com a metodologia atual.

Este é um bom exemplo de como o pensamento científico pode ser um componente importante na criação, avaliação, e adoção de políticas públicas. Não seria interessante ler as justificativas de custo/benefício para cada uma das milhares de medidas que complicam a vida dos brasileiros? E se o Brasil adotasse uma diretiva como a 12.866? Fica a sugestão.

Fonte: O Estado de S. Paulo 


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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Os males que o tabagismo traz para os pacientes com câncer de próstata

É muito comum pacientes com câncer não abandonarem por completo hábitos prejudiciais à saúde ou com potencial para isso. Essa atitude muitas vezes é tolerada por médicos que, considerando os desejos do paciente e a gravidade da doença, acabam por aceitar algumas atitudes potencialmente prejudiciais, mas com pouco impacto nos anos subsequentes ao diagnóstico de um câncer.

Com o cigarro não é diferente. É relativamente comum, pacientes manterem o hábito após o diagnóstico e também não incomum, médicos tolerarem escapes em relação ao cigarro. Isso ocorre em consideração ao grande estresse já causado pela doença e pela possibilidade pequena de diminuir o risco de novos tumores causado pelo fumo em um curto prazo de tempo.

Contudo, um estudo americano, realizado com financiamento público, veio para mudar radicalmente essa postura. Segundo publicação de dezembro de 2013, baseada no segmento de pacientes ao longo dos anos, a chance morrer de um paciente com câncer e que fuma (diariamente ou eventualmente) é 76% maior do que o risco de morrer de um paciente com câncer e que parou de fumar assim que recebeu o diagnóstico.

Quando os pesquisadores analisaram o tempo médio de vida após o diagnóstico do câncer, mais números impressionantes: a sobrevida média para quem continuou fumando foi de apenas de 2,4 anos e a sobrevida de quem parou completamente o tabagismo foi de 4,4 anos.

No estudo, o tabagismo afeta não apenas pacientes com tumores reconhecidamente causados pelo fumo, como os tumores de pulmão, estômago ou bexiga. Pacientes com outros tumores também apresentaram risco elevado de morte quando mantiveram o tabagismo. Dr. César Camara,formado em medicina pela USP com especialização em Cirurgia Geral e Urologia,.explica que “o risco de morrer quando comparamos tabagistas aos ex-tabagistas é 34% maior quando consideramos todos os tipos de tumores em conjunto e 127% maior para quem recebeu o diagnóstico de câncer de próstata.”

Especificamente para o câncer de próstata, esse estudo traz informação de extrema importância. Com o diagnóstico oportuno dos tumores, novas drogas que podem prevenir tumores pouco agressivos, com os métodos de tratamento clínico da doença avançada - que prolonga a vida com qualidade -  e com o tratamento cirúrgico cada vez mais personalizado, podemos curar mais de 85% desses pacientes. 

Ou seja, pacientes com câncer de próstata, localizado ou avançado, sobreviverão por muitos anos e estarão expostos as ações de saúde que tragam benefícios a curto ou a longo prazo. Nesse grupo de pacientes, o benefício da parada do tabagismo pode ser concreto em trazer com mais anos de vida e com qualidade para desfrutar com suas famílias e pessoas queridas.

Dessa forma, todos os médicos que lidam com pacientes nessas condições devem reforçar a necessidade instruir seus pacientes a parar de fumar e, se possível, oferecer facilidades para que isso ocorra, como implantação de programas antitabagismo, indicação de profissionais capacitados e oferecer informação em linguagem simples. Para termos uma ideia a importância da organização dos médicos nesse sentido, sabe-se que apenas 50% dos pacientes tabagistas e com câncer nos EUA recebem orientação formal para interromperem o vício.

Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de um câncer ela em pouco tempo torna-se muito aberta a tudo que possa ajudar no tratamento e prevenção de novos problemas.

Esse é o momento de ouro para o médico e pode ser a diferença entre a vida e a morte para o paciente.

Fonte: Paraná Shop

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Pesquisa cria medicamento para minimizar danos do crack em fetos

Os bebês de usuárias de crack são as principais vítimas de um vício que cresce no país. São gerados por mulheres dependentes da droga e costumam nascer prematuros, com problemas respiratórios. Em alguns casos, com sequelas carregam pelo resto da vida. Na tentativa de diminuir os danos, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolvem um medicamento para diminuir os riscos para a saúde dessas crianças, enquanto os bebês ainda estão na barriga das mães.

Conforme explica a pediatra Eliana de Souza, essas crianças são mais irritadiças, costumam dormir mal e se alimentar mal. “É uma síndrome de abstinência que a criança sofre”, afirma ela. Ainda de acordo com a médica, a sífilis congênita é uma doença comum entre os casos. Provocada por uma bactéria, ela é transmitida por meio de relações sexuais praticadas sem proteção, e pode ser passada para o filho durante a gravidez. “A criança pode nascer com doença neurológica, com convulsões. Existe tratamento, mas essa criança vai ter que ser acompanhada por uma equipe, pediatra, neurologista, nutricionista”, diz.

Além de enfrentar as consequências da droga, esses bebês podem sofrer com doenças sexualmente transmissíveis, passadas pela mãe contaminada. Um estudo do Ministério da Justiça mostrou que 2,6% dos usuários de crack têm hepatite C. A média nacionalde incidência da doença em pacientes não usuários da droga é de 1,38%. E a recorrência de Aids entre os viciados em crack é oito vezes maior que no restante da população.

O coordenador do Centro de Referência em Drogas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia, a droga provoca o fechamento das artérias e prejudica o envio de oxigênio e nutrientes ao bebê.  Os pesquisadores modificaram a estrutura da cocaína, que é a base do crack, para criar um novo medicamento. Testes em animais mostraram que eles desenvolveram anticorpos que bloqueiam cerca de 50% da passagem da cocaína pela placenta. Os filhotes já estão nascendo com menos problemas de saúde. Mas o coordenador alerta que o ideal seria interromper o uso da droga durante a gravidez.
Saúde frágil
A estudante Carolina diz que fumou crack durante toda a gravidez. Quem sofreu as consequências desse vício foi o filho Uziel. “Ele nasceu bem prematuro de 7 meses, com 1,9 quilo e 46 centímetros”, conta. E acrescenta ter recebido recomendações médicas para interromper o uso. “O médico falava, 'você tem que parar senão vai prejudicar o bebê'. Aí eu falava tá bom, vou parar. Mas nunca parava”, diz.

Quando o filho foi internado, ela encontrou forças para largar as drogas. “Teve problema respiratório por causa do pulmão, ficou muito tempo na incubadora por causa do peso dele”, relembra a mãe. Atualmente, Carolina tenta reverter o mal que fez ao próprio filho. “Chorei bastante. Falei que não queria mais isso para mim. Graças a Deus vai fazer dois meses que estou sem fumar, 'tô' fazendo tratamento”, relata.

Outra recém-nascida teve sífilis congênita; nasceu com 2,8 quilos. A recomendação médica é que ela mame de hora em hora, além de fazer exercícios pra ensiná-la a sugar. No último mês, ela engordou 300 gramas. Uma fonoaudióloga especializada em crianças prematuras faz o acompanhamento. Atualmente com dois meses, a menina passa as noites em claro. Segundo os médicos, é justamente o horário em que a mãe mais usava a pedra.

A educadora social Líbia Francisca relata que essas crianças precisam de mais atenção, mais carinho para amenizar as más condições em que nasceram.

Acolhida em abrigos

Muitas mães não conseguem largar as drogas e acabam por abandonar os filhos, ou perder a guarda pelas condições de risco às quais as crianças são expostas. Nestes casos, o primeiro lar desses recém-nascidos é um abrigo.
O juiz Marcos Padula, da Vara Cível da Infância e Juventude de Belo Horizonte, afirma que,
às vezes, a própria mãe se declara incapaz de cuidar da criança e entrega o bebê de forma espontânea. Ainda de acordo com ele, há casos de mulheres que já passam pela terceira, quarta, ou quinta gestação, e permanece dependente da droga. Muitas vezes, moram nas ruas. 

Em uma casa localizada em Belo Horizonte, as funcionárias precisaram se adaptar a esse novo perfil de criança abrigada. Segundo a coordenadora do local, Walma de Souza, a criança chega com baixo peso, alimentação muito precária, não aceita a alimentação, e é bastante agitada.

A dependente química Marciléia é um exemplo dessa situação. Ela teve três filhos, atualmente criados por parentes, e usou crack durante a gestação do segundo bebê. “Minha bolsa rompeu era 23h e fiquei até às 11h do outro dia usando droga e me prostituindo”, revela. Sobre como é o filho, a usuária conta que ele é agitado, uma criança agressiva, hiperativo.

Também dependente e grávida do décimo bebê, Juliana Silveira não convive com os outros filhos. “Dentro de mim tem uma vida! Eu preciso de um apoio”, pede por ajuda. Mas, ao mesmo tempo, nega a oferta de uma Organização Não-Governamental (ONG) que ofereceu para levá-la ao hospital.

E um dos raros momento de lucidez, Juliana sonha com um futuro diferente para os filhos. “Eu quero ter filho lixeiro, eu quero ter filha doméstica, eu quero ter filha doutora, jornalista; mas com integridade, honestidade. Sempre! Conquista de vocês mesmos meus filhos”, aconselha.

Fonte: G1

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23% DAS MULHERES VICIADAS EM CRACK ENGRAVIDARAM 2 OU 3 VEZES, DIZ ESTUDO

Pesquisas recentes apontam que os homens são maioria entre os usuários de crack. Mas as mulheres começam a aparecer cada vez mais nas estatísticas, vendendo ou consumindo a droga. Entre elas, é alto o número de gestantes. Um estudo feito pelo Ministério da Justiça aponta que, das mulheres viciadas em crack que responderam a pesquisa, 23% afirmam ter engravidado de duas a três vezes. Outras 17% dizem ter ficado grávidas uma vez; e 6,5%, quatro vezes ou mais. No levantamento, 40% das pessoas ouvidas informaram não ter usado preservativo em nenhuma das relações sexuais, no mês anterior ao estudo.

Em Belo Horizonte, a equipe de reportagem flagrou o comércio de entorpecentes feito à luz do dia, livremente. As mulheres são as que mais aparecem pra comprar as pedras. Muitas delas têm acesso à informação. No entanto, dominadas pelo vício e sob efeito dos entorpecentes, se arriscam. Equipes de serviços públicos de saúde e integrantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) percorrem as “cracolândias” e tentam convencer as mães sobre a importância do pré-natal. Mas encontram muita resistência.

Juliana Silveira é dependente química e mãe de dez filhos. Os repórteres a encontraram em um dos pontos de droga de Belo Horizonte. Grávida de sete meses, ela espera mais um menino. Quando questionada sobre o destino dos filhos, ela apenas chora. Mas não nega o uso da droga. Outra gestante é vista em outro ponto de drogas, localizado na Avenida Antônio Carlos. Ela coloca pedras de crack no cachimbo e acende. 

Pouco tempo depois, outro cachimbo e mais um longo trago. Em meia hora, ela fuma pelo menos três vezes.
Marciléia é usuária de drogas e convive com um grupo de apoio a mulheres que passam por essa situação. 

Ela deu à luz Vitória. Em entrevista ao MGTV, ela conta já ter engravidado seis vezes. Entre as gestações, ela contabiliza três abortos. “É complicado porque a gente não se previne. Você só quer o dinheiro pra manter o vício. Muitas vezes a mulher fica com dois homens por causa de R$5. Por quê? Pra manter o vício”, revela Marciléia.

Sobre o destino da criança, a mãe da pequena Vitória conta: “entreguei pra minha irmã, minha irmã vai cuidar. Ela tem um quarto, do bom e do melhor. (...) Estou depressiva, não aguentei a pressão muito. Estou usando cocaína”

Gravidez de alto risco

O desafio das equipes de saúde é levar as gestantes até os consultórios médicos. Pelo consumo do crack, a gravidez é considerada de alto risco. A falta de acompanhamento pode gerar consequências graves para a mãe ou para bebê e até levar à morte. A obstetra Raquel Tavares explica que além dos riscos habituais a qualquer gestante, como pré-eclampsia e diabetes gestacional, as dependentes químicas têm o risco da intoxicação pela droga. “O crack causa sobrecarga cardíaca, pode levar ao enfarte, a distúrbios hemorrágicos. A gestante usuária tem risco maior de apresentar sangramento depois do parto”, analisa.

Lei de planejamento familiar não se aplica à dependentes químicos

A lei do planejamento familiar no país, de 1996, obriga hospitais a cumprirem uma série de exigências para submeter as mulheres ao processo de esterilização; ou seja, uma cirurgia que impede novas gestações. A regulamentação não permite, no entanto, que usuárias de drogas passem por esse processo, mesmo que elas queiram. A legislação considera que essas mulheres têm o emocional alterado ou incapacidade mental temporária ou permanente.

Ajuda para largar o vício

O Hospital Júlia Kubitscheck oferece ajuda às grávidas que querem largar o vício. As gestantes podem morar em uma casa onde encontram apoio de psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
Jordânia é uma das acolhidas neste espaço e conseguiu vencer as crises de abstinência. Ela conta que estava totalmente debilitada quando engravidou; com desidratação e problema pulmonar. Além disso, por ter bronquite, as condições de saúde foram agravadas. As fotos retratam esse período. Jordânia pesava 46 quilos. “A gente não preocupa com saúde da gente. A gente preocupa em sustentar o vício. Não tem aquela razão, vou no médico, vou fazer exame. Você só busca droga, droga, droga”, relembra.

Jordânia só largou o crack na metade da gravidez, depois de uma pneumonia. O filho nasceu de parto normal, pesando quase quatro quilos. No papel de mãe, ela encontra forças para se manter longe do crack, um inimigo que ainda ameaça.

“Eu quero recuperar tudo que eu perdi e estou caminhando para isso. Vontade até deu depois que eu ganhei o menino. Só que aí eu já estava com vontade de viver, recuperar as coisas que eu perdi”, comenta a luta pela superação.

As mães Marciléia, Jordânia e Juliana sabem exatamente quando tudo começou. O depoimento de Juliana retrocede ao ponto de início dessa trajetória nas drogas. “Se eu pudesse ter assim a máquina do tempo? Eu iria parar no dia 15 de março de 1998”, conta ela. E acrescenta, ao ser questionada sobre o que ocorreu nessa data: “o primeiro cachimbo de crack”.


Fonte:Do G1 MG, com informações do MGTV 1ª Edição

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terça-feira, 19 de agosto de 2014

A situação do tabagismo no mundo

O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Estima-se que aproximadamente 47% dos homens e 12% das mulheres do mundo fumem.

O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Mantidas as tendências atuais de expansão do uso do tabaco nos países em desenvolvimento, esses números chegarão a 8,4 milhões em 2020 e a 10 milhões de mortes anuais no ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos) (WHO, 2003).

O Relatório da Saúde da OMS (2002) atribuiu ao uso do tabaco: 8,8% das mortes/ano no mundo, 4,1% dos anos de vida perdidos ajustados por incapacidade, 12% das doenças vasculares, 66% das neoplasias de traquéia, brônquios e pulmão, e 38% das doenças respiratórias crônicas.

Estima-se que, no Brasil, cerca de 200.000 mortes/ano sejam decorrentes do tabagismo (OPAS, 2002).

Doença do coração

A vinculação entre o tabagismo e a doença cardiovascular tem sido demonstrada em várias populações do mundo. O Estudo dos Sete Países (EUA, Finlândia,Holanda, Itália, Croácia, Sérvia, Grécia e Japão) realizado em homens entre 40 e 59 anos, mostrou que, após 25 anos, 57,7% das pessoas que fumavam 30 cigarros por dia morreram, comparado com apenas 36,3% dos não fumantes. Um estudo de 40 anos de seguimento de médicos ingleses observou um excesso de óbitos por doença cardiovascular duas vezes maior entre os fumantes.

A doença cardiovascular é a primeira causa de morbidade e mortalidade, em ambos os sexos no Brasil e no mundo, e o fator etiológico básico é a lesão aterosclerótica.

A doença cardiovascular tem diversos fatores de risco estando o hábito do tabagismo como um dos seus principais fatores.

A nicotina contida é a droga psicoativa que mais causa dependência (ROSEMBERG, 2004). Eleva o ritmo cardíaco e a pressão arterial. O hábito de fumar é responsável por mais mortes do que todas as outras drogas psicoativas juntas (INCA, 2008).

Em relação ao tratamento, hoje existe medicamento específico para tratar o tabagismo como o de medicamentos (adesivos e chicletes) que contém nicotina, e a ingestão da substância vareniclina que é competidora da nicotina e adere ao receptor da mesma impedindo a ação da mesma e diminuindo o grau de dependência do fumo com o seu uso.

Os efeitos nocivos do fumo são causados pelas substâncias nocivas como o alcatrão e a nicotina. Esta última é absorvida pelo organismo, chegando rapidamente ao sistema nervoso central, agindo como estimulante.

A fumaça ambiental dos cigarros também é responsável por causar danos à saúde, principalmente em asmáticos, crianças e adultos com tendência às doenças cardíacas (SEELIG; CAMPOS e CARVALHO, 2005). A poluição da fumaça contribui para a concentração e exposição de partículas cujos componentes químicos são tóxicos ou cancerígenos, comprometendo significativamente a qualidade do ar.

CAUSAS

Câncer

A relação do tabaco com o câncer do pulmão é conhecida desde a década de 50, graças ao trabalho Richard Doll. Mas o tabaco também aumenta o risco de neoplasias em seis outras localizações, como na cabeça e pescoço (esôfago, laringe, língua, glândulas salivares, lábios, boca e faringe), na bexiga, no colo uterino, na mama, no pâncreas e no intestino.

Câncer de pulmão

Fumantes têm risco de câncer de pulmão aumentado entre 5 a 10 vezes. O tabagismo é responsável por mais de 80% dos casos desse tipo de câncer nos países desenvolvidos. Nos EUA, 24% dos homens que fumam podem desenvolver câncer durante sua vida.

Câncer de cabeça e pescoço

Para as neoplasias orais, homens que fumam têm taxas de incidência maiores que as dos que não fumam. Para o câncer de laringe, as taxas dos fumantes são 12 vezes maiores. Isso pode ser explicado em parte por mutações do gene p53, que é, provavelmente, um gene supressor do desenvolvimento de tumor.

Câncer de bexiga urinária

No ocidente, o uso de tabaco é a causa mais importante de câncer de bexiga, respondendo por cerca de 40 a 70% dos casos. O risco dos fumantes é 2 a 3 vezes maior que o dos não fumantes.

Câncer do colo do útero

O efeito do tabaco no câncer cervical apenas foi reconhecido recentemente. Nos EUA o tabagismo é responsável por 30% das mortes por câncer cervical.

Câncer de pâncreas

Estima-se que o tabagismo seja responsável 30% dos casos de câncer do pâncreas.

Câncer do intestino

Dados de estudos longitudinais em profissionais da saúde dos EUA sugerem que o tabagismo dobra o risco de câncer do intestino.

Fonte: Bem Paraná

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